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Conteúdo 29 de novembro de 2016

Como um diagnóstico de ampla abrangência pode ajudar a resolver os desafios na Logística – Um caso de sucesso

Em consonância com o meu primeiro artigo neste espaço e seguindo a minha proposta de provocar a reflexão sobre soluções de rápida adoção, compartilho uma experiência bem-sucedida de como a amplitude de um diagnóstico pode resolver problemas que, à primeira vista, podem parecer muito mais complexos do que realmente se apresentam.

Sem a intenção de generalizar, mas com firme convicção, posso asseverar que escritórios de consultoria com forte embasamento técnico e com pouca ou nenhuma experiência prática na implementação de projetos, assim como profissionais com menor grau de preparação e iniciativa, tendem a concentrar seus esforços nos efeitos e quase nunca nas causas efetivas dos problemas.

Vamos ao caso!

Ao ser contratado por uma importante indústria do segmento químico, com crescente participação no seu market share, fui demandado a fornecer uma solução para a constante falta de espaço para armazenar seus produtos acabados, que, invariavelmente, eram alocados nos corredores do seu centro de distribuição e nos espaços reservados às áreas de stage in e stage out, e docas de expedição, dada a indisponibilidade de locações nas estruturas de armazenagem.

Num rápido exercício de imaginação, pode-se ter a ideia de como os transtornos causados pela falta de espaço afetavam diretamente os resultados do negócio, com destaque para os baixos índices de acurácia de inventário e a morosidade nos processos de movimentação, tanto para a guarda, quanto para o atendimento de pedidos e expedição de produtos.

Merece destaque o fato de a empresa ter tomado a decisão extrema de atender pedidos com produtos recém produzidos e de mais fácil acesso, em detrimento aos mais antigos, dada a dificuldade de se alcançar as suas locações originais de armazenagem.

Nessa situação, os primeiros questionamentos que vêm à mente são: Por que não ampliar a estrutura física do centro de distribuição? ou, ainda, por que não sucatear itens com data de validade próximas do vencimento, de modo a liberar espaço para os mais novos? Na tentativa de resolver o desafio, diversas foram as ações que haviam sido tomadas anteriormente pela empresa, todas, porém, sem atingir o objetivo esperado.

Após um diagnóstico aprofundado sobre os históricos de movimentação e inventário (refiro-me principalmente às suas políticas de estoque, tais como cobertura, estratégico, segurança e pontos de reposição, já que seu modelo é make to stock) e expandindo a investigação para as etapas anteriores do processo produtivo, foi identificado que a principal causa do problema era a falta de um planejamento adequado da produção, suportado, primeiramente, por uma boa ferramenta e um sistema robusto de gestão e, posteriormente, por um plano de vendas que proporcionasse uma visibilidade minimamente firme para o curto e médio prazos.

A recomendação, portanto, foi focar os esforços na estruturação do seu PPCP (Planejamento, Programação e Controle de Produção), com o desenvolvimento e modelagem de um MRP (Material Requirements Planning), complementado por um amplo programa de treinamento do time do próprio Planejamento e em vários níveis nos setores comercial, fabril, suprimentos e logística.

Com um cronograma recorde de implantação e baseado em um programa de gerenciamento de curtíssimo prazo junto à produção, os frutos foram colhidos muito rapidamente, resultando em:
a) Adequação dos volumes de produção, tornando-os aderentes às políticas de estoque;
b) Respostas mais rápidas às variações de demanda;
c) Implantação do processo de medição regular da eficiência global dos equipamentos;
d) Redução significativa dos níveis de estoque de matérias primas;
e) Acurácia dos inventários, superando as metas estabelecidas;
f) Maior controle do fluxo de caixa (sob o prisma de desencaixe na aquisição de matérias primas);
g) Total domínio sobre o GGF (Gastos Gerais de Fabricação); e
h) Retomada dos processos regulares de manutenção preventiva de máquinas e equipamentos, antes abandonados, em função da indisponibilidade dos mesmos.

Atualmente, a empresa conta com um centro de distribuição adicional, construído justamente para atender a expansão do seu negócio.

Até a próxima!

Hernani Roscito Hernani Roscito

Hernani José Roscito

Sócio-Proprietário da MENDES DE ALMEIDA & ROSCITO CONSULTORIA

Consultoria especializada em projetos de Supply Chain

hernani.roscito@marconsultoria.com.br

www.marconsultoria.com.br

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