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Conteúdo 18 de janeiro de 2011

A indústria automobilística e a consolidação da logística

Há uma relação direta entre a expansão do mercado automobilístico no país e a consolidação do setor de logística.

A indústria automobilística no Brasil acostumou-se a apresentar números expressivos nos últimos anos, ocupando posição de destaque (quinto lugar) entre os produtores mundiais e figura uma lista que inclui países como China e Estados Unidos. Em relação às vendas, sustenta o quarto lugar, ultrapassando a Alemanha. Mas o crescimento não se detém aí. A relação no Brasil é de 6,9 veículos por habitante e tende a aumentar subsidiado por um novo perfil de consumidor, mais confiante na economia do país e com amplas opções de crédito à disposição.

Apesar desse cenário promissor, um fator importante vem sendo deixado de lado – a indústria automobilística está operando no limite. E, neste momento, será fundamental, mais do que crescimento, investir em planejamentos logísticos mais elaborados.

A tarefa implica em identificar os pontos onde se concentram as maiores perdas, pois é justamente aí que se pode ganhar maior eficiência. Desde questões como movimentação e armazenagem até peculiaridades fiscais brasileiras.

Os recursos destinados para a área serão grandes, repetindo um novo ciclo de investimentos como o que assistimos no início dos anos 90. Entre 1993 (US$ 960 milhões) e 1995 (US$ 1,8 bilhão) eles dobraram. Em 2008 o total foi de US$ 3,1 bilhões e, em 2009, apesar da crise, US$ 2,7 bilhões. A estimativa é que os recursos cheguem a algo em torno de US$ 6 bilhões até 2013.

Desta maneira, se os operadores logísticos não quiserem perder a oportunidade, devem tomar a iniciativa e apresentarem soluções inovadoras para as montadoras, desenvolvendo planejamentos exclusivos, considerando as particularidades de cada operação e até mesmo a cultura de cada montadora, que difere dependendo da origem européia, americana ou asiática. Além deste planejamento mais elaborado, para atender adequadamente às demandas os operadores logísticos também terão que apresentar poder de investimento. Serão implantadas operações de grande porte, que poucas empresas têm recursos para suportar. Mas o próprio mercado será um divisor de águas, por sua natureza complexa, o negócio da logística exige alto grau de especialização, grande poder de investimento e fôlego para aguardar retornos financeiros que podem levar até 20 anos.

Por isso, garantir espaço implicará em tamanho. Desta forma, as fusões e aquisições são uma reposta para mais operadores se habilitarem para a tarefa.

Esses movimentos já estavam se intensificando nos últimos anos por conta de um processo natural do setor. A logística passou a se configurar como um processo cada vez mais complexo e sofisticado, essencial para as atividades comerciais que desenvolvem a economia do país.

O novo cenário do setor automobilístico, no entanto, está atraindo ainda mais os investidores e isso deve acelerar a consolidação no setor de logística como ocorreu com a construção civil, por exemplo.

 

 

Antonio Wrobleski Antonio Wrobleski

Especialista em logística, presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008. Em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu há 13 anos e pratica o esporte há 30 anos.

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