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Conteúdo 11 de outubro de 2021

Transformação digital na logística e o desenvolvimento de novos negócios!

“A necessidade é a mãe da inovação.”
Platão (348/347 a.C.)

Nos últimos dias 28 e 29 de setembro, encerramos o Fórum Nacional do Brasil Export. Dentre muitos dos temas tratados, trouxemos a transformação digital na logística e o desenvolvimento de novos negócios como um dos pontos de destaque na agenda comum de todos nós que atuamos no ecossistema da logística global.

Neste artigo, trago uma síntese do que tratamos, tendo como time line os últimos vinte anos nos quais vivenciamos marcos de natureza épica, os quais vêm mudando o mundo em definitivo, mexendo na geopolítica do planeta, alterando costumes, processos, marcos regulatórios, regras de segurança e, em decorrência, verdadeiros movimentos disruptivos vêm sendo registrados em vários níveis das cadeias globais, tendo, tanto na aviação, quanto na navegação, nos portos, aeroportos e na logística em geral, um campo vasto de mudanças.

Desde dezembro de 2019, vimos enfrentando um desafio de proporções colossais, o qual afetou todo o planeta levando-o a uma das mais graves crises sanitárias e humanitárias já vividas pela espécie humana. Durante esse período, mudanças estruturais e de hábitos trouxeram-nos a necessidade de nos reinventarmos, de reconstruirmos conceitos e, uma vez mais, a logística passa por uma nova onda de disrupção, tendo que se adequar com a flexibilidade que lhe é intrínseca, com urgência e eficácia, aos novos tempos.

Antes mesmo da pandemia de Covid-19, o setor de logística, bem assim as cadeias de suprimento e distribuição vinham sendo sacudidas pelas ondas da quarta revolução industrial.

A Internet das coisas (IoT), Cloud Computing, Machine Learning, Big Data, Omnichannel, Inteligência Artificial, dentre outras tecnologias, estão digitalizando e transformando a logística em geral; quer seja na armazenagem, na movimentação e no transporte de carga, dentro e fora das empresas, de maneira nunca vista desde a invenção do contêiner nas décadas de 50/60.

No campo dos transportes em si, além do que já estamos experimentando em relação aos Veículos Autoguiados (os AGVs – Automated Guided Vehicles) e aos Drones, vemos o futuro chegando ainda mais rápido. A empresa aérea Gol anunciou no último dia 21/09, ter assinado protocolo de intenções com a Avolon para comprar e ou arrendar 250 aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical, para início das operações como táxis aéreos, em meados de 2025.

A Embraer também já entrou na corrida da mobilidade aérea urbana, ou UAM (Urban Air Mobility), e está desenvolvendo o EVE eVTOL, o veículo elétrico, a um custo operacional em até 80% mais baixo do que um helicóptero.

Uma nova fronteira, portanto, nos tem sido desafiada, dado estarem nos sistemas e na tecnologia as grandes transformações disruptivas e de larga escala, encontrando-se, na proa desse mar para bons profissionais, a tecnologia 5G que revolucionará nosso setor e as cadeias globais de produção, já a partir de 2022.

O e-commerce mostrou essa realidade. De acordo com o relatório da Mastercard SpendingPulse, um importante indicador de vendas no varejo, o e-commerce brasileiro apresentou um crescimento de 75% em 2020, tendo repetido a boa performance em 2021. Segundo o site Neotrust, o primeiro trimestre deste ano registrou crescimento de 57,4% maior do que no mesmo período de 2020.

O cross-board ou loja virtual da imensa plataforma de comércio transfronteiriço fortalece a dinâmica não mais apenas do B2B ou B2C, mas do P2P (pier-to-pier), ou seja, de ponta a ponta, fazendo com que uma nova ordem de coisas ganhe a agenda global.

Nesse contexto, também se inserem as startups de logística, que estão aportando inteligência agregada e inovação tecnológica, as logtechs, registrando um salto absoluto na digitalizando dos processos em largo espectro, desde rastreamento no trânsito internacional de carga, gestão de estoques, gerenciamento de armazéns, de frota, seguro de carga e por aí segue.

De acordo com o Logtech Report 2020, do Distrito.me, foram mapeadas naquele ano 283 startups que atuam no setor de logística no Brasil. Ainda sem dados publicáveis precisos em 2021, o crescimento foi exponencialmente maior.

Nesse painel, buscaremos abordar esse novo mundo que não mais orbita sobre nós, mas, nele, estamos absolutamente inseridos.

Chegamos, como se diz na aviação, ao irreversível point of no return, não havendo mais pista para uma reversão segura. Boa decolagem a todos!

 

Carlos Cesar Meireles Vieira Filho Carlos Cesar Meireles Vieira Filho

Mestre em administração de empresas pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), com especialização em Conselhos pela FDC/MG e MBA em Economia e Gestão de Relações Governamentais pela FGV/SP. Com 35 anos de experiência em logística e infraestrutura, atuou no Polo Industrial de Camaçari, no Governo do Estado da Bahia e em vários Operadores Logísticos e Portuários no país, tendo sido co-fundador e presidente da ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos) por nove anos. É consultor e conselheiro de empresas, atuando em planejamento estratégico, desenvolvimento de novos negócios, fusões e aquisições. É sócio-diretor da TALENTLOG – Consultoria e Planejamento Empresarial Ltda.

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