Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 10 de setembro de 2004

Implicações da Supply Chain Management nas exportações brasileiras

O termo Supply Chain Management, SCM, significa Gestão da Cadeia de Suprimentos e foi introduzido originalmente por consultores empresariais no começo da década de 1980, e logo começou a atrair a atenção dos profissionais e acadêmicos atuantes na área. Mas, foi na última década que o conceito evoluiu e se expandiu significativamente em todo o mundo, especialmente no ambiente empresarial.

Em termos gerais, a SCM apresenta um
novo modelo competitivo e gerencial à medida que propõe
uma abordagem sistêmica e integrada na gestão das cadeias
de suprimentos e considera que a competição tende
cada vez mais a ocorrer nestas, ao invés de apenas envolver
empresas.
A SCM é claramente multifuncional e abrange interesses de
diversas áreas tradicionais da gestão empresarial.
Sob essa perspectiva, pode ser vista como uma área contemporânea
que representa um ponto de convergência na expansão
de, pelo menos, outras quatro áreas tradicionais da gestão
corporativa: Logística, Gestão de Operações/Produção,
Compras e Marketing.
A expansão deste conceito nos últimos anos pode ser
justificada pelo fato de que, após a “onda” da
Reengenharia de Processos e da Melhoria Contínua visando
a melhoria dos processos internos, muitas empresas passaram a rever
seus relacionamentos com seus parceiros, fornecedores e canais de
distribuição nas cadeias onde atuam. Isso provocou
uma mudança no foco da gestão de uma visão
eminentemente interna para uma perspectiva da empresa vista de forma
estendida, ou seja, envolvendo todo o conjunto de relacionamentos
e processos “chave” de um produto, desde a fonte de matéria-prima
até o consumidor final. Nessa trajetória, muitas empresas
perceberam que os avanços e as melhorias internas não
chegavam ao consumidor final, ou seja, os limites das melhorias
dos processos agora se localizam fora dos muros. É nesse
contexto que cresce a importância da adequada gestão
em todo o mundo: de promover as exportações.
Esse movimento também pode ser claramente identificado no
Brasil, especialmente em setores industriais mais envolvidos com
o mercado internacional, como o automotivo, eletroeletrônico
e agronegócio, entre outros. Esses setores desenvolveram
significativamente a gestão de suas cadeias de suprimentos
nos últimos anos e hoje se deparam com claras dificuldades
logísticas posicionadas fora do seu campo de gestão
direta. Dessa maneira, correm o risco de se transformar em verdadeiras
“ilhas de excelência” que não conseguem usufruir
adequadamente dos progressos internos obtidos em função
das limitações impostas à gestão dos
seus processos logísticos. A implementação
plena de muitas das iniciativas e práticas da SCM também
é hoje limitada em função dos entraves advindos
da gestão dos processos logísticos no país.
Isso se torna mais crítico ainda quando consideramos os processos
de outbound, especialmente em um momento positivo de crescimento
da demanda de exportação.
Nesse contexto, os sistemas de Supply Chain Management como um todo
devem trazer benefícios que vão desde a melhoria interna
à busca pela excelência no mercado internacional, desde
que aplicado da maneira adequada, especialmente no referente às
exportações brasileiras.

Sílvio R. I. Pires – Professor da FGV
e da Unimep – sripires@unimep.br

Volvo
BR-101
Mundial Express
Savoy
Globalbat
Retrak
postal