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Conteúdo 16 de abril de 2022

A mulher na logística e a paridade de gênero

A representatividade da mulher no mercado de trabalho ainda é baixa. Quando se trata de cargos de liderança, por exemplo, elas ocupam 38% das vagas no Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada pela Grant Thornton. No entanto, cada vez mais elas conquistam espaços antes considerados masculinos, como é o caso do universo da logística.

Entre os filiados à ABOL, a boa notícia é que a contratação de mulheres aumentou nos últimos cinco anos, conforme pesquisa realizada pela associação. E ainda que as vagas sejam direcionadas, de modo geral, ao setor administrativo, muitas já começaram a trilhar seu caminho também nas operações.

Isso mostra que apesar de o Fórum Econômico Mundial estimar 136 anos para alcançarmos a paridade de gênero, as mulheres não pretendem se acomodar diante das estatísticas. Pelo contrário. A busca é pela transformação, mesmo que o processo seja lento e gradativo. Ao participar do Fórum Logtechs mediando um painel sobre protagonismo feminino, ficou claro que algumas contradições ainda permeiam essa luta pela igualdade. Enquanto buscamos inserção e diversidade de gênero, seguimos contando com painéis, grupos e fóruns específicos formados somente por mulheres que, muitas vezes, não têm o objetivo claro de promover ações inclusivas ou que gerem novas oportunidades.

É preciso esclarecer que capacidade e conhecimento não têm gênero, ou seja, as mulheres não precisam sempre apresentar um diferencial extraordinário pelo simples fato de serem do sexo feminino, e também não devem ter um lugar pré determinado dentro das empresas. O setor de logística é, por si só, um mercado de constantes mudanças, que acabou sendo escolhido por muitas mulheres para ser o palco de mais uma transformação. Elas podem dirigir empresas e dirigir caminhões, contrariando a máxima de que “mulher no volante, perigo constante”. Vale lembrar que, segundo o Denatran, 89% dos acidentes não são causados por elas.

Mas, sabemos que para realmente contrariar as longas perspectivas, é essencial que, desde cedo, as crianças e as jovens mulheres sejam incentivadas e apoiadas em suas escolhas, fugindo do óbvio e oferecendo a chance de conhecerem mais sobre os setores de logística, portuário, de engenharia e tantos outros. Há muitos desafios a serem vencidos e muitas empresas já estão com as portas abertas, abraçando esse processo de transformação.

A UPS, por exemplo, OL associada à ABOL, vem promovendo, todo ano, o “Programa Mulheres Exportadoras”, um projeto global para permitir que mulheres empreendedoras estejam capacitadas a exportar seus produtos. A iniciativa já apoiou mais de 6 mil mulheres ao redor do mundo. Já a Prosegur, também associada, lançou, recentemente no Brasil, o Empowered Women, seu programa global de promoção do talento feminino no setor da segurança privada, segmento historicamente dominado por homens. A iniciativa busca aumentar a representatividade do talento feminino por meio de uma série de ações.

Marcella Cunha Marcella Cunha

Natural de Brasília, tem mais de 10 anos de experiência nos setores de transportes e tecnologia. Graduada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Ciência Política, é a atual diretora Executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL). Tem passagens pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e pela empresa Uber.

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