Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 8 de agosto de 2017

Os impactos ambientais gerados pela cadeia de abastecimento

Este artigo trata de engajamento!
Isso mesmo, engajamento de todos os players que, mundo afora, formam uma poderosa, extensa e entrelaçada cadeia de abastecimento. Trata-se, portanto, do envolvimento de fornecedores, produtores, transportadores, distribuidores, consumidores e quem mais possa ser um agente nesse complexo sistema chamado Supply Chain.
Desnecessário comentar os aspectos tão conhecidos do crescimento desenfreado na relação consumo Vs. produção e seus efeitos no planeta, na economia e, acima de tudo, nos seres humanos.
Mas a pergunta é, justamente, o que empresas, consumidores e todos os que existem no entremeio dessas duas pontas estão fazendo para reduzir os impactos ambientais?
Para se ter uma ideia de quão preocupante é este tema, estudos recentes mostram que a cadeia global de abastecimento é responsável por até quatro vezes mais emissão de gases de efeito estufa, quando comparado às emissões da cadeia produtiva (extração e transformação).
Pesquisas desenvolvidas por entidades mundialmente reconhecidas, revelam, por exemplo, que empresas de bens e serviços geram, em suas cadeias de abastecimento, custos ambientais (emissão de gases efeito estufa) 80% maiores que suas próprias operações de fabricação, com impacto acima dos 90% na natureza.
As causas dessa alarmante realidade deslocam-se à medida que a cadeia de valor do produto é gerada e, numa visão rápida, destacam-se a inexistência de políticas de gestão ambiental claramente definidas, o pouco investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos com viés ambiental (produtos “verdes”) e, dentre tantos outros, a falta de processos colaborativos entre os players da cadeia. Para este último, há uma ressalva para o sucesso das empresas que compartilham com seus parceiros de negócio as suas iniciativas ambientais e que contribuem fortemente para um sistema mais sustentável.
Estudos mostram a já conhecida contribuição de países muito desenvolvidos na deterioração do meio ambiente, com suas posturas incrivelmente ineptas em relação ao tema. Outros, comprovam como o número de empresas preocupadas em atuar de forma efetiva para mitigar seus impactos climáticos ou gerenciar os seus riscos ambientais de forma mais eficaz ainda é muito baixo em relação ao número de companhias com alto e efetivo potencial de reversão do cenário (v. cdp.net).
A percepção distorcida do fato em determinados setores econômicos também contribui para a pouca ou nenhuma iniciativa ambiental, especialmente porque consideram que mudanças climáticas, por exemplo, não têm influência ou não apresentam risco para os seus negócios. Incrível, não é?
Mesmo no Brasil, um pequeno número de empresas se mostram preocupadas com o assunto. Ações são pontuais e, na grande maioria, impulsionadas mais pelo alto custo dos recursos do que propriamente por uma consciência ambiental moderna e positiva.
Na contrapartida, e ainda bem, o movimento para um Supply Chain “verde” ou GSCM – Green Supply Chain Management vem ganhando força nos últimos anos, com a participação efetiva de empresas que assumiram uma postura consciente e que estão contribuindo para minimizar os efeitos dos seus produtos e processos no meio ambiente.
Estão preocupadas em repensar os seus negócios, mas sem deixar de priorizar os seus resultados econômico-financeiros, com uma visão mais consciente e com a adoção de políticas internas e externas de gestão ambiental (ISO 14000, entre muitas outras), engajamento das suas engenharias no desenvolvimento de produtos mais ecológicos (“ecodesign”), gestão colaborativa de fornecedores (expansão das suas políticas ambientais além das suas fronteiras), ações cooperativas junto a clientes e consumidores (uso consciente dos seus produtos) e até mesmo na logística reversa (descarte adequado ou reuso de componentes).
Há, no mundo, várias iniciativas de associações e de outras organizações não governamentais que podem ajudar as empresas a mitigar seus riscos ambientais, sugerindo indicadores para medição desses riscos ou recomendando ações para os problemas mais urgentes em seus processos fabris.
Farto material a respeito pode ser encontrado nos sites da WWF – World Wildlife Fund, SASB – Sustainability Accounting Standards Board, TSC – The Sustainability Consortium e muitos outros.
Há muito mais a ser pensado em termos de pesquisa e desenvolvimento de novas matérias primas e produtos mais sustentáveis ou, até mesmo, a inclusão de oportunidades ambientais e climáticas nos planos estratégicos das empresas.
Cabe a cada um de nós, profissionais e consumidores, identificar as oportunidades de adoção de uma postura firme e positiva em relação ao clima e à natureza.
O desafio está lançado e ele é urgente e real. Portanto, mãos à obra!
Até a próxima!

Hernani Roscito Hernani Roscito

Hernani José Roscito

Sócio-Proprietário da MENDES DE ALMEIDA & ROSCITO CONSULTORIA

Consultoria especializada em projetos de Supply Chain

hernani.roscito@marconsultoria.com.br

www.marconsultoria.com.br

Volvo
BR-101
Mundial Express
Savoy
Globalbat
Retrak
postal