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Conteúdo 10 de maio de 2003

Por que paletizar?

Uma análise dos consultores em logística

Praticamente uma obrigação, nos dias de hoje, a paletização ainda encontra obstáculos em algumas empresas. Por isso, lançamos a pergunta do título desta reportagem especial.

Pela relação custo/benefício e pela versatilidade que proporciona, o processo de paletização é um fenômeno cada vez mais presente em toda cadeia logística brasileira, a ponto de, hoje, muitas empresas não mais aceitarem mercadorias que não estejam paletizadas.

Em contraponto à necessidade de investimento nos paletes e em equipamentos para viabilizar a sua operação, não é difícil provar o retorno do capital, em um tempo ­médio, obtido pelo incremento de velocidade de operação, pela diminuição de extravios ou furtos e pela qualidade alcançada com o uso dos paletes.

Dai por que elaboramos esta matéria especial, ouvindo a opinião dos representantes de algumas empresas de consultoria – afinal, são eles que executam os projetos de logística e, acreditamos, têm embasa­mento suficiente para responder à pergunta “Por que paletizar?”.

O que levar em consideração para se adotar a paletização

– Quantidades ­movimentadas

– Freqüências de movimentações (entradas e saídas)

– Equipamentos de movimentação e de estocagem

– Facilidades de transbordo, quando necessário

– Área disponível

– Velocidade de carga e descarga

– Tipo de embalagem primária

– Características dos materiais, como: dimensões, peso e possibilidade ou não de unitização em paletes

– Modalidade de transporte

– Origem e destino da carga

Vários aspectos

Segundo Alberto Rosenthal Grosman, consultor da Kom International & ABPL Associados, existem vários aspectos que respondem a esta pergunta. “Como uma visão geral, podemos dizer que a utilização do palete, como unitizador de mercadorias, reduz, em várias partes, os custos de movimentação e armazenagem.”

A primeira redução, e talvez, a maior, é no transporte, segundo Grosman. A introdução do palete gerou uma padronização dos tipos de carrocerias e redução no tempo de espera dos veículos. “Antigamente, os veículos eram específicos, cada carroceria desenvolvida para o transporte de apenas alguns produtos específicos. Hoje, como são os produtos que devem se adaptar ao palete, as carrocerias puderam se adequar apenas ao espaço e ao volume ocupado pelos paletes. Com isso, a capacidade dos veí­culos ficou muito mais fácil de ser estimada: truck: de 6 a 8 paletes; carreta: de 20 a 28 paletes; etc.”, diz ele.

O consultor também afirma que, antes, era comum um tempo enorme de carga e descarga dos produtos sem palete. Com ele, estas operações foram reduzidas para menos de uma hora (em se tratando de uma carreta), podendo, assim, o veículo ser utilizado mais tempo para a sua utilidade: o transporte.

Outro ganho considerável gerado pelo palete foi na movimentação dos produtos e na sua armazenagem. “A capacidade de um palete, normalmente, é maior do que os outros equipamentos de movimentação (carrinhos, engradados, etc.). Os equipamentos de movimentação também puderam ser utilizados tanto para movimentação dos produtos horizontalmente como verticalmente”, diz Grosman.

Mas, de acordo com ele, na armazenagem o ganho é mais notável, pois é possível utilizar o espaço verticalmente, além do horizontal (chão). “Em projetos desenvolvidos, pudemos notar que o espaço ocupado por produtos paletizados e armazenados em estruturas de armazenagem, como porta-paletes, é no mínimo três vezes menor do que produtos no chão.”

Mais do que somente paletizar, Gilberto Corrêa Cruz, sócio-gerente da Treptau & Associados, prefere aumentar a abrangência do tema falando em unitizar.

“Unitizar, em logís­tica, significa agrupar volumes de características idênticas ou similares, buscando otimizar espaços e movimentos. Prefiro esta abordagem, já que, dependendo das características do produto, podemos falar em unitizar mercadorias em caixas, contenedores, paletes, etc.”

Portanto, segundo ele, a pergunta tomaria outra forma: “Por que unitizar?”

Para o consultor da Treptau, basicamente porque otimizamos e padronizamos espaços e movimentos, facilitando as operações de armazenagem e movimentação, além de facilitar as relações entre dois negócios, através da compra e entrega de mercadorias unitizadas.

Já para Cristiano Cecatto, gerente executivo e consultor em logística Inbound/Outbound da Qualilog Consulting, a unitização de cargas permite uma melhor ocupação dos espaços verticais, bem como a blocagem das cargas paletizadas e a armazenagem em estruturas porta-paletes. “A paletização também protege as cargas de avarias (carga diretamente em cima de carga)”, destaca.

Na opinião de Eduardo Banzato e Reinaldo A. Moura, respectivamente gerente e diretor da IMAM Consultoria, a paletização permite incre­mentar a qualidade e a produtividade operacional, respeitando o princípio básico da movimentação de materiais que diz “Quanto maior o tamanho da carga movimentada, mais econômica é a operação!”

É um mix de todas estas opiniões que Cezar Sucupira, diretor da Cezar Sucupira Educação e Consultoria, usa para expressar o seu ponto de vista. De acordo com ele, com a paletização é possível reduzir os gastos de energia com movimentações – através da unitização de diversos volumes para um mesmo destino -, para facilitar o processo de estocagem e para proteger mercadorias. “Ela também possibilita maximizar a área disponível para armazenagem”, emenda Fernando Guilhobel Rosas Trigueiro, consultor da Focus-Trigueiro Consultoria &Treinamento.

Para Nelson Corrêa, consultor da Elimar Consultoria, ela proporciona, ­primeiro, redução de custos, seguida de ­segurança para o produto e para quem transporta.

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