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Conteúdo 10 de abril de 2002

Operadores logísticos: um retrato do setor, hoje, no Brasil

Flávio de Souza Pinto, diretor de negócios de logística da Logictel, coloca que este é um segmento que passa por grandes transformações em função da atratividade provocada pelo crescimento elevadíssimo e a importância que o mesmo vem adquirindo devido aos benefícios que trás para as empresas. “Ele tem atraído muitos profissionais e empresas que se dizem especialistas porém, estão entrando agora no mercado e levando a uma concorrência às vezes desleal e fazendo com que a logística seja demonstrada como utilização de mão-de-obra não-qualificada, causando, em muitos casos, sérios prejuízos ao cliente e também à imagem do segmento.”

Ainda de acordo com o diretor de negócios de logística da Logictel, outro problema é conseguir mostrar que logística não é apenas reduzir custos através da contratação de operador e, sim, principalmente, agregar valores às atividades dos clientes, proporcionando maior competitividade e otimização dos processos, levando, portanto, ao crescimento com aumento do lucro.

Anderson Santos, Supervisor Regional de Planejamento e Logística do Grupo Cidade Azul, também avalia que, no que se refere aos operadores Logísticos no Brasil, está se abrindo um mercado amplo, tanto para operações completas em Supply Chain como para terceirizações de algumas etapas da cadeia. “Para as médias operadoras existe a concorrência externa, onde grandes empresas que estão vindo para o Brasil já trazem consigo sua própria operadora a nível mundial com maior grau de tecnologia e, sem dúvida, com recurso financeiros inigualáveis e que irão competir neste mercado, com grande vantagem competitiva.”

O supervisor do Grupo Cidade Azul destaca, ainda, que a maior dificuldade é da empresa consultada fazer sua auto-análise e descobrir a necessidade de se concentrar no seu principal negócio e, mesmo sentindo esta necessidade, outro entrave seria custear a sua operação em relação a uma operação terceirizada “Outros problemas que enfrentamos são o alto índice de roubos de cargas, o mercado de transportadores com frotas velhas e desatualizadas e despreparadas para um rápido crescimento da economia e o alto custo financeiro”, completa.

“Devido à globalização do mercado e às recentes mudanças na legislação brasileira de comércio exterior, a operação logística torna-se um fator preponderante para otimização dos recursos das empresas, com resultados diretos sobre a lucratividade do negócio, pois num momento de grandes mudanças, a vantagem competitiva deste século será quem melhor prestar serviços. Portanto, as perspectivas para os operadores logísticos capacitados serão as melhores possíveis.”

A afirmação é de Monica Rosa dos Santos, do departamento de vendas da Matra Logística & Multimodal. Ainda de acordo com ela, os maiores problemas enfrentados hoje são o roubo freqüente de cargas, as companhias de seguro e a burocracia das alfândegas.

Por sua vez, Bruno Nucci Parreiras, gerente comercial do Grupo Nossa Senhora de Fátima, reconhece que, hoje, a concorrência está muito alta, pois com a entrada dos grandes operadores logísticos internacionais, os pequenos operadores brasileiros não têm condições de competir com sua pequena estrutura, mesmo oferecendo preços menores. De acordo com Parreiras, muitas vezes a decisão de se contratar um operador logístico parte das matrizes das empresas multinacionais que estão instaladas no Brasil, e esta decisão, na maioria das vezes, é a favor dos operadores internacionais. “Ou seja, não existe uma concorrência leal, pois a decisão vem de fora, ignorando qualquer tipo de concorrência interna já realizada ou não”, enfatiza.

Gianfranco Sgro, da TNT Logiscics, também fala sobre os concorrentes internacionais. Segundo ele, o setor está dividido entre grandes grupos internacionais e pequenas e médias empresas de origem do setor de armazenagem e transporte. “Graças à tendência de terceirização, o setor têm um grande potencial de crescimento contínuo”, diz ele.

Mais cometido que os outros profissionais ouvidos por LogWeb Notícias, Antônio Teodoro de Oliveira, diretor financeiro da Ebamag Armazéns Gerais e Logística, diz que o setor esta dando seus primeiros passos, e que tem muito a desenvolver. “Acreditamos que deve seguir a tendência dos Estados Unidos e alguns paises da Europa, onde a maioria das industrias terceirizarão sua logística”, enfatiza. Para ele, a maior dificuldade no momento é encontrar instalações adequadas, já que os galpões disponíveis têm pé direito baixo e excesso de colunas.

Finalizando a análise do setor de operadores logísticos, Odilon Brandão Melo, diretor-presidente da Di-Ci Logística – Armazenagem e Transporte, diz que o mercado brasileiro ainda não entendeu a terceirização da operação logística que envolve essencialmente o sentido da parceira com o aprimoramento da logística colaborativa. Vivemos ainda a ‘Lei de Gerson’ – levar vantagem unilateralmente – o que embota o crescimento de todos”, completa.

Perspectivas

Feita a análise da situação atual do setor de operadores logísticos e dos problemas enfrentados, os profissionais ouvidos pelo LogWeb falam das perspectivas.

Oliveira Neto, da AGV, salienta que algumas tendências são facilmente identificáveis neste mercado, entre elas a redução dos volumes armazenados, o aumento no volume do transporte, inclusive multimodal, a sinergia cada vez maior entre as empresas concorrentes, assim como a prestação de serviços agregados às empresas clientes.

Pelo seu lado, Alencar, da Logisplan, faz um estudo do mercado para traçar as perspectivas do setor de operadores logísticos para 2002.

Segundo ele, como em qualquer mercado, ao se tentar fazer uma análise sobre as suas perspectivas, devemos levar em consideração os eventos externos e internos que, de maneira direta ou indireta, possam auxiliar no direcionamento das nossas conclusões, servindo de base para toda a reavaliação do planejamento estratégico da empresa.

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