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Conteúdo 31 de maio de 2021

De volta ao básico: a importância de conhecer bem os produtos na hora de especificar o sistema de movimentação e armazenagem de material

Parece óbvio, mas frequentemente nos deparamos com empresas que não tem domínio sobre os produtos que movimenta…

Resolvi escrever sobre este tema pois cada vez mais temos sido consultados por empresas buscando soluções para automação de seus centros de distribuição, de atendimento de pedidos – fulfillment centers, terminais de carga, enfim, qualquer instalação intralogística.

Não é exceção começarmos a analisar os dados e identificarmos que há muita “sujeira” no cadastro dos itens mantidos em estoque (SKUs), em especial quanto às suas dimensões e pesos.

Nem preciso me alongar para convencê-los que isso acaba sendo um grande problema… imagine receber uma lista com produtos com dimensões de 1cm x 1cm x 1cm e que pesam 1kg, tão pequeno e com um peso relativo tão alto.

E pior: isso se repete em vários dos SKUs desta lista. Seria coincidência? Será que estou diante de um novo material, considerando que os materiais com maior densidade na tabela periódica estão na ordem de 22 g/cm3 (ósmio e irídio) e esse é 45 milhões de vezes mais denso?

Bom, a explicação é bem mais simples… o cadastro está errado! Deixamos de lado a coleta e a inserção correta dos dados acreditando que isso não é importante. Mas será que não é mesmo? Como estocar esse material? Como deveríamos movimentá-lo? E o veículo de transporte? Qual frete deveria ser considerado sobre essa carga? Enfim, são muitas as implicações em não conhecer exatamente o que está sendo armazenado em minha instalação logística.

Isso até não era tão relevante quando a quantidade de SKUs era reduzida e basicamente dava para lembrar de todos os itens de memória, e saber como e onde estocá-lo, mas felizmente isso mudou. Incrementamos mais variedade em nosso portfólio, atendendo as necessidades e os desejos de nossos consumidores, mas infelizmente associado a esse benefício veio a contrapartida, isto é, mais complexidade.

31-05-21 - Figura 1

Exemplo de equipamento de pesagem e medição

Deixar de fazer não resolve a questão. Temos de buscar soluções efetivas, e o mercado tem oferecido tecnologia para apoiar nossas operações. Sistemas robustos de medição e pesagem realizam esta tarefa de forma ágil e precisa, sem qualquer impacto, isto é, sem que essa atividade seja um gargalo aos processos de recebimento e/ou expedição.

Conseguimos em fluxo medir, pesar e atualizar nosso cadastro e com exatidão definir a forma de movimentação, estocagem e transporte dos materiais, inclusive na tarifa correta de frete, etc.

Conforme localizamos os estoques próximos aos nossos clientes, com objetivo de reduzir os tempos de envio e aumentar a satisfação dos clientes, mais caras são estas instalações, com mais restrições de espaço, e é fundamental saber exatamente quantos itens podem ser estocados naquele local.

Agora imagine uma solução automática associada a esta ou qualquer outra instalação intralogística. Como o equipamento, robô, pode movimentar e/ou estocar algo que está com as dimensões distorcidas? Será que cabe naquele espaço? Será que o contentor é capaz de acondicionar o produto? O equipamento tem capacidade para movimentar o peso indicado? E pior, e se no cadastro aparenta capacidade, mas o peso real é maior?

Enfim, reconsidere sua prática de não se preocupar com as características físicas dos materiais de sua empresa, seguramente há muito mais benefícios, e a automação deste controle sem dúvida é justificada.

Edson Carillo Edson Carillo

Diretor da Connexxion Consulting, engenheiro, com MBA em Administração Industrial e Especialização em Gestão Executiva pela St. John´s University (The Peter J. Tobin College of Business) tem mais de 30 anos de experiência em supply chain management – logística. É consultor e instrutor nas áreas de operações (SCM e Manufatura). Especialista em Lean Manufacturing pelo Kaizen Institute e TOC pelo Avraham Goldratt Institute. é também vice-presidente da ABRALOG – Associação Brasileira de Logística. É Professor de MBA na FGV. Coautor de diversos livros. Foi engenheiro industrial das Indústrias Alimentícias Kibon e engenheiro pesquisador na Cia Ultragaz. www.connexxion.com.br.

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