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Entrevista 21 de outubro de 2019

Norberto Fabris, presidente da ANFIR, fala do desempenho do setor de implementos rodoviários

Norberto Fabris é engenheiro mecânico e trabalhou a vida inteira na Randon, chegando a CEO e se aposentando. É presidente da ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, entidade que desempenha o papel importante de reunir a força da indústria em favor de suas legítimas bandeiras, como a melhora geral da economia e a maior qualidade e segurança no transporte de carga brasileiro.

Congrega mais de 130 associadas e mais de 900 afiliadas ativas, desde micro, pequenas, médias e grandes empresas ligadas ao segmento de transporte de cargas. Estas companhias são as responsáveis pela fabricação de todos os implementos rodoviários utilizados no Brasil.

Nesta reportagem especial de Logweb Digital, Fabris fala sobre o desempenho do setor, os problemas enfrentados, as perspectivas e outros assuntos. Acompanhe.

 

Faça um balanço do segmento de implementos rodoviários hoje.

A indústria encontra-se em ritmo de recuperação de mercado. As empresas estão buscando passo a passo retomar seus negócios prejudicados pela crise. Todas as nossas associadas refizeram seus negócios, cortaram custos e buscaram otimizar suas operações, além de buscar novas oportunidades de faturamento.

 

Quais os maiores problemas enfrentados pelo setor?

A lenta retomada da economia é o principal problema porque nossa indústria está atrelada ao desempenho dos demais setores. No ano passado o volume de emplacamentos foi de 90 mil unidades. Em 2014 o resultado foi de cerca de 160 mil implementos rodoviários. A queda é resultado direto de desaceleração geral da economia brasileira.

 

Como estes problemas poderiam ser resolvidos?

Com medidas que incentivassem a produção, o comércio, as exportações, enfim ações que devolvessem o dinamismo à nossa economia.

 

Quais as perspectivas para o setor a médio e longo prazo?

A médio e longo prazo vamos recuperar nossas perdas. Durante a crise dois terços de nossos negócios foram perdidos e o processo de recomposição é lento.

O ano de 2020 deverá ser melhor que 2019. O ritmo de recuperação está consolidado e acreditamos que no próximo ano o ambiente de negócios tende a melhorar.

Como o governo federal poderia auxiliar o desempenho do setor?

O governo tem o papel importante de fomentar o desenvolvimento do Brasil. Portanto, o melhor caminho é incentivar e criar o ambiente necessário para a melhoria do desempenho das empresas, que refletirá diretamente em nossos negócios.

 

Como as empresas do segmento têm sobrevivido às limitações econômicas? Que ações têm tomado?

Para enfrentar a crise as empresas cortaram custos, refizeram seus planejamentos e buscaram novas oportunidades de faturamento para compensar as perdas. O pior nesse processo de ajuste foi o corte de vagas de trabalho. Em 2016 cerca de 38 mil pessoas trabalhavam na indústria, ou seja, metade da força de trabalho registrada em 2013. Com a recuperação em curso, alguns postos de trabalho foram retomados e hoje a indústria de implementos rodoviários responde por aproximadamente 45 mil empregos diretos.

 

A lei de Liberdade Econômica tende a beneficiar o setor?

A lei de Liberdade Econômica se apresenta como um conjunto de normas que poderão reduzir a burocracia nas atividades econômicas, o que é por si só muito bem vindo. O governo espera que as mudanças criem em 10 anos mais 3,7 milhões de empregos formais com 7% de crescimento da economia. Por conta desses aspectos a medida deverá beneficiar nosso setor porque terá reflexos positivos em toda a economia.

 

Qual o papel das exportações – de um modo geral – no setor?

As exportações são importantes como complemento das atividades do setor, mas ainda representam uma pequena fatia. Em 2018 foram exportados 4 mil implementos rodoviários, o que não compensa a queda que sofremos nas vendas ao mercado interno. Atualmente estamos buscando criar mais oportunidades de negócios dentro do programa MoveBrazil, desenvolvido em parceria coma Apex-Brasil. Já realizamos diversas missões comerciais a países como Chile, Peru, Colômbia, Panamá entre outros. E este ano na Fenatran, assim como fizemos em 2017, trouxemos um grupo de importadores latino-americanos para conhecer nossa indústria e realizar negócios.

 

Quais os países que mais importam os implementos brasileiros? Qual o motivo?

Atualmente Chile e Paraguai.  Atendemos basicamente os setores de mineração, carga geral e agronegócios. 

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