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Logística Farmacêutica 22 de abril de 2019

Empresas da área de saúde investem em entregas via drone para otimizar operações

Podemos dizer que o drone é um novo modal de transporte que entra para complementar a operação logística já existente. Algumas empresas estão investindo nessa tecnologia, que promete revolucionar o mercado de logística brasileiro. Entre elas, o Grupo Elfa (Fone: 11 4890.2001), composto por empresas varejistas e distribuidoras de medicamentos, e o laboratório farmacêutico Sanofi (Fone: 0800 703.0014), que, em parceria com a SMX Systems (Fone: 16 3723.0809), especialista em desenvolver sistemas aéreos não tripulados, estão testando a entrega de produtos para a saúde por meio destes equipamentos.

Katia Souza, diretora de Supply Chain da Sanofi, diz que o uso do drone é uma maneira inovadora de atender clientes e pacientes com mais agilidade e segurança. “Entre os diversos benefícios que nos motivaram a escolher esse modal está a possibilidade de atender lugares com dificuldade de acesso por outros meios de transporte com rapidez e agilidade, como já ocorre em alguns países”, diz.

Segundo Roger Vallim, diretor corporativo do Grupo Elfa, há muitos locais em que um carro não chega, nem mesmo um avião, pelo custo envolvido. “Esperamos levar esperança para os pacientes e serviço para as instituições que cuidam desses pacientes.”

A necessidade de investir no desenvolvimento dessa tecnologia nasceu quando a Elfa olhou para a realidade do Brasil e viu que há muitas dificuldades de acesso, seja devido à localidade, seja pelos grandes congestionamentos. “Quando analisamos o futuro, percebemos que o custo com transporte no Brasil será cada vez mais alto, portanto, é fundamental promover mais acesso a recursos de saúde. Além disso, com a entrega por drones teremos mais produtividade, melhora do nível de serviço e redução de custo”, complementa Vallim.

De fato, investir nessa tecnologia é de extrema importância e será um ganho para todo o país, como destaca o diretor de operações do Grupo Elfa, Igor Spreafico. De acordo com ele, entregar o produto íntegro e na temperatura correta, por exemplo, será um dos grandes diferenciais nesse novo sistema.

“Estamos desenvolvendo uma embalagem certificada que garanta a política de entrega necessária e que mantenha a temperatura adequada ao longo de todo o percurso. O software do drone também permite mensurar a temperatura e a umidade por meio da internet”, explica, adicionando que, além da agilidade, os benefícios serão para o meio ambiente. “Por ser elétrico, o drone não emite gases, o que o torna mais limpo.”

Vale ressaltar que a operação com drones depende da regulamentação e autorização das autoridades competentes, como ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Por enquanto, a atividade está em teste pelas empresas parceiras.

 

Parceria

Foi durante a Drone Show, feira promovida pela MundoGEO em São Paulo, e cuja próxima edição ocorre de 25 a 27 de junho, que a SMX Systems conheceu a Sanofi e o Grupo Elfa. Ambas procuraram a empresa de tecnologia com o objetivo de desenvolver uma iniciativa de entrega de medicamentos via drone. “Decidimos então começar o projeto em conjunto utilizando o SMX DLV-1, modelo especial desenvolvido no Brasil pela companhia, que consiste em um hexacóptero com seis rotores principais, cada um com capacidade máxima de 2 kg de empuxo”, explica Samuel Salomão, fundador da SMX Systems.

A empresa nasceu em 2017, em Phoenix, Arizona, Estados Unidos, focada em trabalhar no mercado da telemedicina, atendendo o paciente que se utilizava da consulta à distância no mercado americano. No ano passado, a marca chegou ao Brasil com o objetivo de trabalhar com esse segmento, que está ainda em fase de regulamentação no país. “Temos certeza que nos próximos anos a área da saúde se beneficiará muito com o transporte de medicamentos, bolsas de sangue, órgãos, etc. Acreditamos que esse modal ainda salvará muitas vidas”, afirma.

 

Execução

O sistema aéreo não tripulado da SMX é automatizado e supervisionado por um piloto e um observador em solo e permite assumir o controle da aeronave caso necessário, seguindo a legislação. “A regulamentação do serviço de transportes via drone vai definir como será a operação no futuro”, comenta Salomão, da SMX Systems.

Um dos pontos que envolve a segurança de voo é o planejamento da missão, ou seja, como a rota é traçada e a que altura. A entrega é planejada em baixa altitude para garantir a separação entre as aeronaves tripuladas e os drones.

O segundo ponto está ligado às tecnologias existentes para evitar colisões. O drone pode ser equipado com um dispositivo ADS-B, que detecta a proximidade de aeronaves tripuladas. Até 2020, todas as aeronaves tripuladas nos Estados Unidos serão obrigadas a usá-lo. “Quando começarmos a realizar o trabalho com maior volume, precisaremos de um sistema UTM para o gerenciamento de tráfego aéreo não tripulado, garantindo a segurança das operações”, expõe o fundador da SMX Systems.

Sobre a segurança da carga, Spreafico, do Grupo Elfa, explica que essa questão pode ser tratada de duas formas: pelo lado da integridade do produto e também pelo risco de assalto. “Como não segue em rodovias, evitamos rotas com risco de assalto nesse tipo de modal. Além disso, o drone possui um dispositivo de GPS que permite o acompanhamento e o monitoramento da carga. Para o futuro, estão sendo desenvolvidos dronepontos, locais de pouso de drones, com proteção lateral para evitar impactos com pessoas”, conta.

Spreafico ressalta que, segundo estudo feito no mercado israelense, o drone autônomo, sem operador, pode chegar a custar 260 vezes menos do que o transporte via automóvel.

Katia, da Sanofi, faz questão de salientar que o dispositivo não vai substituir os meios de transporte usuais. “Existem locais em que este modal será muito mais eficiente que os tradicionais. A tendência é que os drones ganhem mais espaço nos próximos anos, à medida que a regulamentação avance”, finaliza.

 

 

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