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Conteúdo 10 de abril de 2002

Várias lições de casa ainda não foram feitas

No último ano, muito se falou sobre a Gestão da Cadeia de Abastecimento (Supply Chain Management) e de toda retaguarda tecnológica que deveria acompanhá-la. Embora o termo em si tenha freqüentado muitos auditórios de eventos e rodas de executivos, a compreensão de sua abrangência parece ter sido atropelada por uma sucessão de novas siglas que mais confundiram que esclareceram.

A necessária compreensão básica do Supply Chain Management passa pelo entendimento de que toda organização empresarial possui três fluxos que caminham em mãos contrárias: o de informações e o monetário (representados pelas setas vermelhas na figura) e pelo de materiais (setas amarelas). A coordenação otimizada desses três fluxos – que chamamos de Supply Chain Management – é que vai determinar o grau de competitividade da empresa e com que nível de serviço ao cliente ela está atuando no mercado.

Pode parecer óbvio que tudo começa pelo cliente, de onde parte a informação. Mas, muitas empresas não conseguem ter clareza quanto ao nível de serviço com o qual pretendem atuar, comprometendo sua saúde financeira e suas condições de competitividade. Para determinar o nível ideal de serviço ao cliente, a empresa precisa compreender e realizar os ajustes necessários em todo o chamado Ciclo do Pedido, que nada mais é que o processo que vai da coleta do pedido do campo até a sua entrega efetiva, passando pelo ingresso do pedido no sistema da empresa, faturamento, expedição e entrega. Cada uma dessas etapas tem o mesmo grau de importância e desencadeia a seguinte.


ETAPAS DO CICLO DO PEDIDO

ETAPA 1: emissão do pedido ingresso no sistema
ETAPA 2: ingresso no sistema faturamento/expedição
ETAPA 3: expedição entrega

A emissão do pedido

O objetivo de toda empresa é fazer com que seus produtos fluam em direção ao consumidor para atender a um determinado, e previamente medido, potencial de consumo. Conhecer o comportamento do mercado que se deseja atingir, bem como as ações da concorrência, é que vai determinar, em última instância, a freqüência ideal com que cada cliente deve receber a visita de um vendedor. É claro que o estabelecimento dessa freqüência de visitas vai depender também da capacidade de entrega e de produção.
Embora lógico, isso não é tão simples. Depende inclusive da tecnologia de que a empresa dispõe para realizar, por exemplo, o intercâmbio eletrônico de dados. Qualquer tecnologia nessa etapa, porém, será inútil caso seu uso não estiver sincronizado com toda a estrutura da operação da Cadeia de Abastecimento.


Faturamento/Expedição

Na segunda etapa do Ciclo do Pedido, a empresa deverá estar pronta para atender a uma demanda que é real. Existe um montante de pedidos a ser atendido dentro de um prazo já esperado pelo cliente. Neste ponto, a empresa já deve ter se preparado, de um lado, para manter disponível um estoque de acordo com a previsão de vendas. E, de outro, ter flexibilizado a sua produção de modo a poder acompanhar o ritmo ditado pela logística.

Manejar corretamente a carteira de pedidos significa ter sempre em mente que um pedido bom é aquele que é atendido com a maior agilidade possível. Caso contrário, a empresa estará condenando todo o trabalho de manutenção de uma freqüência otimizada de visitas da equipe de vendas.
Além de um nível adequado de produtos disponíveis e capacidade de produção, a logística ensina que é preciso manter um estoque balanceado. A gestão de estoques, que leva a um mix adequado de produtos, vai promover o difícil equilíbrio entre a disponibilidade financeira, número de itens oferecidos ao mercado, flexibilidade da estrutura de produção e dos fornecedores de matérias-primas, além do nível de serviço ao cliente.

Já tendo realizado uma previsão de vendas real, agora a empresa estará atenta a parcerias com fornecedores e a uma sintonia perfeita entre as suas áreas internas de armazenagem, compras e informática.


Entrega

Cumpridas as três primeiras etapas do Ciclo do Pedido, a empresa precisa fazer seu produto chegar ao mercado de maneira otimizada. Caso contrário, mais uma vez, todo o esforço terá sido em vão e de maneira alguma poderá praticar o nível de serviço adequado ao cliente.

Aqui também deve valer-se do uso de estratégia e tecnologia adequadas, que variam de caso a caso. Da adoção de frotas terceirizadas até a existência de centrais de distribuição ou pontos de transbordo e passando, também, pela maneira como se roteiriza a carga. Ou a definição de estratégias de separação e carregamento, sincronizadas com o ciclo de transportes, que varia, por exemplo, de acordo com a distância a ser percorrida.

Entraves na formação e consolidação de cargas podem ser evitados se um bom trabalho tiver sido realizado na Etapa 1, se houver o uso da tecnologia adequada e disposição para a realização de parcerias com transportadores.


Antonio Bolzani Neto
diretor-geral da Modus Logística Aplicada.

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