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Investimento 21 de outubro de 2016

Empresa se espelha em ‘Netflix e Spotify’ para trazer disrupção ao mercado industrial

Disrupção é um conceito cada vez mais conhecido dos consumidores. Startups como Airbnb, Uber, Spotify e Netflix mudaram a forma como as pessoas lidam com serviços e entretenimento, tornando-os mais fáceis e acessíveis. As empresas, porém, ainda não exploraram no mesmo nível o grau de disrupção alcançado pelos consumidores para otimizarem a condução de seus negócios.

A fim de levar disrupção ao seu nicho de atuação, a Nimbi, empresa especializada em gestão da cadeia de suprimentos, que atua com empresas de grande porte da indústria, investiu R$ 40 milhões nos últimos dois anos para modernizar toda a sua plataforma de gestão, reduzindo os custos de adoção para as empresas que a utilizam. O conceito foi baseado em startups como Netflix e Spotify.

A mudança buscada pela Nimbi no setor se dá em duas frentes quando comparado ao modelo tradicional, conhecido pelo mercado. As empresas que trabalham com plataformas de gestão de suprimentos (e-procurement, em inglês) enfrentam dois entraves principais, que são tempo e custo de implementação, segundo Carlos Henrique Campos, sócio-diretor da Nimbi. “Qualquer projeto no modelo atual tem um tempo mínimo de implantação de seis meses, com um custo que pode ir de R$ 50 mil até mais de R$ 1 milhão”, avalia Campos.

Com uma história de mais de 15 anos, a empresa mudou não apenas a sua tecnologia, mas também a sua marca e até a sua sede para se adaptar à inovação buscada. “Todo o investimento que fizemos teve como objetivo único inovar e simplificar essa tecnologia para as empresas”, afirma o executivo. “Tanto o tempo de implementação como o custo foram reduzidos de forma drástica”, complementa.

Mudança

A Nimbi nasceu em 2000 como Webb. A fornecedora de tecnologia se destacou como consultoria, estruturando processos de compras em grandes organizações. Em 2012, a divisão de serviços foi vendida para a KPMG. Após esse período começou todo o processo de reestruturação. Por meio do empresário e investidor Antonio Dias Leite Neto, um dos fundadores da Multicanal (que viria a se tornar a Net) e do canal Shoptime, foi aportado R$ 40 milhões. O valor foi destinado para reformular toda a tecnologia, além de uma nova marca para simbolizar a ruptura desta nova fase. Clique aqui e veja o vídeo.

A mudança começou em maio de 2015. Para entregar uma solução robusta, mas ao mesmo tempo flexível e de baixo custo, a Nimbi investiu em tecnologia cloud computing – nimbi em latim é o plural de nuvem. Isso permitiu a primeira disrupção: custo zero de implantação. Inspirado em plataformas como Netflix e Spotify, o modelo comercial é baseado em assinaturas, sem taxa de implementação e com diferentes pacotes de acordo com o porte e necessidades de cada empresa. “Queremos democratizar o e-procurement no Brasil, assim empresas de médio porte também podem ter acesso com baixo custo”, afirma Campos.

Por utilizar a tecnologia baseada na nuvem, isso permite que a plataforma seja acessada de qualquer dispositivo com acesso à Internet e informações praticamente em tempo real. Utilizando metodologia de desenvolvimento de startups, o MVP (Mínimo Produto Viável, em inglês), ela recebe atualizações constantes de acordo com o feedback e sugestões de melhorias dos próprios clientes – a cada três semanas, novas funcionalidades são inseridas e atualizadas na solução. “Assim como ocorre com os aplicativos que utilizamos em nossos smartphones, as atualizações são constantes, sem prejudicar a experiência do usuário”, afirma o executivo da Nimbi.

De acordo com o sócio-diretor da empresa, isso permite agilidade nos processos das empresas. “O departamento de compras ganha mais eficiência, economia de tempo e redução de custos. A tecnologia automatiza alguns processos, mostra fornecedores com preço mais em conta e coloca os profissionais em posições estratégicas para a tomada de decisões”, afirma.

A segunda mudança se dá na usabilidade da plataforma. A Nimbi contratou os serviços da agência digital norte-americana Huge, especializada em experiência do usuário (UX, na sigla em inglês). Isso permitiu a criação de uma interface muito mais amigável. “Assim como aplicativos para o consumidor final, as soluções B2B também devem ser simples e intuitivas”, afirma o sócio-diretor da empresa. “Aplicativos como Facebook não precisam de manual para o usuário utilizar. Foi essa inovação que tentamos trazer para o mercado”, complementa Campos.

O novo momento também fez com que a empresa mudasse sua sede. Antes baseada no Rio de Janeiro, a Nimbi inaugurou no último dia 18 de maio a sua nova sede, no bairro da Vila Olímpia, coração financeiro da cidade de São Paulo. O escritório também tem influência de empresas inovadoras, como o Google. “Nesse novo espaço, queremos materializar a imagem de empresa inovadora, diferente do ambiente tradicional corporativo”, avalia Campos.

Expectativas

Após a nova fase da empresa, a Nimbi já conta com 50 clientes, sendo entre elas companhias como L’Occitane, Nextel, BRF (Sadia/Perdigão), Burger King, Faber Castell, entre outras. A expectativa é terminar o ano com uma base de 150 empresas. Em 2015, a plataforma foi responsável por aproximar mais de 30 mil empresas, controlar 3,5 milhões de cotações e pedidos e transacionar R$ 10,6 bilhões.

Além disso, a Nimbi também pretende ser uma incubadora de novos projetos com foco em outras empresas de tecnologia para negócios B2B. Foram instalados na sede novos espaços em formato de container para abrigar as start-ups selecionadas.

Case

A fabricante multinacional norte-americana de cosméticos Avon adotou uma estratégia para reduzir drasticamente os custos operacionais da sua divisão brasileira. Por meio de uma parceria com a Nimbi, com investimento total de aproximadamente R$ 2 milhões e previsão de duração de 30 meses, a empresa otimizou suas operações de cadeia logística e de compras de produtos considerados não matérias primas. No primeiro trimestre deste ano, a Avon obteve mais de R$ 500 mil em redução de custos operacionais. Em 2015, esse valor foi de R$ 2 milhões. Os principais objetivos da parceria com a Nimbi é centralizar as operações de Manutenção, Reparo e Operação. Além disso, controlar a gestão terceirizada das compras desses itens, medição de KPIs das operações e incorporação de benchmarks nos processos de compras da Avon.

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