A Gristec – Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Risco e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Fone: 11 3807.3397) desenvolveu uma radiografia do setor de rastreamento de veículos e gerenciamento de riscos. O relatório foi criado através das informações fornecidas pelos associados da Associação que, consequentemente, foram projetadas para as demais empresas do segmento.
“Na verdade, esse trabalho começou quando começou a Gristec. E a maior dificuldade aqui foi obter a confiança dos associados para compartilhar as informações. Compilar os dados foi o menos complicado. O trabalho de muitos anos, mais de uma década, foi o de conquistar a confiança dos associados”, diz o presidente da Gristec, Cyro Buonavoglia. “Para fazemos esse levantamento somamos as estatísticas das empresas associadas e projetamos para o restante do mercado, porque não conseguimos pesquisar com as empresas não associadas”, completa ele.
Denominado “Relatório setorial 2014 – Rastreamento e monitoramento de veículos e cargas e gerenciamento de riscos”, o estudo apontou que no Brasil cerca de 300 empresas atuam nos segmentos de Tecnologia de Informação veicular e gerenciamento de riscos. A Gristec possui 80 associados que, segundo a Associação, representam 80% do mercado, em volumes.
O segmento é responsável por empregar mais de oito mil funcionários em suas estruturas operacionais e quatro mil colaboradores indiretos. Ele conta, aproximadamente, com 100 lojas próprias e duas mil lojas credenciadas e centros avançados de atendimento em todo o território brasileiro.
“Temos uma rede enorme de assistência técnica. E a partir do momento que você atende veículos e eles se deslocam, é preciso ter atendimento por todo o país, porque tem de estar presente onde está o veículo. Esse é um dos grandes desafios do nosso mercado, fazer cobertura de todo território nacional”, afirma o vice-presidente da Gristec, Cileneu Nunes.
Combate ao roubo
Um dos principais objetivos para a criação do Relatório era mostrar a importância do mercado de rastreamento e gerenciamento de risco na hora de coibir o roubo de veículos e de cargas.
Segundo os dados apresentados pela Gristec, o ano de 2013 teve um pico histórico no número de roubos e furtos, com 32,1 mil ocorrências. Entretanto, de 2005 até 2013, 563 mil tentativas de roubo/furto foram frustradas devido à ação de equipamentos antifurto e/ou de centrais de monitoramento. O número representa uma economia de R$ 27 bilhões para as empresas beneficiadas.
“Em 2013, as ações desenvolvidas pelas empresas associadas à Gristec permitiram a recuperação em 149 mil eventos de roubo/furto. O que é um número bem alto, se você considerar que a Associação tem uma porcentagem pequena do total do mercado”, diz Nunes.
Os veículos recuperados de 2005 até 2013 foram 69% de caminhões, 27% de automóveis e 4% de motocicletas. Em relação ao mercado de proteção de cargas e veículos, os números são ainda maiores. No mesmo período, foram gerenciadas 3,6 milhões de cargas, no valor de R$ 681 bilhões. Deste total, 1,2 milhão de cargas tiveram algum tipo de sinistro, que foram frustradas devido à ação dos equipamentos e/ou das gerenciadoras de riscos.
Mas, apesar de apresentar dados bastante positivos, o mercado de rastreamento de veículo e gerenciamento de riscos ainda tem pouca inserção no Brasil. Segundo os dados da Gristec, apenas 5% de toda a frota brasileira, que tem cerca de 46 milhões de veículos, possui algum tipo de sistema de rastreamento.
Entre os tipos de veículos mais rastreados, os automóveis são os que mais possuem essa tecnologia, com 50% do mercado. Caminhões representam 35% e as motocicletas, 12%. Os demais 3% estão divididos entre máquinas, ônibus e carretas.
“Hoje, apenas 2,3 milhões dos veículos possuem sistemas de monitoramento e rastreamento no Brasil. Os veículos de cargas são cerca de 400 mil, sendo que a maioria são os de cargas com alto valor agregado. Em outros países, essa penetração é muito maior”, lamenta Nunes.
O tipo de tecnologia de rastreamento mais utilizados no Brasil ainda é o de GPRS (telefonia móvel), com 68% do mercado. Radiofrequência (RF) fica com 24% e os satélites com apenas 8%.
Segundo o vice-presidente da Gristec, a baixa inserção dos satélites é devido ao alto custo desse tipo de tecnologia, que tem como principal vantagem o alcance em regiões onde a telefonia móvel não tem cobertura.
“Em um país de dimensões continentais como o Brasil nunca vai existir cobertura de celular em 100% do território, como acontece na Europa, por exemplo. Vamos sempre necessitar do uso de satélites para certas regiões. E ele tem essa função: rastrear onde a telefonia móvel não alcança”, completa Nunes.









