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Conteúdo 11 de setembro de 2019

Gestão da cadeia de suprimentos ainda é desafio para empresas

Por Plínio Pereira – Gerente Geral de Sistemas na TÜV Rheinland Brasil

Cada vez mais, a gestão da cadeia de fornecedores dentro da organização é um fator estratégico do ponto de vista financeiro, de negócios e também reputacional. Se por um lado a terceirização de serviços ou partes da cadeia de produção pode diminuir custos e trazer agilidade frente à concorrência, por outro, expõe a empresa a uma série de riscos que precisam ser avaliados e mapeados por meio de um processo consistente de gestão e auditoria –tanto interna, quanto externa.

E o impacto da falta de gestão pode ser devastador. Tome-se, por exemplo, a indústria de vestuário, e o considerável impacto reputacional que as oficinas de costura terceirizadas causaram ao não oferecem mínimas condições de trabalho às cadeias varejistas. Um rompimento no fornecimento de peças a uma montadora automobilística pode interromper a produção e causar graves prejuízos financeiros.

Mesmo com o aumento da relevância do processo e auditoria da cadeia de suprimentos, auditar fornecedores ainda é um desafio. Primeiro, há o número de processos, desde a compra até o armazenamento e o gerenciamento de contratos. Além disso, restrições de tempo e custos fazem com que as auditorias se concentrem em apenas um segmento, tornando mais difícil obter uma visão holística de toda a cadeia de fornecimento.

Diante de tantas questões, como os auditores podem realizar um exame bem-sucedido da cadeia de suprimentos? O primeiro passo é que a empresa responsável por realizar a auditoria tenha também uma visão estratégica do negócio, unindo os objetivos do trabalho de auditoria aos objetivos financeiros, operacionais e de conformidade da empresa.

Trabalho estratégico

Uma auditoria da cadeia de suprimentos deve verificar se a organização está trabalhando com fornecedores que oferecem qualidade a um preço competitivo, mantendo sua operação em conformidade com a regulamentação vigente de cada país –incluindo aspectos trabalhistas, ambientais, governamentais, relacionamento com associações e classe, entre outros.

E o primeiro passo para iniciar esse trabalho estratégico é a verificação dos fornecedores dentro dos aspectos selecionados, realizando tanto uma auditoria documental, quanto a verificação de campo.

O problema é que não é qualquer auditoria que consegue fazer esse trabalho. Será necessário que o auditor tenha uma visão estratégica de várias áreas da organização, e um conhecimento generalista sobre diversos temas, para auxiliar a organização a identificar os pontos nos quais a não conformidade do fornecedor pode afetar direta ou indiretamente o negócio da organização.

Mais do que isso, o auditor também precisa ter uma visão apurada da gestão, auxiliando a organização a definir aspectos importantes da organização, como por exemplo, qual área será responsável pela gestão do contrato com o fornecedor, se haverá auditorias sistemáticas entre outros aspectos.

Proteção de dados e segurança cibernética

Uma pesquisa realizada pela empresa norte-americana de cibersegurança Crowdstrike no ano passado, e que envolveu 1.300 empresas em nível global, apontou que 80% dos entrevistados disse acreditar que ataques cibernéticos envolvendo softwares utilizados na cadeia de suprimentos se tornarão um dos principais riscos de segurança nos próximos três anos. Mesmo assim, poucas organizações estão preparadas para mitigar os riscos.

Neste sentido, os auditores precisam também estar preparados para fazer uma avaliação do ponto de vista da segurança da informação, auxiliando a empresa a verificar quais dados estão acessíveis aos fornecedores, e quem tem acesso a eles –bem como avaliar quais controles digitais esses fornecedores possuem para mitigar problemas relacionados à segurança digital.

Em última análise, as auditorias são um catalisador para impulsionar mudanças positivas e sustentáveis nas cadeias de fornecimento globais. As auditorias não corrigem todos os problemas, mas são uma forma de medir objetivamente os riscos, fomentar o diálogo entre compradores e fornecedores e iniciar uma conversa positiva.

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