Consumo à distância e impactos na cadeia logística

Olá! Hoje iremos elencar as práticas econômicas de adquirir bens e serviços à distância, seus impactos e oportunidades na Cadeia Logística (Supply Chain).

O consumo de produtos à distância, que sempre existiu antes mesmo da internet, deixou de ser circunstancial para tornar-se um hábito, digamos, mais definitivo.

A onda de consumo atual é possibilitada pela competição e flexibilização de pagamentos, preços, proteção e garantias de compra, além da logística incutida na coisa toda com possibilidade de acompanhamento do andamento das aquisições.

Houve significativo crescimento também em SERVIÇOS, como, por exemplo, plataformas digitais de cursos e ensino à distância, fintechs e serviços de assinatura.

Já os PRODUTOS destacaram-se os de primeira necessidade como: alimentos, higiene, limpeza e medicamentos, que figuraram no topo de consumo, seguidos daqueles que proporcionam algum conforto, como produtos tecnológicos e de entretenimento.

O maior site de e-commerce do Brasil (ML) aponta dentre os produtos mais consumidos na América Latina aumento de 17 milhões de novos compradores em 2020, e de janeiro a setembro/2020, 8,4 milhões de novos usuários brasileiros (Dados do Mercado Livre — janeiro/2021).

Consequentemente, os processos logísticos tradicionais sofreram mudanças enfatizando as necessidades remanescentes dadas aos riscos globais por conta de interrupções não programadas.

Por exemplo, se lazer passa a ser percebido com importância, os fabricantes desses itens passam a ter maior demanda num cenário de privações, como o que temos vivenciado.

Já serviços tradicionalmente prestados em seus pontos de consumo passaram a ser acessados e facilitados por plataformas digitais.

São oportunidades que não estão mais baseadas em demandas físicas pré-concebidas, mas em oportunidades que envolvem basicamente a sobrevivência e a razoabilidade no consumo ante ao cenário anterior, que era de estimular e produzir em escala.

As compras à distância empurram cada vez mais os produtos para a ponta (o mais próximo possível dos clientes), são produtos acabados com consequente fracionamento de volumes e que geram maior valor agregado para distribuição.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, o faturamento do e-commerce cresceu 56,8% e chegou a R$ 41,92 bilhões em 2020.

Dentre os impactos e oportunidades nessa dinâmica do consumo à distância, três se destacam:

a) transporte ágil, a parte mais visível da operação logística com sua função de proporcionar disponibilidade, o cliente quer ver chegar a promessa do marketing (agora acompanhando sistematicamente o processo);

b) um crossdocking equivalente, que permita as múltiplas operações e passagens de diversos itens de diferentes cadeias de fornecimento para os vários pontos a serem atendidos, com alto nível de controle e pronta resposta;

c) demanda por espaço (imobiliário) para que as operações aconteçam sinergicamente (plantas, pátios, CDs e armazéns).

Os transportes vêm se adequando às novas realidades de distribuição, seguido de operações complexas de crossdocking, atendendo, de certa forma a contento, enquanto que a demanda por espaço tornou-se o grande gargalo para algumas companhias.

Inclusive os negócios empresariais imobiliários vêm atraindo grandes grupos para o Brasil.

São fatores que sinalizam positivamente o crescimento das atividades logísticas nos próximos anos e que o varejo digital continuará firme.