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Evento 26 de novembro de 2018

IV Simpósio do Grupo Polar discutiu tendências e soluções para a cadeia fria

Pelo quarto ano consecutivo, o Grupo Polar (Fone: 11 4341.8600) reuniu representantes da indústria farmacêutica, veterinária e diagnóstica, distribuidores e Operadores Logísticos para discutir tendências e apresentar novas soluções mundiais para a cadeia fria. O IV Simpósio foi realizado no dia 25 de outubro último, em São Paulo.
A primeira palestra foi de Ronald Schaefer, diretor-assistente da IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo. Ele falou sobre as vantagens que a certificação CEIV Pharma pode trazer ao mercado, enfatizando a melhora da qualidade dos transportes de produtos farmacêuticos, para que não cheguem com desvio de temperatura ao seu destino final.
O CEIV Pharma é um programa adotado mundialmente que consiste em auditorias e treinamentos técnicos. O certificado atesta que os terminais logísticos apresentam qualidade e confiabilidade em serviços prestados à indústria farmacêutica. Assim, estimula o incremento de novos negócios neste setor, que hoje cresce mais de US$ 8 bilhões por ano, no mundo, e que deve chegar a mais de US$ 10 bilhões até 2018.
Na sequência, Rogerio Nogueira, analista de qualidade sênior da Bayer, contou um caso prático sobre qualificação de transporte atendendo aos requisitos do Guia da Anvisa e ressaltou que todas as áreas envolvidas precisam se sensibilizar, não só por exigência do órgão regulatório, mas para salvar vidas.
Ele descreveu as etapas do processo: análise de risco, qualificação de desenho, protocolo/plano de qualificação de operação, execução, protocolo/plano de qualificação de desempenho, execução e relatório/informe. Qualificação de desempenho são estudos realizados e rotas que foram definidas como críticas na análise de risco. Devem ser consideradas três simulações de envio em cada cenário, assegurando a robustez dos resultados.
“A qualificação do transporte define o sucesso da operação. Mas esse não é um trabalho simples, foram 18 meses do início ao fim do projeto”, contou. Segundo ele, é fundamental ter protocolos e relatórios para documentar o processo, bem como detalhar bem a análise de risco.
Na palestra seguinte, Ricardo Miranda, diretor de operações do Grupo Polar, explicou que as excursões de temperatura indicam um desvio das condições de armazenagem aprovadas para um produto por um determinado período de tempo, durante a armazenagem ou o transporte.
Conforme demonstrou, elas devem ser sempre evitadas, em virtude das características de estabilidade das proteínas frente o efeito térmico. “A estrutura das proteínas é altamente sensível a diversos fatores ambientais, podendo causar desnaturação”, disse.
Na investigação das excursões, deve-se determinar as prováveis causas-raízes, fazer uma análise de risco, implementar ações corretivas e preventivas e verificar a tendências de novas possibilidades.
Miranda também apresentou alguns cases reais e suas causas potenciais. Por exemplo, no caso de grande variação de temperatura ao final do transporte, as causas podem ser um sistema de embalagem não robusto, caracterização de rota não adequada ou mudança do modal de transporte.
Uma forma de reduzir as excursões é utilizar PCMs – Phase Change Materials, que são substâncias que absorvem e liberam energia térmica durante o processo de fusão e congelamento. De acordo com o diretor de operações do Grupo Polar, esta solução demonstra maior desempenho e confiabilidade para manter a temperatura adequada a cada tipo de produto.
Em seguida, Lucimeire Sola, supervisora de qualidade, consumer and life sciences Brasil da DHL Supply Chain, apresentou as estratégias adotadas na qualificação de ambientes (armazéns, câmaras, freezers) e veículos refrigerados. “Temos uma documentação padrão para todos os ambientes, mas há uma parte específica para cada um”, disse.
Para lidar corretamente com cada carga, seja na armazenagem ou no transporte, a empresa faz um estudo e depois um teste em campo, monitorando o ambiente vazio e cheio e também os resultados nos casos de abertura de porta e queda de energia. A partir daí, executa as ações necessárias.
Por exemplo, foi demonstrado que, com relação aos sensores do sistema de refrigeração, o melhor posicionamento definido dentro da estrutura do armazém ou da câmara fria é alto, médio e baixo, em forma de X. Nos veículos, os sensores são colocados em uma espécie de varal, para contemplar todo o espaço disponível.
Lucimeire destacou, ainda, que a DHL Supply Chain conta com veículos com modo de abastecimento independente, para manter a temperatura adequada aos produtos mesmo com o motor desligado.
A empresa também se preocupa em deixar visível em cada veículo o layout da carga, ou seja, como ela deve ser organizada pelo profissional. “Treinamos os motoristas mostrando os impactos de sua ação na saúde das pessoas. Isso ajuda muito na correta operação, minimizando os impactos na carga durante o transporte”, expôs.
Com relação aos veículos agregados, Lucimeire disse que é exigido o cumprimento das especificações da empresa. “Nossa equipe realiza a qualificação térmica também dos parceiros.”
Por fim, Kleber Fernandes, head of quality and management da AGV Logística, explicou como é fazer a gestão de crise e o plano de continuidade de negócios, citando como exemplo a greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio, que afetou todas as entregas no período de 10 dias.
De acordo com ele, o planejamento prévio é fundamental para tentar diagnosticar o maior número possível de variáveis. “São necessários planejamento, equilíbrio nas decisões, parceiros desenvolvidos, planos efetivamente estudados e alternativas testadas. Sabendo o que fazer, os impactos são reduzidos”, ensinou.
Kleber explicou que a empresa conta com um BCP – Plano de Continuidade de Negócios que considera impactos negativos que podem ameaçar e/ou interromper suas operações, garantindo a continuidade das atividades até a normatização. “Quarenta e oito horas depois da crise não é crise, é dia a dia. É preciso se acostumar com os problemas”, disse.
A greve dos caminhoneiros não aconteceu de uma hora para outra, ela foi prevista, a situação estava crítica desde 2015. A AGV identificou esse momento e incentivou os clientes a anteciparem suas entregas. O comitê de crise foi acionado e as ações de gerenciamento foram implantadas, como definição de infraestrutura provisória, monitoramento de temperatura, insumos e recursos, alimentação e alternativas de cargas em bloqueios. Os colaboradores da empresa já sabiam o que fazer nesse tipo de situação.
“Saber trabalhar com logística é ter a capacidade de executar e planejar operações diante de qualquer cenário, seja favorável, seja desafiador”, encerrou Kleber.

Novidades
Durante o evento, o Grupo Polar lançou a primeira linha de PCMs nacional, composta por produtos que permitem armazenar energia térmica por mais tempo. “Os PCMs conseguem manter a estabilidade dentro da temperatura de fusão pretendida, possibilitando o transporte por longos períodos sem variações expressivas”, explicou Anderson Fernandes, engenheiro químico do Grupo Polar.
Por enquanto, a novidade está disponível em três modelos: para produtos congelados a -21º C; para refrigerados entre 2º C e 8º C, com ponto de fusão a 4º C; e para itens que precisam ficar entre 15º C e 25º C, com ponto de fusão a 19º C. Outras opções estão em desenvolvimento.
Atóxicos e livres de tetradecano, não prejudicam o meio ambiente e podem ser reutilizados várias vezes. Além disso, com o uso de aditivos, as propriedades termofísicas do PCM podem ser aprimoradas, como a condutividade térmica.
“Investimos muito em pesquisa e desenvolvimento, fomos buscar essas tecnologias na Europa e nos Estados Unidos, visando atender à demanda que o mercado vem exigindo. Com isso, vamos conseguir suprir as necessidades que nenhum outro fornecedor no Brasil consegue atender”, disse Paulo Vitor, diretor do Grupo Polar.
Outra novidade exposta foi o aprimoramento do Polar Sat Move, equipamento tecnológico de ação preventiva, colocado dentro da embalagem ou onde a carga é transportada, como o baú do caminhão. “Uma de suas principais funções é o monitoramento de temperatura e a geolocalização em tempo real durante o transporte de um ponto a outro. Ele auxilia dando suporte e condições para que o medicamento chegue ao destino dentro da temperatura adequada”, contou Clynger Olavio, gestor comercial da Polar Técnica.
O dispositivo registra temperaturas mínima de -20°C e máxima de 60°C, com erro de 0,5 (observando a faixa de temperatura), em transportes terrestres e aéreos em território nacional. Além de temperatura e posicionamento, monitora e registra velocidade, choque e tombamento da carga, armazenando em um sistema web todas as informações coletadas.
Esses e outros produtos estiveram expostos na área externa do auditório durante o evento. Para oferecer soluções completas para a cadeia fria, o Grupo Polar integrou verticalmente todas as atividades desenvolvidas pelas empresas Polar Técnica, Cibragel, Valida e PolarStore, atuando na fabricação de elementos refrigerantes, embalagens térmicas, equipamentos para monitoramento de temperatura e serviços de qualificação e validação.

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