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Conteúdo 30 de maio de 2018

Buscando entender o verdadeiro sentido da greve

Tenho dois pontos para abordar sobre a greve dos caminhoneiros:

1- Diesel

A reivindicação principal dos caminhoneiros autônomos é justa. O óleo diesel não pode variar todos os dias numa economia dita estável, onde a inflação é de 2,5% ao ano. Para se ter uma ideia, a variação do óleo diesel em 2017, foi de 10,42% e somente nos quatro primeiros meses deste ano, já subiu 11,70%.

O caminhoneiro fecha um frete de São Paulo para Fortaleza por um determinado preço, numa viagem que demora cinco dias e ele, a cada dia que abastece o diesel já subiu, de forma que quando chega ao destino, boa parte do frete combinado foi “comido” pelo combustível.

Acho que a oferta do governo de diminuir R$ 0,46 na bomba, não vai vingar porque os preços hoje são liberados e varia muito de uma bomba para outra e de um estado para outro, ainda que se congele o preço por sessenta dias e após isso com variação mensal. Como controlar o preço de cada bomba num pais de dimensões continentais onde tudo se transporta por caminhão?

Nas minhas contas, isso só funcionaria se tivéssemos um preço único no Brasil inteiro, o que não vai acontecer pois até a paralização cada bomba tinha um preço e cada estado um ICMS diferente.

2- Tabela de frete

Eis outro problema complicado. O frete terá de ser km x ton e de acordo com o produto carregado, e a tabela será elaborada pela ANTT e ainda não sabemos quando será editada. Historicamente a oferta de caminhões sempre foi maior que a demanda e mesmo que tenhamos uma tabela mínima, quem vai ditar a regra é a lei do mercado.

Portanto somente nestes dois itens, já temos problemas que eu diria, difíceis de solucionar, dificultando a desmobilização desta greve.

Manoel Sousa Lima Jr. Manoel Sousa Lima Jr.

Diretor da RG LOG, ex-presidente do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região.

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