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Conteúdo 3 de abril de 2017

As três incoerências

Num debate sobre Logística e Mercado de Trabalho, falávamos do nível de engajamento de colaboradores com os propósitos das empresas quando surgiram fatores bem confusos que abrangem o pessoal, o profissional e o social e que ampliam efeitos em todas as esferas nos obrigando a pensar sobre nossas atitudes, conceitos e propósitos.

Destaquei três desses fatores como: CRÍTICAS, DESCONTENTAMENTOS e DINHEIRO. Não são únicos, porém, encabeçam a lista das causas e consequências que levam alguém ao sucesso ou ao fracasso, a viver com equilíbrio ou sempre com aquela sensação de frustração, ou ainda de insatisfação com o rumo que tomou e de como vem conduzindo as coisas.

Passamos toda a vida acreditando que somos capazes de elaborar uma “crítica construtiva”, para quem amamos ou não, sem que nossos interesses não desenhem nossas palavras; que podemos nos realizar mesmo com o “descontentamento” em trabalhar com aquilo que não nos agrada; e que o “dinheiro” é o guardião, o provedor e o instaurador do sucesso sem entender que ele é simplesmente uma consequência, um falível medidor de necessidades que crescem sempre que ganhamos mais.

Não tenho o propósito de desconstruir ideias, pois não possuo prerrogativas para teorias, filosofias e reflexões, porém talvez pudéssemos simplesmente pensar que somos enganados por incoerências que sempre se apresentam com um gosto doce para liberar seu amargo em suas consequências:

1 – CRÍTICAS: Que tal começarmos admitindo que não existe “crítica construtiva”? Do princípio que a ação vale mais que a intenção, o que pesa mesmo é a primeira mesmo que a segunda seja boa. Toda crítica, por si só, já é destrutiva já que cabe a esse emaranhado de palavras que usamos o êxito em destruir alguém, quando não gostamos, ou destruir algo em alguém que amamos, seguindo o princípio do nosso entendimento, do nosso gosto ou de um comportamento social. E, tirando os extremos do amor e do ódio, isso vale também nas questões de afinidades e de necessidades muito presentes no ambiente de trabalho. A questão é que precisamos saber o que e como destruir através de uma crítica só depois de conhecermos e entendermos o criticado, pois muitas vezes erramos o “alvo”, a intensidade, o momento, o intuito e as escolhas e obtemos efeitos contrários.

Por que dar tanta ênfase a esse fator? Vocês não imaginam o poder de uma crítica. Há pessoas que criticam suas próprias empresas sem perceberem que assim criticam suas próprias escolhas. Pessoas que abrem as torneiras das críticas e as despejam sobre as outras esperando que todas sejam como ela quer. A crítica tem um poder devastador e pode mudar uma vida toda. Por isso, se precisar criticar, use de compaixão, e ao ser criticado, se não notar essa compaixão, filtre criteriosamente.

2 – DESCONTENTAMENTOS: É importante sabermos que hoje em dia trabalhar com o que gostamos é uma raridade, mas não é impossível. O principal problema é que as pessoas estão deixando de viver suas vidas para viver a vida do Mercado de Trabalho. Isso melhora suas chances de emprego, mas traz consequências ligadas diretamente ao seu prazer e aos resultados que você espera colher pra si e aos que a empresa espera de você.

Os profissionais também estão mais descontentes porque esperam mais da empresa do que podem oferecer ou oferecem mais do que a empresa reconhece. Para a primeira situação, a qualificação contínua resolve, já para a segunda…

3 – DINHEIRO: O Mercado de Trabalho vem se tornando, a cada dia, um ambiente confuso, difícil e objeto de insatisfação em muitos segmentos. Um dos motivos é a busca por ótimos salários antes de uma qualificação ideal e da descoberta de onde desejaria realmente atuar, do que gostaria de fazer. Normal, não é? Afinal, vivemos no capitalismo. Contudo, isso coloca o trabalho como uma necessidade, não como algo prazeroso e realizador. Coloca o dinheiro como o principal, não como uma consequência; não como pagamento pelo que merecemos, mas pelo que achamos que merecemos.

Contra essas e outras incoerências com as quais cruzamos todos os dias, só existe um remédio: bom senso com chá de camomila.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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