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Conteúdo 2 de setembro de 2019

O perigoso rumo da competição

Há quem diga que competir é uma necessidade, outros que é um vício. Há quem diga que a competição promove a evolução, outros que ela provoca atitudes que nem sempre estão dentro de um contexto ético. É verdade que nos dias atuais competir não só é inevitável, uma questão de sobrevivência, como a única maneira de alcançar objetivos que se renovam mais rápido do que conseguimos digeri-los. Mas, até que ponto ela, a competição, é benéfica em nossas vidas pessoais e profissionais? O que separa uma pessoa competitiva do ambiente da deslealdade, da mentira e da vitória a qualquer custo?

O comportamento profissional vem sofrendo alterações preocupantes e, antes de tudo, perigosas. As “regras do jogo” deixaram de ter regras. Os limites estão esquecidos num cantinho do palácio do vencer a qualquer custo. Como não associar isto também às alterações de personalidade? As pessoas estão cada vez mais voltadas ao outro, mas não por gloriosos motivos, e sim pela prática da superioridade, da demonstração de realizações, algumas vezes falsas e vazias, ou pela satisfação que julgam necessitar dar àqueles que as seguem nas redes sociais.

E os planos de realizações legítimas, onde ficam? O que está acontecendo com boa parte dos profissionais que hoje não se preparam, não buscam conhecimentos, não se dedicam, mas esperam um resultado antes de qualquer ação? Esses profissionais podem enxergar como inimigos seus colegas de trabalho e nem imaginam que deles dependem também suas ascensões profissionais.

Quantos casos de humilhações, injúrias, deslealdades e crueldades temos conhecimento nesse ambiente? Sem dúvidas, quem não passou por isso, assistiu ou soube de alguém que foi atingido pela arrogância de um colega que vê nisso uma possível, e às vezes “única”, porta para o crescimento. Contudo, não está aqui a satisfação, a realização profissional ou pessoal que tanto se busca ao escolher uma profissão ou ainda quem busca seu espaço.

A fórmula “mágica” continua sendo a mesma: qualificação, determinação, paciência e um incrível desenvolvimento da forma de lidar com conflitos pessoais – os quais todos temos – e, acima de tudo, o que está em questão aqui, os conflitos interpessoais. Estes, se forem pautados no respeito e no desejo de fornecer soluções, ou mesmo uma simples ajuda, já serão responsáveis por um crescimento admirável e verdadeiramente sustentável.

É muito comum hoje encontrarmos pessoas que dificultam as coisas para demonstrar seu conhecimento e buscar algum valor na empresa. Meio louco isso! Na verdade, são as SOLUÇÕES que constroem uma liderança, que constroem valores. São estes os instrumentos valorizados numa empresa e que vêm a se tornar uma verdadeira semeadura que levará ao reconhecimento profissional.

Sobre competitividade, aprendemos muito com o futebol: o atacante goleador é sempre o mais valorizado e o que obtém maior mídia. E o resto da equipe que, através de seu desempenho, contribuiu para a situação de gol? Desprezamos todos os elementos de planejamento e execução que compõem uma vitória – e uma derrota também – e valorizamos apenas o resultado final. Quando agimos assim, as pessoas ao nosso redor são desvalorizadas, e ao desvalorizá-las perdemos também o nosso valor, a capacidade de aprender com elas, de ajudá-las e isso nada tem a ver com inteligência, pois os que preferem competir com os melhores evoluem verdadeiramente.

Algumas vezes, perguntado sobre qual caminho profissional seguir, o que fazer para se encontrar e crescer nele e como lidar com a competitividade tão acirrada hoje, onde muitos esperavam ouvir sobre aquela profissão que trazia mais rentabilidade, mais realizações, sucesso… sempre respondi que, até acima da busca pelo conhecimento, há algo que tem um poder revolucionário e infalível, infelizmente cada vez menos praticado hoje em dia: “Faça pelos outros o que gostaria que fizessem por você”.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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