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Investimento 19 de maio de 2016

Pfizer compra grupo de biotecnologia por US$ 5,2 bi para estimular inovação

A Pfizer fechou acordo para adquirir o grupo de biotecnologia Anacor, do Vale do Silício, por US$ 5,2 bilhões, para estimular o lado criativo de seus negócios antes de uma possível cisão no ano que vem.

A oferta em dinheiro foi aprovada pelos conselhos de ambas as empresas e avalia a Anacor, sediada em Palo Alto, em US$ 99,25 por ação —um ágio de cerca de 55% sobre o preço da ação na sexta-feira, antes do movimento causado pela oferta.

Na segunda-feira, as ações da Anacor subiram em 54%, para US$ 98,42, antes da abertura do pregão, e as da Pfizer não se alteraram.

A Anacor foi fundada em 2002 para desenvolver tecnologias criadas pelas universidades Stanford e da Pensilvânia, e se especializa em criar remédios usando o elemento químico boro, de preferência aos compostos mais tradicionais baseados em carbono.

Um de seus medicamentos —um unguento chamado Crisaborole— está sendo revisado pela Food and Drug Administration (FDA, a agência federal norte-americana que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios), para o tratamento de um tipo de eczema difícil de controlar.

O remédio deve ser aprovado em janeiro, depois de apresentar bom desempenho em dois grandes estudos clínicos, e pode gerar vendas anuais de mais de US$ 2 bilhões, no pico do mercado, de acordo com a Pfizer.

“A aquisição da Anacor representa oportunidade atraente para atender a uma necessidade médica significativa e subatendida para uma grande população de pacientes que sofrem de dermatite atópica de amena a moderada, e para a qual no momento não existem muitos tratamentos tópicos disponíveis”, disse Albert Bourla, presidente da divisão Global Innovative Pharma da Pfizer.

A dermatite atópica é um tipo comum de eczema que causa erupção cutânea e afeta entre 18 milhões e 25 milhões de pessoas nos Estados Unidos. A Pfizer disse acreditar que a doença “era consideravelmente subdiagnosticada” devido às limitações dos tratamentos existentes. Não houve um medicamento novo aprovado para tratá-la nos últimos 15 anos.

A Pfizer anunciou que bancaria a aquisição da Anacor com suas reservas de caixa e que em 2017 deveria apresentar lucro por ação “ligeiramente diluído”, mas que a partir de 2018 os lucros seriam ampliados.

No mês passado, a tomada de controle da Allergan, sediada em Dublin, pela Pfizer, em uma transação de US$ 160 bilhões, foi bloqueada pelo governo Obama, em um esforço para impedir que a companhia transferisse seu domicílio tributário à Irlanda, a fim de economizar bilhões de dólares em impostos nos Estados Unidos.

Desde então, a Pfizer voltou ao seu “Plano A” e acelerou o cronograma para decidir se vai se dividir em duas empresas —uma concentrada em remédios novos e inovadores e outra para operar com os medicamentos antigos, cujas patentes estão por expirar.

A empresa espera decidir até o final do ano, abrindo caminho para uma cisão no começo de 2017.

Alguns investidores e analistas previram que a Pfizer adquirirá diversos fabricantes de produtos farmacêuticos, este ano, a fim de engordar o lado inovador de suas operações, antes de cindi-lo.

A Pfizer também expressou interesse em adquirir a Medivation, uma empresa de San Francisco especializada em combate ao câncer, de acordo com pessoas envolvidas nas negociações. A Medivation está avaliando ofertas depois que o grupo farmacêutico francês Sanofi, fez uma tentativa hostil de tomada de controle acionário em abril, no valor de US$ 9,3 bilhões.

Fonte: Folha de S. Paulo

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