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Conteúdo 27 de novembro de 2020

Tecnologia chega para acabar com informalidade nas estradas

*Por Carlos Mira

Os transportadores autônomos de carga, profissionais que movimentam literalmente a economia do país, em pleno 2020, ainda sofrem muito com a informalidade em sua atividade profissional. O universo estradeiro é um dos maiores mercados informais do Brasil, isso ocorre porque em pleno século XXI ainda circula pelas estradas brasileiras uma moeda ilegal e paralela que faz com que caminhoneiros sejam remunerados de forma inadequada pelos seus serviços. É muito comum que estes empreendedores prestam seus serviços em trajetos de milhares de quilômetros sem ter qualquer recurso financeiro junto de si.

Infelizmente é uma prática bem comum no setor onde caminhoneiros circulam recebendo apenas bilhetes e vales abastecimento, chamado de “carta-frete”. Devido a tamanha importância que estes profissionais exercem sobre a economia do país, novas empresas de tecnologia, percebendo a oportunidade de atualização tecnológica deste segmento, estão desenvolvendo soluções inéditas para apoiarem a formalização e a digitalização deste mercado, objetivando acabar de vez com as práticas abstratas e as remunerações injustas.

Com este propósito em mente, aplicativos e fintechs estão implantando ferramentas contemporâneas que empoderam empresas e caminhoneiros digitalmente, a fim de formalizarem seus negócios. É importante salientar, que para se contratar um transportador autônomo de carga (TAC), é mandatório que o contratante emita, junto a Agência Nacional do Transporte Terrestre (ANTT), um Código de Identificação de Operação do Transporte, conhecido também como CIOT. E é imprescindível também, que os profissionais, no caso os caminhoneiros, recebam o valor do frete por um meio de pagamento homologado pela agência.

Todos este processo burocrático, que no passado requeria muito esforço e energia, hoje pode ser cumprido quase que instantaneamente através de sistemas na nuvem ou aplicativos especializados, possibilitando com que empresas contratantes de fretes cumpram sua obrigações fiscais e que os caminhoneiros tenham visibilidade sobre seu faturamento e recebíveis.

O grande acelerador do processo de digitalização das finanças das estradas será o recém-chegado PIX, que realiza transações financeiras digitalmente e fará com que motoristas e empresas façam seus pagamentos e recebimentos instantaneamente, popularizando a utilização dos smartphones como carteira digital nas rodovias pelo país a fora.

Os novos players financeiros e seus modelos de negócio disruptivos libertarão também os donos de comércios das amarras tradicionais dos meios de pagamento – como a necessidade de maquininhas, de redes, de bandeiras entre outros adereços arcaicos.

As fintechs entram criando conveniência para seus usuários pagadores e comerciantes – em um processo menos burocrático, terminando com a informalidade do setor de transportes que era justificada pela dificuldade que os profissionais encontravam sem o uso da tecnologia. É o inicio do fim da informalidade imperante entre os transportadores autônomos de cargas. É o fim do papel-moeda nas estradas brasileiras.

*Carlos Mira é fundador e CEO do TruckPad, e tem 35 anos de experiência no setor de logística. Foi presidente da ASLOG – Associação Brasileira de Logística e eleito “Personalidade do Transporte do Ano” pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). É autor do livro “Logística, o Último Rincão do Marketing”.

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