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Conteúdo 15 de junho de 2015

O mapa global da produção industrial está sendo redesenhado – de novo

Poucas décadas atrás, a palavra da moda era ‘off-shoring’, ou seja, transferir a produção para locais com bases de custo menores, como China ou América Latina. Depois veio o ‘near-shoring’, um movimento quase inverso gerado pela alta geral no custo do combustível e da mão de obra e que levou as empresas a retornar a produção para perto de seus mercados internos, como os Estados Unidos.

Hoje, porém, nas economias globalmente conectadas, o custo é só uma das variáveis.

A balança da produção está mudando – de novo.

No ‘next-shoring’, a ideia não é transferir a produção de um local para outro, mas “adaptar-se e se preparar para a natureza instável de fabricar em toda parte”, é a nova fronteira, segundo um recente relatório da McKinsey .
A diferença é que a mudança revolucionária de hoje não é uma questão de geografia, nem é uma competição entre países ou continentes.

É uma tendência muito maior e bem mais complicada – uma tendência que envolve mudança de mentalidade, acesso a técnicas de fabricação inovadoras, pensar além dos números básicos e criar as cadeias de suprimentos mais eficientes.

Em suma, ela requer que as empresas olhem para o quadro geral a fim de tomar decisões comerciais melhores. Isso é algo que fazemos diariamente na FedEx quando ajudamos o cliente a encontrar soluções de cadeias de suprimentos criativas e eficazes a fim de levar seus bens e produtos para o mundo todo.

Porque trabalhamos com transporte aéreo, terrestre e marítimo, a FedEx é testemunha das tendências globais que estão afetando todos os tipos de indústria.

Em nosso próprio negócio, temos visto uma tendência crescente de aumento no uso do transporte marítimo em nossas soluções de remessa e não apenas do transporte aéreo expresso pelo qual somos pioneiros e conhecidos.
Também temos acompanhado as mudanças nos níveis salariais, no poder de compra e nos custos de energia nos 220 países e territórios em que operamos.

Assim, para muitas empresas, a decisão de onde instalar a base de fabricação não é mais uma questão de cálculos simples e diretos.

Na Ásia, a fabricação está sendo transferida para a parte central e ocidental da China, para o Vietnã, a Malásia e a Indonésia. Ao mesmo tempo, a China deixou de ser um simples chão de fábrica – ela é uma potência de inovação que mudou de origem para centro da cadeia de suprimentos.

O comércio intrarregional com a China está florescendo – de fato, ele já representa 37% de todo o comércio da ASEAN. O corredor intra-Ásia é hoje, reconhecidamente, o corredor que mais cresce no mundo.

Segundo previsões, os mercados emergentes, juntos, responderão por 66% da demanda global até 2025.
Assim, para algumas indústrias, talvez faça mais sentido manter a produção nos mercados emergentes da Ásia, em vez de transferi-la para os Estados Unidos ou México. Assim, podem ficar mais próximas da China e da Índia, dois imensos mercados consumidores.

Contudo, Canadá e México ainda podem ser locais de fabricação atraentes pelo mesmo motivo – sua proximidade com o imenso mercado dos Estados Unidos – e as vantagens geradas pelo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA).

Algumas empresas querem uma conexão mais próxima em termos de idioma e cultura com o local onde instalam suas fábricas; outras querem um nível de controle sobre o negócio que somente a proximidade pode proporcionar.
Operar além de suas fronteiras também é um obstáculo para algumas empresas, mas isso não precisa ser assim. A FedEx trabalha com um número incontável de clientes para agilizar o desembaraço aduaneiro e garantir que as normas e regulamentos de importação/exportação não impactem suas operações, ainda que elas estejam distantes do QG da empresa.

Mas não existe uma solução que funcione para todos. A China pode oferecer economias de escala e uma grande força de trabalho; por exemplo, é produtora e mercado líder para a indústria automotiva. Mas países como México e Reino Unido também oferecem a vantagem de dispor de mão de obra qualificada nesse setor – e as plantas da Nissan em Aguascalientes, no México , e em Sunderland, no Reino Unido, exemplificam bem por que a escolha do local de fabricação nem sempre pode ser feita com base nos mesmos critérios globais.

A inovação tecnológica também terá um papel importante no futuro da produção e em onde ela será instalada. Segundo a McKinsey, o avanço da impressão em 3D poderia oferecer às empresas uma forma incrível de substituir fornecedores tradicionais de alguns componentes, que seriam impressos internamente.

Outras empresas estão trabalhando para gerar mais visibilidade à melhor solução para os fabricantes e em como juntar todas as peças do complexo cenário global. Desenvolvida pela Universidade de Lausanne e apoiada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a ferramenta de software Cost Differential Frontier ajuda as empresas na determinação do melhor local para sua produção comparando custos de mão de obra, financiamento do comércio, conformidade regulatória e remessa, além de questões como supervisão e riscos políticos e de segurança.
Qualquer que seja a solução, o importante é aproveitar o acesso a conexões globais em muitas e diferentes partes do mundo.

Os dias de simplesmente avaliar os custos de mão de obra ficaram para trás há muito tempo. Para muitas empresas, o ‘next-shoring’ não representará apenas um ponto a ser considerado, mas muitos.

Os fabricantes modernos querem variedade e flexibilidade para suas cadeias de suprimentos. Isso, por sua vez, requer múltiplas conexões, a um custo eficiente, com os consumidores verdadeiramente globais, diversos e exigentes que eles atendem hoje.

Karen M. Reddington
Presidente da FedEx Ásia Pacífico

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