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Conteúdo 15 de janeiro de 2018

O poder do comércio ilegal, a segunda maior economia do mundo

O comércio ilegal é a produção, exportação, importação, venda e compra de bens fora da legislação de uma jurisdição específica. Ele pode acontecer das seguintes formas: Contrabando, imitação, roubo de cargas e falsificação. É sobre falsificação que vamos falar.

A falsificação é um problema global que prejudica boa parte de diversos setores da indústria com previsão de crescimento de 3% ano até 2020. Afeta desde a indústria de cosméticos, passando por bebidas, cigarros e ingredientes até chegar em peças de veículos e aeronaves.

Segundo a consultoria Euromonitor, em um artigo assinado por Philip Buchanan e Lourdes Chavarria, em 2014 a falsificação faturou no mundo o equivalente ao PIB da China, ou seja, US$ 12 Trilhões. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC) uma marca que tem problemas de falsificação perde em média 20% do seu mercado para ela.

A falsificação de vinhos tem séculos de história. Eles eram vendidos em garrafas de barro idênticas entre um produtor e outro. O problema foi resolvido na época identificando as rolhas com a marca do produtor. Hoje o mercado de vinhos finos promete faturar US$ 69 bilhões em 2019 somente na China (Valor Econômico 21/01/2017). Bill Koch bilionário do ramo de petróleo e gás pagou US$ 400 Mil numa garrafa falsificada e gastou mais US$ 35 Milhões para desmontar uma rede de falsificadores (UOL 21/10/2017).

O Paraguai, famoso por promover o comércio ilegal, tem hoje seus cigarros falsos fabricados e vendidos no Brasil. De acordo com a Receita Federal são cerca de R$ 300 Mi de tributos sonegados por ano.

O Senado norte-americano descobriu que um total de 1800 peças falsificadas foram usadas em aeronaves militares. Ainda, de acordo com o relatório do Comitê do Senado das Forças Armadas, 70% das cerca de um milhão de peças teriam vindo da China. (BBC Brasil)

O Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) e a Polícia Civil prenderam em 05 de julho de 2017 uma quadrilha especializada em falsificar cosméticos e produtos capilares de marcas famosas.

As mercadorias apresentavam substâncias nocivas à saúde e em concentração vedada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um dos cosméticos tinha concentração de 6% de formol.

Os problemas causados pela falsificação podem ser de ordem de econômica, pois cria uma concorrência desleal com empresas sérias, que acabam despedindo funcionários o que leva ao problema social do desemprego. Ambiental porque a fabricação dos produtos e controle de resíduos não respeitam normas mínimas exigidas, que ocasiona em problemas de saúde.

Em Mumbai 25 pessoas morreram por ingestão de álcool contendo níveis elevados de etanol em 2015 (EXAME 09/10/2015)

A boa notícia é que a falsificação pode ser eliminada. Temos exemplos de empresas que sofriam com ela e, após uma campanha de Brand Protection, suas vendas dobraram em um período de 2 anos.

As soluções são de acordo com a necessidade de cada produto e mercado. Podem ser simples, com uma aplicação de um a tinta ou holograma de segurança até mais sofisticadas com 2 ou 3 itens de segurança, como lacres ou rótulos especiais e a utilização de smartphones para leitura de QRcode. A rastreabilidade por unidade de produto é um forte aliado para combater a falsificação.

Uns dos grandes problemas das marcas que sofrem com a falsificação, é não saber o quanto perdem exatamente. Seus levantamentos são muitas vezes baseados em apreensões de mercadorias e isso revela somente uma parte da verdade. Campanhas de Brand Protection podem ser feitas sem a necessidade da marca admitir que tem esse problema. Nessas campanhas os clientes finais podem ser grandes aliados ou mesmo ficais em potencial sem mesmo que eles percebam.

Fernando Oliveira
Formado em Marketing
Atua há 20 anos no mercado de Brand Protection e Packaging Enhancement

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