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Logística Setorial 30 de outubro de 2018

Brinquedos: Está chegando o Natal, e com ele o aumento da demanda, exigindo uma logística mais ágil

É nesse período que as transportadoras e os Operadores Logísticos fazem contratações temporárias, buscam aliados e desenvolvem relacionamentos para que possam manter os prazos. Usualmente nesta época, devido à demanda, há também um aumento dos preços.

Está se aproximando uma das datas que, junto com o Dia das Crianças, mais movimenta o segmento de brinquedos: o Natal. E, para atender a este expressivo aumento de demanda, as transportadoras e os Operadores Logísticos precisam desenvolver estratégias específicas.
Mas, é possível prever as demandas para planejar as operações e manter os prazos? Como isso é feito? Os resultados são satisfatórios?
Planejamento é a resposta, segundo Lilian Scaramella Fernandes, gerente comercial da Fox Cargo do Brasil (Fone: 11 3543.0200). E necessário fazer contratações temporárias, buscar aliados e desenvolver relacionamentos para que possa manter os prazos, aponta ela. Usualmente nesta época, devido à demanda, há também um aumento dos preços. Com uma equipe estruturada é possível passar estes períodos de maneira controlável e satisfatória.
“Com o aumento da demanda em meses específicos (Dia das Crianças e Natal, por exemplo) preparamos nossa equipe com planejamento estratégico e infraestrutura para obter resultado satisfatório”, acrescenta Rubens Lacerda, diretor de Planejamento da Rodomaxlog Armazenagem e Logística (Fone: 11 3973.7948).
Pelo seu lado, Carlos Sandrini, gerente comercial da Sequoia Logística e Transportes (Fone: 11 4391-8800), diz que na sua empresa é feito um planejamento prévio com antecedência, onde toda a estrutura é preparada – dispositivos de armazenagem, equipamentos de movimentação, eventuais áreas e turnos adicionais, entre outros – a partir de meados de agosto até dezembro. Isto minimiza os possíveis problemas, porém, ainda são necessários alguns ajustes durante a execução do plano, devido às variações de demanda. Há oportunidade de melhoria também por parte do setor de Supply das empresas do varejo. O fato de deixarem as negociações para os últimos dias de cada mês encurta o tempo de planejamento logístico e pode levar o nível de serviço a um patamar não desejado, implicando em perdas de venda e stress na cadeia, alerta Sandrini.
“Sempre orientamos e pedimos aos nossos clientes para antecipar ao máximo as entregas, principalmente no Natal, quando há concorrência de atendimento com outros mercados que também aumentam a demanda no final de ano. Geralmente o abastecimento de brinquedos já é finalizado até a 1ª quinzena de novembro e operamos com volumes menores de reposição de estoque após este período. Desta forma, minimizamos o risco de não ter a mercadoria no ponto de venda”, pontua, agora, Thiago Menegon, diretor comercial da TDB Transporte e Distribuição de Bens (Fone: 11 2127.4900).
No caso da Unicargo Transportes e Cargas (Fone: 11 2413.1700), segundo Aline Santos Vieira, gerente de contas, a estratégia é antecipar-se com uma projeção média de volume a ser efetivado de acordo com a sazonalidade, o que envolve um aumento na quantidade de colaboradores para cumprimento dos pedidos e expedição dos mesmos em tempo hábil, para, desta forma, cumprir com os agendamentos.
“Baseamos-nos sempre em indicadores através de ferramentas internas, onde temos um balizador com dados concretos. Dessa forma conseguimos planejar nossa operação antecipadamente, tornando a operação mais eficiente. Conseguimos, assim, resultados satisfatórios ano após ano”, completa Paulo Rocha, gerente da filial Curitiba da Alfa Transportes EIRELI (Fone: 49 3561.5100).

Entregas
À parte o aumento da demanda, e pelas características dos produtos, as transportadoras e os Operadores Logísticos enfrentam desafios com relação às entregas, principalmente as realizadas em shoppings centers, localizados em áreas urbanas, o que dificulta o processo. Que estratégias são implementadas para resolver essa questão?
Por exemplo, Rocha, da Alfa Transportes, aponta que a maior dificuldade em shopping é referente à restrição de horário, que geralmente é entre 07h30min e 09h30min.
Para solucionar estes problema, a Fox Cargo realiza entregas com maiores frequências e veículos menores para atender aos prazos solicitados, conforme conta Lilian.
“Realmente, é um enorme desafio, já que a alta densidade volumétrica nos obriga a envio de veículos maiores, enfrentando as restrições em áreas urbanas. É necessário planejamento diferenciado para chegar aos locais de venda, sem alterar os prazos”, destaca Lacerda, da Rodomaxlog.
Sandrini, da Sequoia, também enfatiza que, realmente, as entregas são de grande complexidade por conta de grande parte das lojas estarem localizadas em shoppings centers. “Temos que nos adaptar aos veículos que podem ser utilizados em áreas urbanas e, além disso, temos o mapeamento de todas as lojas, com os horários para realização de entregas, que são roteirizadas diariamente através de softwares específicos que levam em consideração todos estes pontos, além do trânsito nas grandes capitais, para termos a roteirização de área e otimizarmos as entregas”, explica o gerente comercial da Sequoia.
Menegon, da TDB Transporte, revela que as entregas em shoppings são sempre um grande problema por conta da janela de entregas liberadas por grande parte dos estabelecimentos. “Em alguns casos – diz ele – o empreendimento autoriza a descarga somente por uma ou duas horas por dia e muitas vezes não conseguimos realizar a operação neste tempo. Para garantir as entregas acabamos negociando com os lojistas o agendamento de entregas em horários alternativos e aumentamos o efetivo de mão de obra na entrega.”

Mais desafios
Além deste desafio, as empresas que atuam no segmento de brinquedos oferecendo serviços de logística enfrentam outros, como os em relação ao dimensionamento das embalagens, já que os tamanhos não são padronizados. Aí são necessárias estratégias específicas para lidar com esse desafio.
Mas, Rocha, da Alfa Transportes, lembra que, em se tratando de cargas fracionadas, as embalagens acabam mantendo um padrão, o que torna o transporte mais eficiente e a paletização mais ágil, enquanto Lilian, da Fox Cargo, diz que são precisos profissionais especializados e dedicados a este estudo prévio para que se auxilie a logística e, assim, se vença estes desafios.
Já no caso da Sequoia, como lembra Sandrini, é feito o cadastramento de todas as embalagens em seu sistema próprio, gerando inteligência no cálculo de cubagem, onde o próprio sistema indica áreas de armazenagem e sugestão de veículos para transporte.
“Este fator é primordial para melhor aproveitamento da ocupação de veículos de carga e entrega. Como a mercadoria já possui alta densidade cúbica, ao se manter embalagens padrão corre-se o risco de aumentar o custo logístico para transportar e armazenar caixas com ‘ar’”, completa Menegon, da TDB Transporte.
Finalizando este assunto, Aline, da Unicargo, ressalta que a alta cubagem das embalagens faz com que a busca por novas configurações de embalagens que consolidem a maior quantidade de produtos seja um estudo contínuo, buscando sempre elevar sua margem final e diminuir os custos.

Setor tende a crescer
O desempenho da indústria de brinquedos registrado nos últimos anos deve se manter, prevê o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa. Em 2017, o faturamento total da indústria foi de R$ 6,4 bilhões, sendo que a produção nacional performou R$ 3,8 bilhões – crescimento de 5% em relação a 2016.
Como esses números podem impactar na logística do setor? O que eles implicam para os fornecedores de serviços de transporte e armazenagem?
Como já foi dito, a maior demanda de transporte e armazenamento desse segmento sempre ocorre no mês de outubro, devido ao Dia das Crianças e Natal, quando a preocupação pelo prazo de entrega se torna crucial, avalia Rocha, da Alfa Transportes. Ainda de acordo com ele, a armazenagem é outro ponto que requer maior atenção para acondicionar da melhor forma, pois muitos dos brinquedos transportados são frágeis.
“Qualquer crescimento no segmento de brinquedos exige do prestador de serviço de transporte e armazenagem revisão de planejamento, pois o segmento possui uma sazonalidade muito alta. Quase 80% do faturamento são realizados entre setembro e novembro, ou seja, em apenas três meses. Como a operação é concentrada num curto período de tempo, as mudanças devem ser antecipadas, não há tempo para adequação no pico”, acrescenta Menegon, da TDB Transporte.
Pelo seu lado, Lilian da Fox Cargo, lembra que uma produção acelerada exige prevenção e, principalmente, organização dos setores logísticos para que façam suas gestões de processos com antecedência, estudando o mercado, assim como as programações de embarque para que cumpram os prazos solicitados e para que se ofereça ao cliente serviços com baixo custo e, se possível, agregando-se um maior leque possível de atribuições logísticas, como a armazenagem, por exemplo, ajudando os clientes a cumprirem suas metas de custos x benefícios tangíveis.
Para Sandrini, da Sequoia, este crescimento do setor vai promover aumento no fluxo de movimentação, exigindo uma expansão na área de armazenagem e maior frequência de entrega às lojas. As soluções incluem adaptar o Centro de Distribuição a essa necessidade, expandindo turnos, criando áreas adicionais e flexibilizando processos. No transporte, rever número de equipamentos disponíveis e roteirizar de acordo com a nova demanda, aumentando o giro e a frequência de entregas.
“Com o crescimento da demanda, se intensifica a busca por empresas inovadoras e com soluções logísticas bem estruturadas, que garantam vantagens diretas no seu ambiente operacional, pois este cenário reflete diretamente nos custos logísticos e, consequentemente, impacta na margem de lucro final do produto”, finaliza Aline, da Unicargo.

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