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Conteúdo 22 de novembro de 2021

Inovar é experimentar

As constantes transformações no setor de logística, levando as empresas a buscarem novas ferramentas para manter a competitividade e a produtividade, clamam para que as entidades representativas do setor privado também encontrem novas formas de participação nos debates sobre o tema.

A pandemia exigiu mudanças rápidas nas operações e uma das soluções encontradas pelos Operadores Logísticos (OLs) foi a parceria com startups e logtechs, de forma que a tecnologia e a inovação possam contribuir para que as empresas atendam às expectativas e às demandas cada vez mais elaboradas e complexas apresentadas por seus clientes e consumidores.

Dentro desse cenário, é fundamental que as empresas estejam prontas para conhecer as mudanças que possam somar ou mudar a sua cultura, e criar espaços de diálogo para que essas transformações sejam devidamente absorvidas pelos funcionários e colaboradores.

No início de novembro, a ABOL realizou o evento “Inovação e Novas Tecnologias no Mundo da Logística”, cujo objetivo era exatamente trazer logtechs e startups para mais perto dos OLs, mostrando que entidades representativas podem ser um agente estratégico na promoção de novas empresas, principalmente brasileiras. Esse tipo de encontro contribui para inserir a instituição no ecossistema de startups e até mesmo fazer com que os OLs se sintam mais confortáveis em experimentar novas alternativas para expandir o seu negócio.

Como afirmado anteriormente, quando se trata de levar mais tecnologia e inovação às empresas, uma mudança cultural deve acontecer anteriormente ou em paralelo – e os associados da ABOL estão cientes dessa necessidade. Um dos questionamentos feitos durante o evento foi como conseguir implantar a cultura de startups e de ideias inovadoras e algumas vezes disruptivas em empresas extremamente convencionais ou tradicionais?

A cultura entre os funcionários deve ser a de estar sempre abertos para que a empresa receba e tire o melhor proveito das novidades e do que ainda está por vir, lembrando que nem sempre a tecnologia precisa ser o elemento preponderante do processo de inovação. Para inovar, não é necessário tecnologia, e ela deve começar dentro de casa por meio de um trabalho interno bem direcionado cujo escopo seja: pessoas que relatam o problema e pessoas que o solucione. Experimentação é a ordem da inovação.

O objetivo é sempre alcançar mais agilidade e flexibilidade dentro dos diferentes segmentos da empresa. Uma startup não se alia apenas ao setor de TI, por exemplo. Inovar também é conectar interseções e construir de forma multidisciplinar, e é por isso que os Operadores Logísticos não se limitam às logtechs.

Há startups que apresentam soluções para outros nichos e que podem ser extremamente úteis e adaptáveis à realidade dos Operadores Logísticos, a exemplo daquelas desenvolvidas para o mercado de laboratórios, que dificilmente teriam sido pensadas de forma específica e direcionada para o setor de logística.

A UPS, associada à ABOL, por exemplo, está investindo milhões de dólares em novas startups voltadas à área de Recursos Humanos (RH), com foco nas pessoas, já que ter funcionários motivados a buscarem a inovação é uma das prioridades da empresa. Essa iniciativa reitera a teoria de que a inovação não está relacionada somente à otimização da carga ou aumento de produtividade, mas também ao negócio de modo geral.

Nesse contexto, muito se fala também nas startups e inovações destinadas ao ESG (ambiental, social e governança, da sigla em inglês). Elas garantem perenidade, compromisso e comprometimento aos negócios. As startups que operam no braço ambiental desenvolvem soluções, principalmente, para gestão de energia e mobilidade elétrica e logística.

Outras associadas, como Sequoia, BBM, Coopercarga, Tegma, Santos Brasil e DHL vêm investindo pesadamente em empresas que se propõem a trazer soluções voltadas ao e-commerce, ao last mile, ao gerenciamento da carga, dentre outros, seja por meio de aquisição de startups, seja por criação e desenvolvimento interno de empresas transversais. Inovação é para todos e precisa ser democratizada.

 

Marcella Cunha Marcella Cunha

Natural de Brasília, tem mais de 10 anos de experiência nos setores de transportes e tecnologia. Graduada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Ciência Política, é a atual diretora Executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL). Tem passagens pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e pela empresa Uber.

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