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Conteúdo 2 de junho de 2020

Robótica na Logística

*Por Fábio dos Santos

A robótica é uma tendência inevitável na Logística e no Supply Chain. Para o IDC, até 2020 50% dos empregos operacionais necessitarão de conhecimentos em tecnologias como robótica. Na verdade, atualmente a utilização de robôs está se ampliando como nunca para além da indústria, como no setor hospitalar, indústria alimentícia e no setor de serviços, como hotelaria e entretenimento. Já não é de hoje que o setor alimentício pega carona nas inovações e técnicas de gestão da indústria. Em alguns países já existem panificadoras em que robôs manuseiam produtos, seja inserindo e retirando de fornos ou embalando e carregando para transporte aos clientes.

O que falar do bar biônico do navio de cruzeiro Quantum of the Seas, lançado em 2018?

https://www.youtube.com/watch?v=aAzq71M7enU

Não há dúvida de que o uso da robótica pode trazer inúmeros benefícios para a Logística e Supply Chain, tais como minimização de custos operacionais e incremento em eficiência, produtividade e competitividade, impactando na qualidade e custo ao cliente.

Robôs poder ter atividade ininterrupta 24horas por dia, necessitando apenas de paradas para manutenção. Obviamente o setor logístico não poderia ficar de fora desta tendência, de maneira que cada vez mais a robótica vem sendo aplicada ao setor. O desenvolvimento e aprimoramento acelerado de robôs para operar nas mais diversas áreas, como busca e salvamento, cirurgias complexas, pesquisa submarina, dentre outras inúmeras aplicações inclusive na logística, tem propiciado incremento em produtividade e eficiência especialmente na armazenagem e distribuição. Tem-se como exemplo os AGV (Automated Guide Vehicle) e os LGV (Laser Guide Vehicle), robôs moveis muito utilizados no transporte automático de materiais nas empresas montadoras de automóveis. Os LGV se movimentam independentemente, ao passo que os AGV se movem sobre trilhos com trajetória definida.

Desta forma, houve uma certa proliferação de robôs no setor de Logística e SCM, destacadamente no picking, devido à possibilidade de aplicação tridimensional e autônoma dos robôs. Centros de distribuição totalmente automatizados já são comuns em países desenvolvidos em diversos setores, a exemplo dos transelevadores em armazéns automatizados, os quais fazem grande aproveitamento do espaço por meio da verticalização.

Pode-se citar como exemplo a fábrica 100% automatizada de batatas fritas Mc Cain, que que faz uso de um projeto desenvolvido pela Westfalia Logistics Solutions (automação de cadeias de suprimentos) em parceria com a empresa Kloosterboer (especializada em serviços para baixas temperaturas).

https://www.youtube.com/watch?v=I5QLPDM6oBo

Pode-se citar também o caso Netflix. Logo que se desenvolveu os serviços de streaming, houve queda na demanda no setor de blue rays da Netflix, que não queria naquele momento abandonar tal segmento, mesmo sendo inviável manter a mesma estrutura operacional. A empresa então investiu na automação de dezenas de centros de distribuição com a implementação de maquinário amazing arm, o qual possui produtividade 5 vezes maior do que a operação manual.

Há ainda o interessante caso da Amazon, que em 2012 adquiriu uma empresa de nome Kiva Systems, (sistemas automatizados), buscando expansão e incremento em produtividade, e implementando a instalação de cerca de 15 mil robôs em 10 centros de distribuição nos Estados Unidos, de maneira que ao fim de 2015 haviam 30 mil robôs em atividade em 13 centros de distribuição, obtendo com isso uma diminuição de cerca de 20% em custos operacionais. Sem contar que a empresa tem planos para implantação de tais robôs em 110 centros de distribuição. Tais robôs conduzem os lotes de pedidos em racks de produtos aos operadores de picking em um tempo de ciclo que foi de 60-75 minutos para 15 minutos, demonstrando um incrível aumento em produtividade e eficiência.

https://www.youtube.com/watch?v=UtBa9yVZBJM

A empresa também possui um braço robótico que pode ser usado para movimentar grandes quantidades de material, e descarregar caminhões em pouquíssimo tempo, possuindo para tanto um sistema de visão que lhe permite avaliar a carga e alimentar os sistemas da empresa com informações em tempo real.
Por sua vez, a DHL faz uso dos robôs Locus da Quiet Logistics, que prometem aumentar em 8 vezes a produtividade de seus armazéns com a localização e movimentação no picking, além de aumentar a acurácia nas operações, minimizando erros humanos.
http://www.locusrobotics.com/video/dhl-performance/

Existem ainda inúmeros outros exemplos, como a DB Schenker Logistics, que na Escandinávia automatizou seu picking com o sistema CarryPick da Swisslog, e está utilizando a tecnologia AutoStore, também da Swisslog, na automatização do picking do centro de distribuição da Texas Instruments em Cingapura.

Percebe-se, então, a grande utilização da robótica na logística e na armazenagem, embora tais tecnologias ainda não consigam substituir plenamente o ser humano (e acho que nunca conseguirão). Entretanto, é possível verificar o enorme incremento em produtividade, qualidade e acurácia nas operações.

O Brasil segue nesta tendência, embora em menor escala do que nos países desenvolvidos. Mas temos também nossos bons exemplos, como a Natura, que vem investindo na automação de seus centros de distribuição, fazendo uso de transelevadores, robôs para paletização e despaletização, shuttles e esteiras telescópicas, as quais permitem o carregamento e descarregamento automático em questão de minutos.

https://youtu.be/E5bQkf9jCiQ

Mas a intensa automatização e utilização da robótica na logística terá impacto nas construções, instalações e manutenção de armazéns e nos locais de operações. Isto significa investir em estruturação das instalações para suportar tecnologia avançada, abrangendo estrutura de TI, capacidade de fornecimento de energia, bem como prédios e pisos que suportem grande aparato tecnológico e maquinário bem mais pesado do que os convencionalmente utilizados. Os robôs da Kiva (Amazon), por exemplo, necessitam de pisos extremamente lisos.

Em função principalmente do comércio eletrônico, que explodiu nas últimas décadas, e da alta segmentação e especialização dos produtos, a robótica está sendo comum nos fabricantes e distribuidores, que utilizam esta ferramenta para lidar com o dinamismo e grande exigência dos clientes por eficiência. Na Ásia, por exemplo, está havendo um “onda” de utilização da robótica, com EUA e México investindo fortemente nesta tendência para lidar com a necessidade de minimização dos espaços relacionados à logística e armazenagem.

Com isso, será necessário que os profissionais de logística se capacitem e se qualifiquem cada vez mais nestas tecnologias, pois esta tendência veio para ficar, e dentro em pouco a robótica invadirá a logística nacional.

*Fábio dos Santos

Qualificações

  • Advogado empresarial. (OAB/SP 421336)
  • Professor de Logística de Exportação, SCM, Direito, Gestão Pública e Gestão de Contratos
  • Mentor e palestrante na área de inovação, empreendedorismo e Startups
  • Experiência em Logística (6 anos) em organização de grande porte do setor aeronáutico, na área de recebimento, armazenagem e expedição
  • Experiência com gestão de compras e contratos de suprimentos, licitações e Bids
  • Prêmio de empreendedorismo.

Formação Acadêmica

  • Doutorando em Engenharia de Produção (ITA)
  • Mestre em Engenharia de Produção (ITA)
  • Pós Graduação em Gestão de Suprimentos (FAAP)
  • Pós Graduação em Logística
  • Pós Graduação em Direito do Trabalho
  • Bacharel em Administração
  • Bacharel em Direito
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