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Conteúdo 21 de julho de 2015

Os bastidores da logística operacional

O campo da logística operacional realmente não é fácil. Não que a logística estratégica também não reserve suas dificuldades àqueles que, teimosamente, respiram problemas com infraestrutura, com pessoal, com leis equivocadas e falta de visão e vontade políticas que fazem parte dessa “magia” chamada Logística. Mas, se a área estratégica é aquela que “planeja até enquanto se executa”, a operacional é aquela que “executa até enquanto outros dormem”.

Quando se faz parte das duas áreas, como eu, é possível medir direitinho tudo o que representa cada uma dentro do processo. Assim como é possível perceber que uma está sempre em evidência enquanto a outra está sempre nos bastidores. Não que o sucesso as distinga, mas os reconhecimentos as separam.

Não, não há nada de errado com você que trabalha na área operacional. É assim mesmo. Não deveria ser, mas não é diferente em nenhum lugar do mundo. É uma área em que se pensa que as mãos são mais importantes do que a cabeça. O que não é verdade e também não me parece justo. Em todos os momentos o operacional é uma extensão importantíssima do estratégico. A constatação é simples: um planejamento não termina enquanto se realiza e é necessário raciocínio também enquanto se executa.

Um projeto pode ser dividido em até três partes importantes: o principal, os meios e os “possibilitadores”. Na Logística, a área operacional é a única que está presente em todas as partes. Como numa guerra, onde o principal é vencê-la, os meios são representados pelas conquistas de territórios e os “possibilitadores” podem ser vistos através do confronto direto com o inimigo. O “poderio operacional” está forte no confronto direto, está presente na ocupação… Mas, o sucesso da operação parece sempre ser brindado apenas pelos oficiais.

Envolvida diretamente com as dificuldades de pessoal, de equipamentos, de rotas e suas particularidades que vão desde a precariedade de nossas estradas até as leis equivocadas e o controle do trânsito caótico de nossas cidades, a logística operacional, por muitas vezes, sequer é consultada em certas tomadas de decisões. O papel de apenas executar tarefas não representa o que o operacional realmente significa para o sucesso dos projetos, para o alcance das metas. É que, infelizmente, no Brasil desenvolve-se mais a cultura do mérito para aquele que está em evidência enquanto quem realmente faz fica meio esquecido por trás das cortinas. Como na música, não é comum conhecermos os compositores de canções maravilhosas interpretadas por cantores em evidência. Logo as associamos ao cantor e cometemos grande injustiça com o talento daquele que compôs.

Esse exemplo na música nos confunde sobre inteligência e evidência e nos revela que nas logísticas estratégica e operacional essa “separação” nada tem a ver com inteligência, já que o compositor seria o inteligente na situação e este fica esquecido ou desvalorizado. Tem a ver mesmo com a evidência daqueles que captam os méritos para si deixando de fora o restante da equipe. No entanto, inteligência e evidência são importantes para todos os mercados. E na Logística não deveria ser diferente. Essas partes, estratégia e operação, são apenas para direcionar tarefas e responsabilidades dentro de um projeto que busca o mesmo resultado com o empenho e o mérito de todos e para todos.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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