Mais impostos para o Transporte Rodoviário de Cargas

Na minha posse como presidente do SETCESP em 2013, citei em meu discurso, que tinhamos 56% de impostos entre diretos e indiretos sobre o faturamento das transportadoras, e ao final da minha fala, ainda na mesa, o governador Geraldo Alckmin disfarçadamente perguntou-me sobre a origem desta informação, e disse a ele que era pesquisa nossa junto as próprias fontes arrecadadoras.

Nos últimos tempos, o único benefício que tivemos foi a desoneração da folha de pagamento, e que infelizmente a partir de 2018, retornará ao patamar anterior, ou seja, tinhamos com a desoneração, o recolhimento de 1,5% sobre o faturamento e a partir do próximo ano retornaremos a pagar 20% sobre a folha de pagamento, o que para a grande maioria das empresas aumenta substancialmente a carga tributária, o que com certeza provocará um grande número de demissões.

Injusto, pois para outros setores como o transporte rodoviário de passageiros, que tem um número de funcionários infinitamente menor que o TRC, continuará com o benefício.

As entidades do setor tem feito a sua parte junto aos parlamentares, tentando reverter a situação, pois não suporta mais aumento de impostos.

O problema é que por falta de caixa, o governo federal editou a MP 744 extinguindo a desoneração para diversos segmentos e como sempre, despeja o problema sobre o setor produtivo, ao invés de privatizar as 111 empresas estatais federais, como o Correio, que em 2015 amargou prejuizo de R$ 2 bilhões, outros R$ 2 bilhões em 2016 e para 2017 prevê R$ 1,2 bi de deficit. Se assim tivesse feito, extinguiria o prejuizo e ainda estaria arrecadando com impostos.

E a novidade mais recente é um incremento no PIS e COFINS dos combustíveis, aí incluindo o diesel, para ajudar a tapar o buraco de R$ 139 bilhões previstos para este ano.

Aí, o transportador fazendo esforço para segurar o imposto de um lado, e o governo aumenta de outro.

Para quem reclamar?