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Evento 26 de julho de 2017

Grupo de logística do CRA promoveu encontro para discutir cadeias de suprimentos sustentáveis

Por fatores como este e, sobretudo, pelas exigências dos clientes, a logística neste segmento deve ser única, e não tratada através de caixas entrando e saindo de um armazém.

Comemorando o Dia da Logística, o Gelog – Grupo de Excelência em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística do CRA-SP – Conselho Regional de Administração de São Paulo (Fone: 11 3087.3200) realizou, no dia 6 de junho último, o Primeiro Encontro de Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística, sob o tema “Cadeias de Suprimentos Sustentáveis”. A Logweb foi apoiadora e mídia parceira do evento.
Antonio Sampaio, coordenador do Gelog, consultor empresarial e diretor na Mobilog Serviços de Gestão e Deslocamentos, abriu o evento ressaltando os objetivos do grupo, que são estudar, desenvolver, inovar e disseminar práticas de gerenciamento da cadeia de suprimentos e logística que possam gerar conhecimento a organizações, profissionais, acadêmicos e pesquisadores para ampliar a competitividade e a sustentabilidade em seus diferentes setores.
“O Gelog realiza diversas atividades, como palestras, seminários, painéis e oficinas, sendo formado em sua maioria por professores universitários e consultores empresariais”, disse.
Falando sobre o tema do encontro, Leonardo Ferreira, vice-coordenador do Gelog, administrador, professor e consultor organizacional, proprietário da Confraria Corporativa, explicou que a base norteadora do evento foi o tripé da sustentabilidade, que visa atender os âmbitos social, ambiental e econômico. “A gestão da cadeia de suprimentos deve buscar melhores resultados junto à sua rede de valor, atendendo as necessidades dos stakeholder e garantindo a prosperidade da cadeia”, frisou.
Ainda na abertura, Luiz Paulo Zani, membro do Gelog e professor de Logística da Instituição Colégio Santa Cruz e da FIA – Fundação Instituto de Administração, abordou a carreira do profissional de logística, uma das mais promissoras do mercado. “Por ser peça importante nas empresas, o profissional precisa de uma sólida formação que o capacite a pensar soluções, planejar, organizar, dirigir e controlar atividades”, expôs.
Dentre as características da profissão, ele citou: visão do todo, responsabilidade, organização, trabalho em equipe, habilidade em tratar com pessoas, habilidade com números e falar mais de um idioma. Já em responsabilidades, destacou: transporte, armazenagem, serviço ao cliente, gestão de materiais/estoque, planejamento da demanda, compras, logística internacional e logística industrial.

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A primeira palestra foi “Logística Reversa como Fonte para Negócios Sustentáveis”, proferida por João Salles Neto, diretor da J. Salles Consultoria Empresarial. O tema passou a ter relevância com a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12305/10). “Passados sete anos, temos ainda um longo caminho pela frente no que diz respeito ao entendimento e cumprimento desta legislação, pois nem todas as associações de classes obtiveram consenso sobre a adoção nos negócios. Na minha opinião, a não adoção representa um grande atraso e desperdício para os negócios em nosso país”, expôs.
Como exemplo, citou o Reino Unido, onde negócios envolvendo resíduos empregam cerca de 2,5 milhões de pessoas, com impacto sobre o PIB de 1,5%. De acordo com informações coletadas pelos institutos especializados, a logística reversa representou em 2016 em torno de 0,5% do PIB brasileiro.
Na sequência, Roberto Ramos de Morais, professor da Instituição Universidade Presbiteriana Mackenzie/Fatec, abordou o tema “Simulação em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística”, salientando que a logística tem evoluído para atender a crescente complexidade das operações empresariais. Da mesma forma, exige ferramentas cada vez mais sofisticadas para a análise de seus processos, comparação entre propostas de melhorias e auxílio à tomada de decisão. “A simulação computacional, em suas diversas tipologias, permite a construção de modelos que representem sistemas de forma a reproduzir seus comportamentos e testar cenários. Na área de logística, é possível simular qualquer tipo de operação, desde processos de movimentação interna e armazenagem até distribuição em uma cadeia de suprimentos”, contou.
Segundo ele, há diversos softwares no mercado capazes de executar estes modelos, apresentando relatórios completos dentro das condições estabelecidas e com base nos dados coletados. Estes dados, processados, geram uma função que descreve a flutuação das variáveis. “Com o avanço da tecnologia, como big data, possibilitando trabalhar com grandes volumes de dados, os modelos aproximam-se cada vez mais dos sistemas reais, tornando as análises mais confiáveis.”
Já Demetrio Fontes De Los Rios, Head de Desenvolvimento & Tecnologia da Triyo-TEC, liderou a oficina sobre “Tecnologia e Sustentabilidade”. “A tecnologia tem sido cada vez mais necessária dentro das organizações, sendo a grande responsável pelo controle de processos, procedimentos e análise de informações”, disse.
Ele citou as vantagens do ERP – Enterprise Resource Planning, que controla todo o “backoffice” de uma empresa até as necessidades sistêmicas especificas do “core” de cada tipo de negócio. Também falou sobre WMS – Sistema de Gerenciamento de Armazém, TMS – Sistema de Gerenciamento de Transporte, SCM – Supply Chain Management, CRM – Customer Relationship Management e soluções de BI – Business Intelligence que apoiam as empresas nas tomadas de decisões.
“Claro que devemos sempre nos atentar que o software é apenas uma ferramenta. É necessário que as empresas, além de implementar um ERP, promovam a cultura e a maturidade de seus processos”, destacou.
Ao mesmo tempo, ocorreu a oficina “Mapeamento de Processos”, liderada por Julio Cesar da Costa, designer de processos da Think Market Consultoria e Treinamentos, e Leonardo Ferreira, consultor da Confraria Corporativa.
Eles focaram no Modelo de Negócios Canvas e no Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), ferramentas que auxiliam no entendimento dos processos de uma empresa. “O Canvas é de fácil entendimento e permite colocar em prática rapidamente as estratégias planejadas. A recomendação é que se crie um produto ou serviço minimamente viável para que o cliente interaja e forneça feedbacks. A partir dessas interações, a empresa segue com o plano ou pensa em outras ações”, explicaram.
Já o MFV permite conhecer o estado atual dos processos e como melhorá-los, utilizando ferramentas da produção enxuta para reduzir desperdícios na operação, como estoques e movimentações em excesso, transportes desnecessários, filas, esperas e retrabalhos, e gerar valor ao cliente em “estado futuro”.
Dando continuidade ao evento, foi realizado um painel com duas apresentações sob o tema “Em Busca da Sustentabilidade”. Duvivier Guethi Júnior, sócio-diretor da G2R Consultoria, apresentou uma palestra sobre “Redução de Custos na Cadeia de Suprimentos com Produção mais Limpa”.
De acordo com ele, para que as atividades de uma organização sejam consideradas sustentáveis, é preciso observar quatro requisitos básicos: são ecologicamente corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente aceitas? “Neste contexto, a produção mais limpa atua como uma ferramenta de gestão ambiental que apresenta resultados expressivos em curto prazo, tanto na redução da problemática ambiental quanto em ganhos financeiros, tornando-se uma vantagem competitiva”, ressaltou.
No final, ele propôs uma reflexão aos presentes: redesenhamos nossos processos para gerar menos resíduos? Estamos sendo eficientes no consumo dos insumos economizando custos operacionais pela mudança de matéria prima? “Produção mais limpa é um modo de repensar como o meio ambiente é visto por sua empresa. Lembre-se que isto reduz os riscos para humanos e para o meio ambiente de um modo mais rentável.”
A outra palestra do painel foi “Cadeia de Suprimentos no Agronegócio”, proferida por Thiago Guilherme Péra, coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo.
Segundo o profissional, o Brasil se destaca como um dos grandes players do agronegócio mundial, entretanto, perde sua competitividade na logística. “Algumas características dos produtos agrícolas, tais como baixo valor agregado, grandes volumes de produção percorrendo elevadas distâncias no modal rodoviário, sazonalidade de produção, mercados concorrenciais, dentre outros, pressionam a busca de uma logística ótima, ou seja, que vença as condicionantes espaciais e temporais de forma econômica”, apontou.
As estratégias para buscar a sustentabilidade, em sua opinião, envolvem aumento da produtividade do sistema logístico, incremento do nível da qualidade de serviço, ampliação da multimodalidade e da capacidade de armazenagem, renovação da frota, consolidação de corredores verdes e redução das perdas nas atividades logísticas.
A última palestra do evento foi “Logística 4.0”, com Paulo Roberto Bertaglia, diretor executivo da Berthas. Ele começou explicando sobre a Manufatura 4.0, que é calcada na transformação digital. “Não podemos viver sem tecnologia, tanto pessoal quanto profissionalmente”, disse.
Antigamente, os ciclos evolutivos demoravam para se renovar, mas hoje eles são cada vez mais curtos, pois a tecnologia a todo momento está sofrendo reciclagem, a exemplo de celulares, impressoras e computadores. “Tudo acontece em uma velocidade transformacional muito grande, graças ao poder inovativo da raça humana. Dentro desse contexto, as empresas ficam mais limitadas. Pesquisas mostram que 40% das companhias digitais que existem hoje vão desaparecer até 2020, se não se reciclarem.”
Bertaglia também falou do Supply Chain 4.0 e como as organizações precisam sobreviver dentro desse contexto. “Muita coisa está acontecendo graças à tecnologia digital, por exemplo, a demanda antecipada, ou seja, é possível prever que seu cliente quer comprar algo sem dizer isso, apenas pelo comportamento”, citou.
Outro elemento importante, de acordo com ele, é a impressão 3D, que vai afetar sobremaneira a Supply Chain porque a demanda estará muito mais próxima do cliente. Outra consequência da tecnologia é que as empresas passarão a ser menores e mais distribuídas para atender à personalização de produtos.
No fim, ele deixou sua mensagem mais importante: “É fundamental que as companhias acompanhem a transformação digital para que sejam competitivas e consigam sobreviver no mercado”.

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