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Conteúdo 21 de junho de 2016

O custo do pedágio

Entendo que todas as concessionárias devam cobrar pedágios de seus usuários. Nada mais justo receber de quem efetivamente se utiliza das estradas desde que os valores fossem razoáveis, todavia ao analisarmos os custos para as estradas paulistas veremos que há algo de absurdo, senão vejamos:

Tomemos por exemplo, um conjunto de cavalo mecânico e carreta de cinco eixos, que hoje custa R$ 350.000,00, partindo de Ribeirão Preto para São Paulo, gasta R$ 271,50 de pedágio neste trecho de 300 km e outra quantia igual no sentido inverso ( sim, porque na volta muito embora o veículo esteja vazio, paga pelos eixos suspensos ) perfazendo um total de R$ 543,00 por dia. Este veículo fazendo 22 viagens por mês gasta R$ 11.946,00!

Dividindo-se o valor do veículo pelo valor gasto em pedágios teremos o número 29 que é a quantidade de meses que se “ entrega “ este equipamento à concessionária, muito antes de se pagar por ele, visto que o transportador o financia em 36, 48 ou 60 meses.

Pior que isto, passa a se tornar o primeiro item do custo do transporte rodoviário de cargas, suplantando neste exemplo, o diesel e motorista que sempre foram os primeiros da planilha, e que fatalmente serão repassados ao custo final dos produtos.

Analisando-se o balanço das concessionárias x bancos ( que tradicionalmente sempre foi o melhor negócio do Brasil ), chegaremos a conclusão que é muito mais vantajosa a primeira opção, com lucros superiores a 60 % da receita.

Esperamos que o governo paulista em suas próximas licitações, adote um modelo que remunere a concessionária em níveis aceitáveis e não explore o usuário.

Manoel Sousa Lima Jr. Manoel Sousa Lima Jr.

Diretor da RG LOG, ex-presidente do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região.

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