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Conteúdo 17 de janeiro de 2017

O que esperar de 2017

Nos últimos anos o transporte rodoviário de cargas tem amargado muitos prejuízos, principalmente devido a retração no mercado causado pelo encolhimento da atividade econômica.

O governo no afã de recuperar a economia, via BNDES, liberou crédito com juros baixos para incentivar a indústria automobilística para pesados.

Com isso, o transportador aproveitou para renovar a frota, todavia com o crédito fácil e o juro baixo, muita gente de fora do setor comprou caminhão achando que poderia “ enricar “, fazendo transporte.

Entretanto o que se viu foi, a baixa dos fretes devido ao excesso de oferta, inclusive, e não só por isso, por causa dos incautos que por não conhecerem os custos do TRC, acabaram por praticar fretes predatórios, complicando o já combalido mercado de fretes. Para se ter uma ideia, levantamento feito pela NTC indica que o frete praticado hoje tem uma defasagem de 10 a 12%, dependendo do tipo de carga.

Lembremos que transportar um volume maior não resolve o problema, visto que não existe economia de escala no transporte !

Portanto, é hora de encolher e fazer somente os transportes que realmente produzam resultados positivos, e digo que está difícil de acordo com a quantidade de “ bids “ lançados pelos embarcadores no ano passado, todos querendo reduzir custos.

E para complicar mais, os pedágios das rodovias federais aumentaram substancialmente acima da inflação, assim como o diesel que aos poucos vai sendo reajustado, o que acaba complicando, uma vez que o transportador não consegue recompor o frete junto ao cliente.

O setor teve uma redução de 7,5% no volume de carga no ano que passou, e assim demitiu 37 mil funcionários no Brasil, sendo que destes 17 mil no estado de São Paulo.

A inflação fechou o ano em 6,29%, e só baixou devido a redução da atividade econômica.

O Banco Central acaba de anunciar redução da SELIC em 0,75%, trazendo os juros para 13% ao ano, o que ainda assim é o maior do mundo.

Para 2017 teremos uma safra de grãos expressivamente maior que a de 2016, vislumbrando assim uma esperança para o transportador que opera nesta modalidade, pois diante das projeções a indústria não se recupera neste ano.

Assim sendo, se faz necessário que o transportador trate com muito critério os novos contratos, preservando desta forma a saúde financeira de seu negócio.

Manoel Sousa Lima Jr. Manoel Sousa Lima Jr.

Diretor da RG LOG, ex-presidente do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região.

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