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Distribuição 21 de maio de 2015

E-commerce: crescimento favorece atuação de Operadores Logísticos e transportadoras

E as tendências, segundo alguns dos entrevistados, apontam para a regionalização dos players de e-commerce, trazendo consigo desafios e facilidades para suas operações devido à diversificação das suas origens de distribuição.

Passadas as resistências iniciais às compras pela internet, o e-commerce se apresenta hoje como um importante segmento da economia e, por conseguinte, para os Operadores Logísticos e as transportadoras que atuam neste segmento.

Na verdade, a demanda está aquecida para os Operadores Logísticos que atuam neDste segmento devido à alta competitividade e ao fator preço cada vez mais relevante na tomada de decisão. Porém, para as transportadoras, as regras impostas pelos contratantes fazem com que haja uma rotatividade alta dentro do setor, por conta de prazos de pagamentos muito elevados”, avalia Adriano Roberto de Oliveira, gerente de projetos da Restitui Logistica e Transportes (Fone: 11 2085.0860).

Raul R. Maudonnet, diretor de vendas da Transportadora Americana (Fone: 19 2108.9000), também avalia positivamente as atividades dentro deste segmento, que representa, para sua empresa, 15% do faturamento. “A demanda está crescente, pois este segmento se desenvolve em percentual bastante superior ao dos demais segmentos de mercado.”

Atualmente, o setor de e-commerce representa 6% no faturamento da ID Logistics Brasil (Fone: 11 3809.3400), com crescimento acentuado ano após ano, além de ser uma área estratégica.

Mas, Peter Kerr, gerente comercial da empresa, opina de modo diferenciado de seus colegas. Segundo ele, a demanda por Operadores Logísticos ainda é restrita, pois o “player” de pequenas empresas que atuam no e-commerce prefere executar sua própria operação por questões de custo versus volume, concentrando sua demanda com transportes. “Já as médias e grandes empresas buscam alternativas e avaliam constantemente a viabilidade ou não de terceirizar sua operação, pois, como sabemos, a essência do e-commerce está no nível de serviço/atendimento.”

Para o gerente comercial, essa é a principal razão que levam os players a avaliarem com extremo cuidado a possibilidade da contratação de um Operador Logístico. “Os desafios envolvidos em um startup, que apresenta um ambiente de extrema velocidade e precisão, muitas vezes, geram insegurança aos tomadores de decisão, devido ao risco de perda de faturamento e do comprometimento da sua imagem com os clientes. Cada vez mais, as transportadoras são desafiadas, tanto pela disponibilidade para efetivar o frete em si, como também pela geração de visibilidade e previsibilidade na prestação do serviço”, complementa Kerr.

Dificuldades

Os participantes desta matéria especial também apontam os fatores que mais dificultam a atuação do Operador Logístico/transportadora nesse segmento?

“As condições comerciais, como prazo de pagamento, hoje são fatores que dificultam a atuação do Operador Logístico/transportadora”, diz Oliveira, da Restitui.

A lista de fatores apontados por Maudonnet, da Transportadora Americana, é maior, e inclui: competitividade em custo; infraestrutura operacional e flexibilidade na operação; atenção às avarias e aos extravios de produtos; e solução de gerenciamento de risco, devido à alta atratividade de alguns dos produtos transportados.

“Acredito que a busca por excelência operacional, flexibilidade e nível de serviço a um custo reduzido são fatores que dificultam a atuação neste segmento. Operacionalmente, a complexidade logística e fiscal que o Brasil possui como um todo é um complicador, como exemplo a logística reversa”, completa Kerr, da ID Logistics Brasil.

Precauções

Aproveitando que apontam as dificuldades enfrentadas na atuação no e-commerce, os entrevistados também indicam os produtos desse segmento que exigem determinadas precauções quanto à higiene no transporte e na armazenagem, bem como com a rapidez no transporte, mantendo a integridade do produto. E de que maneira a empresa busca atender a essas demandas.

“Entendemos que a higiene deve estar presente para qualquer tipo de produto, uma vez que atendemos o cliente final e o produto deve estar preservado e apresentável. No entanto, há determinados itens que solicitam um nível maior de controle e manuseio, exigindo um cuidado diferenciado”, diz Kerr, da ID Logistics Brasil.

Mais específico, Oliveira, da Restitui, diz que os produtos que exigem mais cuidados são os cosméticos e perfumaria, os de cuidados pessoais e de saúde, que hoje estão na terceira posição de produtos mais vendidos na rede. “Atualmente somos certificados pela ISO 9001 – 2008, o que nos habilita em questões de processos. Além disso, temos uma farmacêutica que cuida do manual de boas práticas que faz parte da nossa política de qualidade”, completa o gerente de projetos.

Por sua vez, Maudonnet, da Transportadora Americana, salienta que os produtos que mais exigem atenção são os celulares e tablets, devido ao alto valor agregado. “Para estes produtos utilizamos áreas segregadas para manuseio, tendo imagens via CFTV de todas as etapas do processo.” Além disso – continua o diretor de vendas –, a automação de todo o processo com o uso de coletores de RF dá total confiabilidade à operação.

Tendências

Por tudo o que foi colocado, quais seriam as tendências para transporte e distribuição nesse setor? E para armazenagem?

“Vejo a regionalização dos players de e-commerce como uma tendência, trazendo consigo desafios e facilidades para suas operações devido à diversificação das suas origens de distribuição. A busca por incentivos fiscais e disponibilidade de mão de obra são fatores que contribuem para este movimento”, comenta Kerr, da ID Logistics Brasil.

Pensamento semelhante tem o gerente de projetos da Restitui, para quem, cada vez mais os CDs devem ficar próximos ao canal de vendas regionais, o que possibilitará mais agilidade na entrega e pedidos mais fracionados.

As tendências para transporte, armazenagem e distribuição nesse setor envolvem: perspectivas de crescimento do mercado, principalmente com a entrada de consumidores da classe C e D; barateamento dos produtos; necessidade de uma logística reversa eficaz; e tecnologia aplicada à gestão operacional, incluindo ferramentas de visibilidade e softwares WMS e TMS. Além disso, o tracking de todas as etapas do transporte é um diferencial, juntamente com a confirmação em tempo real da efetivação da entrega. A análise das tendências, agora, é feita por Maudonnet, da Transportadora Americana.

Investimentos

Finalizando esta matéria especial, os participantes apontam os próximos investimentos da companhia em termos de distribuição e armazenagem para esse setor.

Evasivo, Kerr, da ID Logistics Brasil diz que eles virão de acordo com a demanda de novos negócios e “buscaremos novas tecnologias que nos permitam continuar a exceder nosso compromisso com nossos clientes”.

Por sua vez, Oliveira, da Restitui, diz que a empresa está com estudos pré-aprovados para investimentos em infraestrutura para ampliação de sua planta para 2000 posições-paletes, além de mais 1.500 m² de área para armazenagem.

“Estamos analisando a abertura de novas filiais e aumento de frota para acompanhar a capilaridade operacional necessária a este segmento que cresce em nível bastante superior aos demais. Além disso, estamos fortalecendo a automação dos processos com o uso de RF em todas as etapas da operação”, finaliza Maudonnet, da Transportadora Americana.

Com a palavra, o embarcador

“Creio que a característica mais relevante no segmento seja a rapidez e o cumprimento dos prazos de entrega. Quando um cliente compra via e-commerce, automaticamente gera-se uma ansiedade em receber sua mercadoria. Essa ansiedade pode ser satisfeita quando entregamos no prazo, ou tornar-se uma frustração quando há atrasos.”

A avaliação é de Rafaella Marchi Pellegrini, supervisora de logística da Casa América – Alves e Mohallen Indústria e Comércio de Produtos (Fone: 35 3622.3765).

Rafaella também aponta os maiores problemas enfrentados na logística neste segmento. Eles são muitos, e os maiores são a dificuldade em se cumprir o prazo determinado em contrato, entrega nas chamadas “áreas de risco” e burocracia para que seja feito o reembolso em caso de avarias. “Podemos citar, ainda, um problema que tem ocorrido com muita frequência: a negação das transportadoras em entregar vidros para nossos clientes finais.”

Ainda na análise da supervisora de logística, abordando a questão de como estes problemas podem ser resolvidos, no entendimento da Casa América, a palavra chave é comprometimento. “As transportadoras precisam entender que elas fazem parte do nosso negócio. Não é apenas contrato, é parceria mesmo. Sem as transportadoras o e-commerce fica sem uma parte vital para que o funcionamento ocorra de maneira eficiente e eficaz. Hoje nos blindamos com contratos de exclusividade para despertarmos esse sentimento de parceria com as transportadoras”, aponta.

Ainda analisando o relacionamento embarcador/transportadoras ou Operadores Logísticos, Rafaella também indica as ações ou falta de ações que podem “azedar” este relacionamento. “Descaso. Quando sentimos descaso por parte da transportadora, ficamos receosos instantaneamente. Seja descaso na hora de coletar as mercadorias em nosso Centro de Distribuição, descaso no manuseio e acomodação da mercadoria, descaso com nosso cliente final”, completa.

 

 

 

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