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Conteúdo 19 de outubro de 2010

Regionalização de Supply Chain ainda é mito

Os responsáveis pela logística de multinacionais parecem concordar com o termo regionalização do Supply Chain. Mas a verdade é que ficam apenas na teoria. Mostram-se cientes e dizem que é mesmo o melhor caminho para se ter maior inteligência na distribuição de produtos quando se integra o plano logístico de plantas localizadas em países próximos os qualificando como região. Ou seja, identificar demandas e peculiaridades locais mas conseguir planejar a produção de forma integrada. Na prática, isso não acontece. Infelizmente o que se vê é o movimento contrário de se manter um plano para cada planta/País como se fossem receber produtos totalmente diferentes, quando no fundo o produto é o mesmo e o que pode mudar são detalhes possíveis de ser adequados no momento antes de chegar ao consumidor final como o idioma a ser impresso na embalagem, por exemplo.

É nesse ponto que a regionalização de Supply Chain entra na questão de ser ou não ser um mito. Indústrias com presença em países vizinhos não conseguem adequar sua logística de forma a atender de maneira uniforme aquela região. Pensamos em uma companhia com atuação no Brasil, Uruguai e Argentina. É preciso criar uma espécie de central logística para atender aos três mercados e direcionar as quantidades de acordo com as demandas e variáveis de cada país. O que se tem hoje é um atendimento quase que personalizado para cada mercado, o que pode gerar volume nos estoques desnecessário e até mesmo custo maior na produção ao ter de direcionar todo o esforço para atender apenas um país, enquanto seria possível produzir para toda a região.

Muitos anos de experiência me permitem dizer que há barreiras que devem ser superadas para que seja aplicado o abastecimento uniforme com logística adequada e estruturada. Atingindo assim, os pontos primordiais para que se deixe de lado o pensamento individual de mercados que podem ser agrupados

Por isso, o importante é combater certas incapacidades de áreas globais para lidar com grandes países/regiões. Pensar regional é um desafio, portanto, a tendência é que os top managers possam criar regiões acumulando países, ao invés de criar, se assim podemos dizer, uma estratégia regional verdadeira.

Então de que maneira é possível otimizar resultados regionais, minimizando a instabilidades nas fábricas, quando o que se vê é um pensamento e planejamento individual de algo que se nomeia regional. Pior: total falta de motivação dos líderes regionais que, por não terem autoridade, sentem-se incapazes de implementar conceitos e estratégias regionais, além de sentirem o peso da cobrança por resultados de um plano que no fundo não saiu do papel. O principal passo do sucesso passa por gerenciamento eficaz dos profissionais. Ao se definir pela regionalização do Supply Chain, o profissional que encabeça a operação tem que ter a responsabilidade direta e potencializada no desenvolvimento da equipe, além de haver definições de meritocracia e plano de carreiras. Os interesses locais não podem sufocar o projeto regional jamais.

Portanto, o mito que envolve a perfeita regionalização de Supply Chain nada mais é do que a coragem de pensar diferente, ou seja, pensar grande. Não ser medroso na hora de inovar. Até é verdade que são inúmeras as empresas multinacionais que sofrem da síndrome de globalização de bolso, mas o que estamos vivendo no Brasil são significativos e crescentes problemas relacionados ao Supply Chain como um todo. Há inúmeras fábricas com capacidade ociosa e que poderiam estar atendendo a outros mercados. Ou ainda, poderiam diminuir a carga de plantas que estão saturadas e repletas de problemas de qualidade. Frente a este cenário, inovar nos conceitos gerais de Supply Chain parece, e se confirma cada vez mais, ser o ponto fundamental para o êxito. Não é o grande que vence ao pequeno, mas o rápido que vence o lento.
 

Alejandro Montalbano Alejandro Montalbano

CEO da Diamond Passion and Excellence, especializada em estratégia de negócios. Conta com 34 anos de experiência em Quality Assurance, Gestão de Materiais, Gerência de Planta, Diretor Técnico de Operações, Gerente Regional de Vendas, Marketing e Vendas Business Unit Head (Brasil e América Latina) e, finalmente, foi o idealizador e executor do mais inovador modelo de cadeia de abastecimento regional: LASCO (LatAm Supply Chain Organization).

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