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Portos 10 de abril de 2015

Governo de Pernambuco e Porto de Miami firmam parceria para movimentação de cargas e passageiros

A movimentação de cargas e passageiros entre o Brasil e os Estados Unidos deve crescer nos próximos anos. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Thiago Norões, assinou, nesta quarta-feira (8/4), um protocolo de intenções entre os portos de Suape, Recife e Miami para construir uma relação de negócios entre as três unidades. O ato ocorreu na 21ª Intermodal South America, a maior feira de logística, transporte de cargas e comércio exterior da América Latina. O Porto de Miami, situado no estado da Flórida, é tido como a porta de entrada de cargas das Américas e se apresenta no 11º lugar em movimentação nos EUA, além de a própria Miami despontar como a capital mundial dos cruzeiros. Em 2013, quase 8 milhões de toneladas e 901 mil TEUs (unidade de contêineres de 20 pés) foram movimentados no porto estadunidense e ceca de 5 milhões de passageiros passaram pelo local.

“Firmaremos esta parceria porque estamos atentos às novas demandas que surgirão no setor portuário com a conclusão da ampliação do Canal do Panamá (prevista para 2016)”, declarou Norões, lembrando que o Estado de Pernambuco está para o Canal do Panamá no Brasil assim como o da Flórida nos EUA. “Sabemos que nossos portos estão próximos dos Estados Unidos em relação a outros terminais do Brasil e que temos a melhor capacidade de transporte de cargas e de passageiros do Nordeste. Isso nos credencia para explorar nossas vocações nesse compromisso com o Porto de Miami. Em Suape, podemos receber mais cargas de fora e ampliar a atividade de cabotagem, consolidando-o como um hub port (concentrador e distribuidor de cargas) para as regiões Norte e Nordeste do País. No Porto do Recife, podemos atuar na movimentação de passageiros e de cargas específicas, como açúcar, por exemplo”, explicou o secretário e presidente de Suape.

Com a parceria internacional, as administrações dos portos pretendem fazer uma pesquisa de marketing geral, centrada no aumento da movimentação de cargas e de passageiros, e trocar informações sobre o desenvolvimento de infraestrutura portuária planejada, a indústria de cargas existente em cada porto e as estatísticas históricas. Isso será possível com a formação de grupos técnicos de trabalho para troca de visitas. “Com base nesses dados que iremos obter, faremos as projeções de crescimento, mas, de antemão, já enxergamos, após ou durante este trabalho, a implantação de dois projetos envolvendo Suape e Miami”, comentou o vice-presidente de Suape, Bernardo D’Almeida.

A primeira iniciativa pretendida com o acordo é o reforço das políticas de preparação para as micro e pequenas empresas para exportação, em especial os arranjos produtivos locais (APLs), entre eles, têxtil e gesseiro, para os quais a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) já possui projetos. Atualmente, a cadeia têxtil de Pernambuco engloba mais de 15 mil empresas em Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado, que respondem por 100 mil empregos e 12% da produção de toda a indústria pernambucana, fabricando 900 milhões de peças por ano. A região do Sertão do Araripe é responsável por mais de 90% de produção nacional de gesso, abrigando uma série de micro e pequenas empresas que empregam cerca de 70 mil pessoas. “O estado da Flórida conta com a maior comunidade de brasileiros nos Estados Unidos, além de ter grande população latina. Portanto, configura-se como porta de entrada natural para os produtos brasileiros e pernambucanos”, disse Norões.

O segundo projeto para Suape-Miami deve focar a consolidação de cargas para exportação voltada aos pequenos produtores do Estado, para o qual Suape buscará ter saídas semanais e quinzenais, alinhando com armadores, agentes de cargas e terminais e articulando com os exportadores. “O Porto de Miami é importante para praticar tarifas competitivas de desconsolidação e distribuição dos produtos na região, com alta concentração de hispânicos”, pontuou D’Almeida.

No Porto do Recife, o intuito é buscar novos cruzeiros. Inaugurado em agosto de 2013, o Terminal de Passageiros recebeu cerca de 50 mil turistas na temporada de 2014/2015 e, para a temporada 2014/2015, estão previstos 30 mil passageiros. “Queremos incrementar nosso número de visitantes oriundos dos Estados Unidos, pois esses turistas podem contribuir com a movimentação da economia do nosso Estado”, salientou o presidente do Porto do Recife, Olavo de Andrade Lima Neto. Em março, uma equipe do Governo do Estado foi a Miami para participar da maior feira de cruzeiros do mundo. “A expectativa é de que a Peace Boat (empresa que realiza um cruzeiro de volta ao mundo) inclua o Recife no itinerário da temporada de 2016/2017 e que os navios de cruzeiro Azarama e Celebrity, do armador Royal Caribbean, incluam o Recife em novas rotas”, afirmou Andrade Lima Neto.

EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES

No ano passado, os Estados Unidos foram responsáveis por 12,1% das exportações brasileiras. Os principais itens adquridos pelos EUA foram manufaturados, semimanufaturados e básicos. Entre os países fornecedores do Brasil, por sua vez, os EUA ficaram com 15,4% do volume total importado, tendo como itens matérias-primas e intermediários, combustíveis e lubrificantes, bens de consumo e bens de capital. Nesse contexto, o Porto de Suape exportou 120,3 mil de toneladas para os EUA em mercadorias como combustíveis, óleos minerais e produtos siderúrgicos e importou 2 milhões de toneladas daquele país em itens como trigo, produtos químicos e orgânicos e maquinário em geral. O Porto do Recife exportou 99,4 mil toneladas de açúcar e importou 173,2 mil toneladas de diversos produtos, tais como trigo, peças de projeto e barrilha. Ao todo, Pernambuco exportou para o mundo US$ 943 milhões em 2014 e importou US$ 7,3 bilhões.

(Na foto, Thiago Norões com Eric Olafson, gerente de relações intergovernamentais e desenvolvimento de cargas do Porto de Miami – Crédito: Manuela Leimig/Porto do Recife)

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