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Logística Setorial 9 de junho de 2021

Embarcadores do segmento de Alimentos e Bebidas usam os mais diversos recursos para uma boa logística

Desde baús para transporte de sorvetes a áreas com sistema de refrigeração controlada para vinhos, passando por bitrens, vanderleias e rodotrens. Vale tudo para preservar a qualidade de produtos tão sensíveis.

 

World Wine: Vinhos na temperatura certa

Os desafios logísticos enfrentados pela Real Comercial – World Wine, que fornece alimentos não perecíveis, como arroz para risoto, massas de grano duro, azeites, tomates italianos enlatados, conservas, vinagres, destilados e vinhos, são vários. Eles vão desde a falta de espaço físico no estoque em determinadas épocas do ano, dado ao pico de recebimentos de contêineres no porto, até o elevado número de entregas ao final de cada ano, quando há uma alta demanda vinda de todos os canais e um curto prazo para entrega nos clientes, prazos que partem do modal rodoviário que transporta 90% de todo o volume na distribuição.

“O problema da falta de espaço físico é resolvido através de armazenagem em Operadores Logísticos em certas épocas do ano. Já o problema de prazos de entrega nos clientes geralmente é contornado com envios no modal aéreo. Porém, ambos os casos envolvem despesas que poderiam ser evitadas se o Brasil conseguisse oferecer uma infraestrutura portuária melhor e uma oferta maior de outros modais, como o ferroviário, por exemplo, que poderia ser uma ótima opção de envio em grande escala, o que reduziria o prazo de entrega de algumas transportadoras do modal rodoviário, já que a opção multimodal poderia encurtar muitas distâncias.”

Quem explica é Renato Henrique Perciani, gerente de Logística da World Wine, destacando, também, que utilizam transportadoras terceirizadas na distribuição a nível Brasil, optando por dividir as transportadoras por região e por canal.  Assim, conseguem repassar um valor de frete bem mais competitivo aos seus clientes.

“Como exemplo, utilizamos a Transportadora Plimor para o Sul do Brasil, que oferece um ótimo custo-benefício e é uma referência no transporte do segmento de e-commerce. No aéreo, temos parceria com a Azul Cargo. E nas pequenas encomendas utilizamos a Jadlog. No caso do B2B temos uma demanda bem regionalizada, onde destacamos a transportadora Pajuçara, que nos atende em todo o Sudeste, a Bros Logística, para o Centro-Oeste, e a Pacífico Log, para a região Norte do Brasil.”

É uma média de 40 carros por dia saindo de São Paulo, SP, e dentre eles cerca de 40% são direcionados a clientes na própria Grande São Paulo, que são atendidos com um prazo de entrega de D+1 ou no máximo D+2. O restante envolve transportadoras terceirizadas que atendem a diversas cidades e regiões de forma mais consolidada. E há, também, embarques diários ao Rio de Janeiro e ao interior de São Paulo, regiões que a World Wine consegue atender com o prazo de D+1 e D+2, dependendo da cidade.

“Além do rodoviário, utilizamos o modal aéreo, com o qual temos a vantagem do menor prazo de entrega, além de uma tabela específica para vinhos, na qual o valor de frete é reduzido e chega ao mesmo valor do rodoviário, o que nos traz um grande fator de competitividade para vendas de pouco volume e alto valor agregado de produto. Para grandes demandas do canal B2B, utilizamos a cabotagem, por oferecer um valor de frete muito mais baixo do que o rodoviário para longas distâncias, além de um bom prazo de entrega, adequado às datas agendadas junto aos clientes”, explica Perciani.

Armazenagem – Ele conta ainda que o Grupo La Pastina, do qual a Word Wine faz parte, possui um Centro de Distribuição localizado no bairro da Mooca em São Paulo, SP. Trata-se de um CD com 8.000 m² de área útil e 10.800 posições-paletes, sendo 1.700 climatizadas a 17ºC para vinhos de alto valor agregado (vinhos de “guarda”) – são 1.000 m² a 17ºC –, local que consideram a sua “grande adega” com estrutura portapalete.

A empresa também conta com um Operador Logístico na região Sul do Brasil, a Contrans, que utilizam apenas para armazenagem e desova de mercadorias vindas através de contêineres que desembarcam no Porto de Itajaí, SC. É uma operação voltada para a armazenagem e consequente redução no valor de “demurrage”, uma parceria que engloba o transporte fornecido pelo próprio Operador.

Sobre os diferenciais da logística da sua empresa, Perciani diz que o principal é contarem com uma logística própria, colaboradores, espaço físico, infraestrutura interna e tecnologia adequada. “Na armazenagem temos a opção de dois ambientes com temperaturas controladas, uma delas é a nossa grande adega climatizada.”

Fora o transporte, todo o processo acontece dentro da “própria casa”, como diz o gerente de Logística, onde têm um grande conhecimento dos produtos, a ponto de oferecer aos clientes algumas customizações e cuidados adequados, cuidado que se inicia no recebimento, passa pela armazenagem na temperatura adequada e pode ser comprovado na entrega, através dos clientes.

Tudo isto é calcado em uma logística peculiar para se adequar ao mercado. “Primeiro foi a diferenciação de ‘perfil’ das transportadoras, considerando um cenário em que tivemos uma alta demanda vinda do canal B2C, principalmente do canal e-commerce. Enxergamos a necessidade de diferenciar as transportadoras por canais e com isso reduzir os custos de frete, ao mesmo tempo oferecendo um serviço mais específico e de maior qualidade aos nossos clientes. Além disso, houve uma grande evolução em termos de embalagens, as quais também são distribuídas de acordo com o canal.”

A World Wine utiliza o WMS, parte do TMS e a separação via coletor de dados. O WMS é o principal recurso em termos de tecnologia, por fazer a automação do FIFO e FEFO – por se tratarem de vinhos, empregam um recurso através do qual o sistema consegue fazer o FIFO para a distribuição da safra correta do estoque de vinhos de alto giro.

“O coletor de dados simplesmente nos deu um ganho valioso de tempo na separação e na conferência, algo que é muito complexo dentro do nosso ‘microuniverso’ de 3.000 SKUs. O fato de conseguirmos não só separar, mas também conferir a mercadoria com agilidade através do código de barras, sem precisar olhar para a nota fiscal, nos mostra que essa é uma das principais ferramentas de tecnologia em nossos processos internos”, completa Perciani

Pandemia – A empresa passou por grandes mudanças no começo da pandemia. Primeiro foi o revezamento de equipes, visando a redução de pessoas dentro da empresa, e depois foi a mudança nos horários de trabalho – foi preciso mudar ou antecipar um turno de trabalho para garantir a saída segura e dentro do horário estabelecido pelo governo.

Por outro lado, houve uma grande demanda vinda do canal B2C, principalmente partindo de canal próprio de e-commerce, que cresceu muito neste período, e obrigou a empresa a trabalhar muito mais com garrafas avulsas em um grande número, ao invés de caixas fechadas e paletes consolidados de produtos.

“Acredito que muitas das mudanças provocadas pela pandemia vieram para ficar, pois com o grande serviço de logística prestado nas vendas vindas de televendas e de e-commerce, as pessoas já entendem que não mais é ‘tão necessário’ ir até a loja para comprar um bem de consumo, basta que essa pessoa possa fazer o seu pedido através de algum canal de comunicação e pronto, a logística cuida do resto. Porém, acredito também que essa experiência omnichannel oferecida agora por algumas empresas deverá não só continuar, mas ser amplamente atualizada”, finaliza Perciani.

 

Jasmine: Estudos buscam oportunidades de mais eficiência, otimizando lead time e custos

Oferecendo produtos categorizados em zero açúcar, integral, orgânico e sem glúten, sendo os principais SKUs pão, granola e cookies, a Jasmine Alimentos também atua com transporte e Operador Logístico terceirizados.

“Em 2018 realizamos uma análise e por estratégia do negócio optamos pela terceirização do Armazém na Regional GRU, sendo que o processo de transporte já atuávamos de forma terceirizada, objetivando menores custos e tecnologia. Em termos de OL, trabalhamos com a Intermodal Brasil Logistica (IBL), e hoje temos 16 transportadores atuando em todo o território nacional. Os principais parceiros são: Transportadora Mosca; Carvalho Transportes; Máximo Transportes; Transportadora Agrelense; Aliança Transportes; Destak Transportes; e Alog Transportes.”

Fabiano Vasconcellos Nicolau, diretor Comercial e Logística da Jasmine Alimentos, também aponta que, diariamente, são embarcados em média seis veículos por filial, sendo que as viagens são por roteirização controlada pelos terceiros: Regional GRU – De GRU para São Paulo Capital e Interior, Norte e Nordeste; Regional CGS – De CGS para Sul e Centro-Oeste. No momento, a empresa não utiliza outro modal, mas está realizando estudos buscando oportunidades de mais eficiência, otimizando lead time e custos.

Com relação à armazenagem, a Jasmine conta com um site próprio em Campina Grande do Sul, PR, para produto acabado, com 3.376 posições-paletes, e para matéria prima, com 1.600 posições-paletes, tendo aproximadamente 1.800 m² para expedição e 1.500 m² para recebimento.

Conta, ainda, com um site terceirizado localizado na cidade de Guarulhos, SP, no Operador Logístico (IBL), com disponibilidade para 900 posições-paletes.

Entrega segura – “Precisamos entregar de forma segura, prezando pela qualidade do nosso produto de forma rápida, garantindo as performances de nossos terceiros (Operador Logístico e transportadores), satisfazendo os nossos clientes, além da otimização dos custos para atender a estratégia adotada pela empresa. Assim, os maiores desafios hoje envolvem negociar tabelas de fretes de acordo com os negócios da empresa, sem afetar a qualidade e agilidade nas entregas, além de implantar rastreabilidade e monitoramento.”

Neste contexto, Nicolau diz que as soluções poderiam vir através de: programa de gestão de risco; tecnologia e inovação na logistica; oportunidades nos modais de transportes; estudos e análises para viabilidade para negociação de terceiros (armazenagem e transporte).

Diferenciais – Quanto aos diferenciais da logística da empresa, levando em conta o tipo de produto transportado e armazenado, o diretor Comercial e Logística diz que é se manter disponível e pronto para assumir o crescimento do mercado, mesmo em tempo de pandemia.

“Outras instituições do mesmo segmento vêm demonstrando uma queda no mercado, enquanto a Jasmine se mantém forte e com crescimento em venda e na contratação de novos recursos”, comemora Nicolau. Ele também destaca os diferenciais da logística da empresa em benefício dos clientes: Realizar entregas com qualidade, preservando a integridade do produto em menor tempo e sem rupturas.

Sobre o que a empresa adotou em termos de logística para se adequar ao mercado, o diretor Comercial e Logística relaciona: Revisão de processos; Novas estruturas organizacionais; Mudança do Operador Logístico; Revisão das tabelas de fretes; Acompanhamento da performance de seus transportadores; Busca de parceiros com usos de novas tecnologia e monitoramento.

Além disto, são usadas várias tecnologias, como, caso do Operador Logístico, Sistemas ERP, WMS e o TMS (Frete Brasil). Vale acrescentar ainda: gestão de pedidos utilizando regras de shelf conforme necessidade dos clientes; acompanhamento dos produtos com data critica, analisando futuros desvios e descartes; e tempo de atendimento x embarque com maior agilidade nos embarques.

 

Carmel: Cadeia do frio impõe desafios

Por atuar com potes de sorvete, picolés, tortas de sorvete e baldes para buffet, a Carmel Indústria e Comércio de Sobremesas, que detém as marcas Gela Boca, Ultraçaí e Dom, enfrenta, como maior desafio logístico, a cadeia de frios, visto que, quanto mais distante o ponto de entrega, mais o caminhão precisa de tomadas (energia) e de infraestrutura para garantir que o baú se mantenha frio para um sorvete de qualidade. E o custo é alto.

“O baú, por ter isolamento por sistema de placas, é mais caro, e por ser pesado, faz com que o consumo de combustível seja maior e tenha uma carga livre menor. Os desafios são manter a cadeia de frios para garantir a qualidade do produto e a gestão do custo do investimento da frota, que é alto”, explica Thiago Ramalho, diretor da empresa.

Ainda segundo ele, uma cooperativa pode ser uma solução para este problema, “porque numa mesma avenida passam o meu caminhão e o dos concorrentes fazendo a mesma rota. Se houvesse uma cooperativa, haveria otimização desses custos”.

Frota própria – Ainda segundo Ramalho, “como sorvete é um produto sensível e qualquer variação na temperatura compromete a qualidade, são poucas as empresas que contam com veículos preparados para a cadeia de frios e sorvetes, e como estamos no interior, praticamente não há empresas para terceirizar esse serviço. Então, trabalhamos com frota própria, focados na qualidade do produto.”

Em Santa Catarina a empresa tem um Operador Logístico para açaí, porque esse produto suporta maior variação na temperatura, e também pela facilidade no custo e na operação, porque são menos SKUs.

O diretor da empresa continua explicando a logística, lembrando que contam com um CD em Santa Catarina para sorvete, em uma estrutura pequena, de 200 m², para fazer o atendimento das lojas franqueadas com o sorvete, e o restante do volume, que é o açaí, fica com o Operador Logístico. “No Paraná, temos um armazém central, com área de câmara fria de 26 m por 26 m , com mais uma câmara anexa de 10 m por 10 m. É uma estrutura própria para atender todas as regiões: Paraná, Mato Grosso e interior de São Paulo.”

Hoje são dez veículos, praticamente todos na estrada todos os dias. As viagens são de no máximo 400 quilômetros. E, além do transporte rodoviário, a Carmel utiliza frete marítimo para a exportação para Portugal.

“Um dos nossos grandes diferenciais é que basicamente carregamos e descarregamos o caminhão todos os dias. O nosso modelo faz com que trabalhemos com uma frota em média 50% menor do que a das empresas do mesmo segmento: a indústria de sorvetes geralmente trabalha com uma frota duas vezes maior que a nossa para fazer o mesmo volume de entrega. O tipo de caixa e o tipo de pedido e de cliente nos permitem uma logística ágil e eficiente. Com uma frota menor, conseguimos entregar mais.”

Para o cliente, de acordo com Ramalho, o grande benefício é ele fazer o pedido e receber a entrega no outro dia ou no máximo em dois dias. Ele nunca fica sem produto e recebe com agilidade. “São os nossos diferenciais: agilidade e prazo de entrega.”

O grande desafio para se adequar no mercado é o preço, então, segundo o diretor da Carmel, buscaram otimizar, desde a separação até o picking, os produtos que mais saem, que ficam próximos da área de embarque. Usam coletor de dados, gestão do custo de quilômetro rodado, gestão do carregamento, controle de jornada e de hora extra, e essa estratégia de mudar as caixas, de mudar a forma de carregamento e de entrega no cliente final permite que sejam mais ágeis em relação ao mercado. Além disto, a empresa utiliza software de roteirização e acompanhamento em tempo real de carga, coletor de dados para conferência e faturamento, ERP para a gestão da frota e faturamento, e também um software de GPS, com monitoramento em tempo real da frota com gestão de manutenção, controle de velocidade e alertas.

 

Katayama Alimentos: Operando a logística de ovos

Uma logística diferenciada é praticada pela Katayama Alimentos. “Contratamos transportadoras terceirizadas para a distribuição dos ovos produzidos pelo plantel (de quatro milhões de galinhas, entre recria e postura, e mais 250 mil codornas), situado em Guararapes, interior de São Paulo. Anteriormente, tínhamos caminhões próprios para realizar as entregas, porém a Katayama decidiu terceirizar o serviço. A contratação de frotas terceirizadas não exige investimentos relevantes e oferece mais opções de caminhões com tamanhos, capacidades diversificadas e flexibilidade na composição de cargas e rotas. Temos contrato com mais de 20 empresas transportadoras, que são nossas parceiras de longa data. As transportadoras são de pequeno e médio porte, com frotas, em sua maioria, de 1 a 5 caminhões.”

Camila Cuencas, gestora de Operações Industriais, conta, ainda, que a Katayama, uma das principais indústrias avícolas do País – fornecendo ovos de galinha in natura e de codorna, ovos enriquecidos, ovos caipiras e ovos caipiras orgânicos, além de industrializados, que são ovos líquidos pasteurizados e desidratados (ovos em pó) –, demanda uma média de 12 a 15 caminhões diariamente em sua logística de distribuição. Eles partem para diversos destinos, como a Capital de São Paulo, região do ABC, litoral de São Paulo e regiões do interior paulista, além dos Estados do Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso, entre outros. Fazem também carregamento de contêineres marítimos para exportação.

“A Katayama utiliza contêineres marítimos para exportação. Esse é um processo logístico delicado que exige cuidados e especificidades que nos tornam referência nesta prática, principalmente em exportações de ovos in natura em contêineres refrigerados”, explica Camila.

Para a armazenagem, a empresa tem um único Centro de Distribuição próprio, localizado no site de Guararapes.

Exportação – Retomando a questão das exportações, a gestora de Operações Industriais diz que hoje os principais desafios fazem parte do processo de logística para exportação dos ovos in natura (com casca) para o mercado externo. Os ovos da marca chegam até os países árabes, por exemplo, numa viagem que precisa de condições especiais para garantir a qualidade do produto.

Camila lembra que o ovo e um produto delicado e as transportadoras devem estar preparadas para conduzi-lo da melhor maneira, com os cuidados necessários, e evitar quebras durante os deslocamentos.

No final do ano passado, a Katayama fechou o primeiro contrato de exportação do ovo desidratado para o mercado de Bangladesh, no Sul da Ásia, e, em janeiro deste ano embarcou três contêineres com ovos in natura para os Emirados Árabes Unidos.

Para os países árabes, por exemplo, são enviadas duas categorias de produtos: os ovos in natura (com casca) e os ovos industrializados (líquidos e desidratados). Os ovos in natura são acondicionados em bandejas de 30 ovos cada uma, dentro de caixas de papelão com 12 bandejas ou 360 ovos, que são transportadas por caminhões refrigerados a uma temperatura de 0°C e assim seguem nos contêineres dos navios sob esta mesma temperatura, até serem transportados aos armazéns dos clientes finais nos países de destino. Lá, os ovos passam por um processo de readaptação para serem utilizados na preparação de produtos processados ou então vendidos em gôndolas refrigeradas a uma temperatura que varia entre 6° e 12° C. Em média, a carga demora 30 dias para chegar ao seu destino final e a validade do produto in natura é de 90 dias. Já os ovos desidratados têm durabilidade de um ano. “Procuramos investir constantemente no aprimoramento do nosso processo logístico, tornando-o muito bem planejado e executado com sucesso. Para isso, analisamos continuamente os dados internos e as necessidades apresentadas pelos clientes.”

A gestora de Operações Industriais sabe, também, que além dos desafios internos das empresas em relação ao processo logístico, nosso País ainda possui problemas estruturais na área de transporte, seja rodoviário, ferroviário ou marítimo, o que aumenta os custos e prejudica a eficiência das operações.

Diferenciais – Por se tratar de produto perecível e delicado, a Katayama mantém um rígido controle de qualidade em todas as etapas do processo produtivo, chegando até a área de expedição e logística. “Utilizamos embalagens de alta qualidade e adequação aos produtos para que os mesmos cheguem aos clientes em ótima condição e com a segurança alimentar que exigem.”

Referente ao mercado externo, Camila destaca que contam com certificações importantes e reconhecidas internacionalmente, como a Certificação Halal e a BRCGS, normas globais que garantem que o processo produtivo, os produtos e os serviços prestados pela marca respeitam os rígidos critérios de qualidade e segurança alimentar exigidos em vários países.

“Também apresentamos vantagens frente a diversos países que enfrentam surtos de gripe aviária. Nós temos um mercado bastante interessante do ponto de vista de segurança alimentar e potencial para atender esses países como fonte de originação de ovos. No caso da Katayama, toda a nossa produção conta com o certificado ‘Ovos Livres de Antibióticos’.”

Camila também lembra que a empresa investe muito em ferramentas que contribuam para o planejamento, gerenciamento de pedidos, serviços, treinamentos, controles de produção e estoques. “Todos os cuidados para prestar um bom atendimento nos dá a confiança de que os nossos clientes terão suas necessidades atendidas. O objetivo é sempre elevar o nível do serviço logístico, cumprindo os prazos de entrega com produtos corretos e perfeitos, seja para clientes do varejo, da indústria, atacadistas ou distribuidores.”

Outro ponto de destaque, apontado pela gestora de Operações Industriais, é que a pandemia aumentou a demanda por ovos não só no Brasil, mas em todo o mundo, exigindo também mais esforços e atenção em relação à logística.

No caso do mercado internacional, e como já mencionado, os ovos da Katayama chegam a vários países do Oriente Médio, Ásia e África. Para facilitar o controle logístico, dar o suporte necessário aos clientes e prospectar novos negócios, foram estabelecidos escritórios comerciais em Xangai e Dubai, em parceria com Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP).

 

Ambev: Cerca de 5.500 caminhões operando em todo Brasil

Acreditamos que não há que se apresentar a Ambev, amplamente conhecida por sua linha de cerveja, chope, bebida mista, refrigerante, isotônico, energético, água, chá e suco.

Com foco em qualidade e sustentabilidade, o seu processo logístico segue o manual operacional do DPO e VPO e conta com uma plataforma de tecnologia que otimiza todas as etapas da operação, a TecLog.

Altamente tecnológica, baseada em dados, a plataforma oferece aos motoristas diversas ferramentas com soluções para melhorar a alocação de transportes, otimizar as rotas de entrega para atender os pontos de venda com mais rapidez e reduzir o impacto ambiental da emissão de gases poluentes, já que os caminhões ficam menos tempo circulando.

“Uma das maneiras de gerarmos mais sustentabilidade no processo logístico é por meio do Projeto Colaborativo, ou Frota Compartilhada, em que a empresa e parceiros se unem para eliminar o trecho vazio do transporte de seus produtos, a chamada milha vazia. Em 2020, rodamos mais de dois milhões de km em sinergia com 31 parceiros, evitando a emissão de aproximadamente 2.700 tons de CO2”, comenta Bernardo Adão, diretor de Suprimentos e Sustentabilidade Logística da Ambev.

Terceirização – Ele também explica que a empresa usa Operadores Logísticos terceirizados dedicados em mais de 80% das operações, como Fadel, Imediato, Nepomuceno, Horizonte e outros, em um ecossistema desenvolvido há mais de 20 anos. “Juntos, temos processos padronizados e monitoramos os mesmos KPIs operacionais em todas as operações, cada um contribuindo com o melhor que possui.”

Neste processo todo, há uma média de 5.500 caminhões operando em todo Brasil, sendo 1.000 no transporte primário de produto acabado e insumos (para e de) as cervejarias, e aproximadamente 4.500 que fazem as entregas diárias em praticamente todos os estados do Brasil. “Usamos com frequência o transporte ferroviário e a cabotagem, que são estratégicos para nós, tanto pelo custo quanto por serem modais mais sustentáveis.”

Bernardo também lembra que a Ambev conta com mais de 100 CDs espalhados nos estados brasileiros, de diversos tamanhos. E que apenas esporadicamente são utilizados CDs terceirizados, para armazenamentos de insumos.

Toda esta infraestrutura permite que a Ambev enfrente os maiores desafios logísticos: A demanda do consumidor por cada vez mais serviços, mais velozes e mais confiáveis. “Portanto, estar presente e disponível para esse público é o maior desafio logístico, enquanto mantemos uma operação eficiente e sustentável. Com a construção de estrutura e funcionalidades necessárias para atender o consumidor com excelência, utilizando a omnicanalidade e estando disponível em todas as ocasiões de consumo, podemos superar estes desafios.”

Diferenciais – Sobre os diferenciais da logística da empresa, Bernardo cita capilaridade, tecnologia e eficiência. “Estamos presentes em quase todos os locais do Brasil em entregas de curto prazo, o que gera uma gama de oportunidades de sinergia e serviço. Além disso, investimos muito em tecnologia nos últimos anos, desenvolvendo soluções conectadas em todas as etapas da cadeia, para criar comunicação e flexibilidade para a operação. Somamos toda essa estratégia a uma resposta rápida ao ensejo por sustentabilidade, criando soluções de logística sustentáveis, como a eletrificação da frota e a logística reversa de resíduos.”

O diretor de Suprimentos e Sustentabilidade Logística da Ambev também destaca que cada vez mais estão presentes quando o cliente/consumidor precisa – seja com entregas expressas, geladas, seja com entregas mais planejadas e de giro. “No fim, nos adaptamos àquilo que o cliente precisa.”

Para isto, contam com Log.Co, uma organização dentro da Ambev Tech através da qual foi possível construir uma série de aplicativos e sistemas que conectam o end to end da cadeia logística, desde a captação do pedido, passando pelo roteirizador até a entrega que o consumidor deseja. “Usamos WMS, TMS, roteirizados e Tracking entre outras, porém, com o diferencial de isso ser construído internamente e, assim, alterarmos nossos processos a cada inovação. Isso traz um diferencial competitivo enorme.”

Pandemia – Falando sobre a pandemia, Bernardo diz que , com ela, nitidamente, existe uma demanda maior para o consumo em casa. Para atender a esta demanda, a Ambev reforçou sua estrutura de Direct to Consumer. “Com as medidas de prevenção, observamos também que havia mais oportunidades de centralizações e controles por sistema, trazendo mais eficiência ao sistema e ainda melhorando o nível de serviço. Essas são tendências que já existiam e foram reforçadas durante a pandemia. Portanto, elas vieram para ficar e influenciar cada vez mais a decisão do consumidor. Conveniência e serviço são os nomes do jogo.”

 

Grupo CRM (Brasil Cacau e Kopenhagen): Tecnologia de ponta em toda a cadeia

O Grupo CRM Indústria e Comércio de Alimentos é conhecido pelas suas tradicionais marcas: Chocolates Brasil Cacau e Chocolates Kopenhagen.

E, para fazer chegar os seus produtos aos mais diversos locais, a empresa utiliza tecnologia de ponta em toda a cadeia. “Estamos aplicando a logística 4.0 desde 2016, quando inauguramos o nosso Centro de Distribuição automático, que nos ajudou a reduzir custos, aumentando produtividade e qualidade nos serviços”, diz Luiz Fernando Andrade, diretor de Supply Chain do Grupo CRM.

No processo de armazenagem, usam WMS, WCS, transelevadores, shurtle car, sorter, coletores de dados e ERP SAP. Isso tudo para garantir que o produto chegue na quantidade correta aos clientes. Na distribuição são usados sistema de roteirização (Roadshow), tracking (Performaxx) e coletor bluetooth para garantir que o que foi expedido seja entregue corretamente. E para controlar tudo isso, o TMS da SAP.

Ainda segundo o diretor de Supply Chain do Grupo CRM, toda a tecnologia empregada na operação do CD foi extendida para os parceiros. “Temos o controle de temperatura de toda a cadeia, o que nos permite ter a certeza de que os produtos chegarão às lojas e aos clientes com a mesma qualidade com que saíram da linha de produção. Além disso, temos toda a rastreabilidade dos produtos, onde podemos identificar quando e como foram entregues as caixas por cliente.”

Andrade também lembra que tiveram que estar cada vez mais próximos de seus clientes, entendendo as necessidades de cada um, escutando e tomando ações em caso de necessidade. “Criamos pesquisa de satisfação, pontuação pós-entrega e constantes treinamentos com as equipes, além de fazermos investimentos nas pessoas e equipes.”

Logística – Falando sobre a logística do Grupo, o diretor de Supply Chain destaca que contam apenas com um CD próprio, localizado em Extrema, MG, 100% automatizado, climatizado, com transelevadores e sorter. Ele tem 6.000 m², sendo 3.000 m² com 20.000 posições-paletes e 3.000 m² para operação de picking. Dele sai toda a distribuição para o Brasil.

Para a distribuição, são usadas transportadoras terceirizadas, parceiras do Grupo CRM há mais de oito anos – uma com mais de 12 anos de parceria. “Essa continuidade garante uma qualidade maior nas entregas. Nosso maior negócio é fabricar chocolates, e nos dedicamos àquilo que sabemos fazer de melhor e deixamos as entregas para as empresas parceiras. Atualmente nossos parceiros são Rodoluki, Andrade Cavaletti, Omega X, PTS Transportes e Transportes Framento.

“Usamos cerca de 30 veiculos por dia para uma média de 150 viagens, saindo de nossos nove pontos de cross docking situados em diversas regiões do pais para nossas lojas e clientes institucionais. Raramente usamos transporte aéreo. Como nosso produto exige um controle de temperatura rígido por toda a cadeia, conseguimos garantir isso com nossos parceiros com excelência no modal rodoviário.”

Desafios – Um dos maiores desafios logísticos enfrentados pelo Grupo é chegar as maiores distâncias, como as regiões Norte e Nordeste, já que as rodovias ruins tornam o custo do frete alto. Isso gera uma diferença grande para regiões mais próximas, com custos mais acessíveis.

Além deste, outro grande desafio é entrar na era digital. “Hoje estamos saindo de um ponto de coleta, que é nosso CD, para, até o final do ano, atingir mais de 600 pontos, que são nossas lojas, fazendo chegar nossos produtos nas casas dos consumidores em menos de 24 horas após a realização do pedido.”

Estes desafios, segundo Andrade, são minimizados com constantes análises de rotas, trabalhando em parceria com outras áreas, como comercial e expansão. “Focamos na abertura de lojas nessas regiões, para melhorar a logística. E contamos com a tecnologia para nos ajudar a diminuir as distâncias e tempos de atendimento.”

No caso da pandemia, o diretor de Supply Chain diz que tiveram de ser mais rápidos e ficar atentos a todas a mudanças e determinações governamentais por todo o país. “Tivemos que ser rápidos na reposição para que não faltassem produtos em nossas lojas. Tivemos que reinventar o modo de distribuição, já que a maioria das lojas fechou. Nossos produtos passaram a ser coletados nas lojas pelas transportadoras e entregues nas casas dos consumidores.”

Finalizando, Andrande acredita que, com certeza, estas mudanças trazidas pela pandemia irão permanecer. Os consumidores estão mudando seus hábitos e é preciso acompanhar essas mudanças, atentos as suas novas necessidades. “Quem não se estruturar irá perder mercado.”

 

Grand Cru: Multicanal exige logística segmentada

Também no caso da Grand Cru, que oferece aproximadamente 1.000 rótulos de vinhos importados de diversos países, entregando aproximadamente 18 mil pedidos por mês com distribuição em todos os estados do Brasil, a operação logística é 100% terceirizada, da administração do CD até a distribuição dos produtos. “Adotamos este formato por termos um modelo de negócios multicanal que demanda uma cadeia operacional segmentada e de acordo com cada perfil de negócio. Parcerias com Operadores Logísticos que já possuem habilidades específicas em cada elo permitem mais eficiência e produtividade na operação”, explica Gustavo Tadeu Baldini Lichtenecker, COO da Grand Cru, destacando que o Operador Logístico parceiro é a Platinum Log, enquanto as transportadoras são Atento, Aviat, Atual, TSV, Pacifico e Latam.

A empresa usa o modal marítimo para importações vindas da Europa. Na distribuição, além do transporte rodoviário, emprega o aéreo, apenas para entregas B2C (e-commerce, televendas e confraria/clube de vinhos). Para a armazenagem, é usado um armazém terceirizado em Itajai, SC, com 5.000 m² e 4.000 posições-paletes, operado pela Platinum Log. Os produtos mais icônicos do portfólio da empresa possuem espaço segregado no CD, com refrigeração específica para preservação da qualidade.

Hoje, 96% das entregas são realizadas dentro do prazo, olhando todo o ciclo de vida dos pedidos. Pedidos para São Paulo Capital são entregues no dia seguinte, com distribuição saindo de Santa Catarina. As capitais do Sul são atendidas no prazo máximo de três dias.

Para atender a esta frequência, a Grande Cru utiliza tecnologias de rastreamento para acompanhamento das entregas, além de painéis de controle automáticos para gestão de todo o ciclo de vida dos pedidos.

“Buscamos atender nossos clientes da forma mais rápida possível, oferecendo visibilidade completa do tracking dos pedidos. Nosso canal de pós-venda atua de forma ativa para solucionar eventuais problemas nas entregas com resoluções rápidas que minimizem o impacto para os clientes. Hoje somos a empresa com maior velocidade na resolução de problemas conforme publicado recentemente pelo site Reclame Aqui”, orgulha-se o COO da empresa.

Desafios – Falando sobre os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa, Lichtenecker coloca a demanda por nível de serviço cada vez maior, dos restaurantes até o cliente que recebe o produto direto na sua casa. “Redução dos tempos de entrega é um pilar estratégico importante para o nosso negócio.”

Outro desafio é o cenário do comércio internacional bastante desafiador com restrições nos fluxos de importação. Além das limitações de contêineres e restrições nos navios, a Grand Cru tem enfrentado dificuldades com a morosidade dos processos alfandegários em função da pandemia.

Estes problemas poderiam ser resolvidos, primeiramente do lado da operação de CD, com o aumento da produtividade com equipes dedicadas para atender aos diferentes negócios da empresa. “Sob o ponto de vista da tecnologia, precisamos viabilizar sistemas de gestão que permitam uma operação ágil e flexível para atender as oscilações das vendas.”

O COO da Grand Cru também coloca que é preciso estreitar o relacionamento com fornecedores chave para uma gestão mais preditiva dos riscos. E calibrar os sistemas de planejamento para antecipar os movimentos da cadeia de abastecimento, evitando riscos de faltas de produtos.

Pandemia – Com lojas fechadas durante os momentos mais críticos da pandemia, o perfil da demanda mudou bastante, com aumento das entregas para o consumidor final. Vendas pelo site e confraria aumentaram mais de 50% neste período.

As entregas diretas das lojas (“ship from store”) passaram a ser alavancas importantes de vendas, mesmo com as operações físicas fechadas.

“Adaptamos o fluxo operacional no CD aumentando as áreas de picking fracionado e revisamos o footprint de distribuição com parceiros que possuíam mais know how com entregas B2C”, completa.

Lichtenecker acredita que estes novos padrões de consumo vieram para ficar. “Nossas vendas pelas plataformas digitais continuam bastante expressivas e notamos uma forte tendência da demanda por entregas expressas. A conveniência do consumo em casa sem barreiras na experiência de compra é uma alavanca importante de crescimento das vendas B2C.”

 

Lacticínios Tirol: Um ecossistema logístico bem amplo

Com o advento da pandemia em 2020, a área de suprimentos da Lacticínios Tirol teve um ano de enormes desafios. “Manter a cadeia de fornecimento para nossa indústria diante de tantas paralizações de produções foi algo que jamais havíamos vivido, mas conseguimos passar pelo momento mais crítico graças ao bom relacionamento comercial que foi desenvolvido nos últimos anos com os nossos parceiros.”

Esse cenário exigiu – ainda segundo Marcos Yuzo Takahashi, gerente corporativo de Logística da Lacticínios Tirol – uma evolução da gestão das cadeias de fornecimento, tanto por parte de compradores como dos fornecedores.

Do lado dos compradores, o grande desafio foi conseguir diversificar ainda mais a cadeia de suprimentos, buscando cada vez mais os fornecedores regionais, mas sem gerar aumentos de custos ou diminuição de qualidade.

“Algumas mudanças provocadas pela pandemia irão se manter, devido a trazerem uma melhoria nas operações, e como a logística da Tirol segue a melhoria contínua dos processos, conseguimos nos adequar e superar rapidamente as mudanças demandadas nesse período”, analisa Takahashi.

Logística Terceirizada – Detentora de um dos mais completos portfólios do setor, a Tirol tem um mix de mais de 150 produtos, distribuídos entre leites, achocolatados, iogurtes, bebidas lácteas, requeijões, manteigas, queijos, cremes de leite, doces de leite e leites condensados.

E para gerir a sua logística, a empresa só opera com transportes terceirizados para coletas, transferências e distribuição, enquanto as operações logísticas dos armazéns são operadas pela própria Tirol, com colaboradores que recebem treinamentos e seguem normas para o manuseio específico dos produtos manuseados pela empresa.

Em média por dia, as operações de transporte da Tirol envolvem mais de 300 veículos, com destinos a todas as regiões do país. Para a distribuição da região Norte, utilizam a cabotagem, pela segurança do transporte, custos e capacidade de volume para a distribuição na região.

“Os produtos com a marca Tirol são encontrados de Norte a Sul do país graças a um bem planejado e executado projeto logístico, que permite o transporte das unidades produtivas aos Centros de Distribuição e armazéns por meio da contratação de transportadoras terceirizadas, Operadores Logísticos e filiais”, lembra o gerente corporativo de Logística.

Para isto, integram o ecossistema logístico da Tirol: Frota direta: 700 veículos e 3.840 mil viagens por mês; Frota coleta: 53 veículos, 38 bitrens sete eixos, oito carretas, oito vanderleias e cinco rodotrens; Postos de coleta: três no Rio Grande do Sul, oito em Santa Catarina e um no Paraná; Centros de Distribuição: quatro, em Itajaí, SC, em Fraiburgo, SC, em Itapecerica da Serra, SP, e em Ivoti, RS; Dois armazéns terceirizados, em Campos Novos, SC, e Fazenda Rio Grande, PR.

“Mais do que entregar o produto para o ponto de venda, a logística também é responsável pelo transporte dos insumos para fabricação. Portanto, é um trabalho que inicia no campo e termina na mesa do consumidor. Todo este processo exige muita atenção e cuidado, já que envolve produtos perecíveis e que necessitam de armazenamento e manuseio adequados. E este carinho com o produto a Tirol tem de sobra, por isso, é reconhecida como uma empresa ética e com produtos de qualidade garantida”, enfatiza Takahashi.

Ele também ressalta que a Tirol se destaca por sua eficiência logística, que garante que seja mantida a qualidade de todos os seus produtos transportados. Cada detalhe logístico é pensado com muito cuidado para que cada produto seja armazenado e manuseado conforme as suas características. “Todos os produtos Tirol seguem normas rígidas, seguras e adequadas ao transporte, e nas operações logísticas utilizamos embalagens, paletes e veículos que atendam as normativas da legislação brasileira para o transporte e armazenagem, tendo inclusive, para determinados clientes, algumas especificidades exclusivas e direcionadas.”

Por outro lado, para o devido e assertivo controle da operação logística, a Tirol conta com sistemas integrados de armazenagem, separação, embarques, coleta de pedidos, controle de fretes, custos logísticos, roteirização, agendamento de cargas, grades de carregamentos e rastreamento de cargas.

Neste contexto, o gerente corporativo de Logística aponta os destaques de 2020: Automatização de programação (ME); Regularização e automatização da tabela de fretes a nível nacional (ME).

Já os projetos para 2021 envolvem: Projeto Constelação – cria um programa de fidelização para as transportadoras que prestam serviço para a Tirol, diferenciando-as em função da sua importância e relevância, desenvolvendo um critério de priorização para as mesmas; Revisão da malha nível nacional; Leilão de frete; Automatização de programação (ME); Cross-docking no interior, litoral e Grande São Paulo e no Centro-Oeste; Criação da filial de Fraiburgo destinada ao atendimento de operação cross-docking; Consolidação de operação da filial de Fraiburgo; Implantação de sistema de tracking & tracing de rotas e controle de temperatura; Início de testes de exportações; Inauguração da unidade fabril de Ipiranga, PR, e início das atividades de distribuição a partir desse ponto.

Desafios – Em que pesem todos estes planos, a Tirol, a exemplo de outros embarcadores, enfrenta alguns desafios, como oscilação e aumento constante de combustível, estradas precárias, única opção de transporte para determinadas regiões.

Takahashi aponta que as altas e oscilações constantes do preço dos combustíveis dificultam as negociações com as transportadoras, afetando diretamente os custos de distribuição. Neste caso, uma política assertiva do preço dos combustíveis traria uma estabilidade para o custeio das operações.

Já o estado precário de alguns trechos rodoviários acarretam quebras, acidentes e, consequentemente, maiores gastos com a manutenção e reparo dos veículos. Os adequados e contínuos reparos e manutenções das estradas diminuiriam diretamente os referidos gastos.

“Para se alcançar algumas regiões, exclusivamente só se realiza pelo modal rodoviário. Uma maior e novas malhas de transporte ferroviário trariam opções mais efetivas, seguras, sustentáveis e menores custos nas operações de transporte”, finaliza o gerente corporativo de Logística da Tirol.

 

 

Marfrig: Cadeia logística complexa

A Marfrig é uma das companhias líderes em carne bovina e maior produtora de hambúrguer no mundo, com 32 unidades produtivas na América do Sul e América do Norte. Processa e comercializa carne in natura, produtos processados, pratos prontos à base de carne bovina, produtos complementares e derivados de carne, além de couro para os mercados doméstico e internacional.

A logística deste gigante utiliza transportadores terceiros, seja para abastecer o mercado interno, seja para exportação.

“Temos hoje cerca de 135 parceiros, como Transreal, Transportes FRB, TransVagner, Maroni e Cootravale, entre outros. Optamos por esse modelo para proporcionar mais flexibilidade de custos, que acabam variando bastante. Dessa forma, pagamos apenas pela tonelada movimentada, com maior controle”, explica Luciano da Silva Alves, diretor de Logística da Marfrig.

Os veículos realizam oito mil viagens/dia, entre longos percursos e entregas para os pontos de venda. Neste caso, as principais regiões que abastecem são: Grande São Paulo, interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. A Marfrig também atende várias regiões via cross docking, como Ribeirão Preto, Goiânia, Distrito Federal, Belo Horizonte, Cariacica, Curitiba, cidades do oeste do Paraná e região Sul do país.

“Utilizamos também o modal ferroviário em dois trechos – de Rondonópolis, MT, para o porto de Santos, SP; e de Cambé, PR, para o Porto de Paranaguá, PR. Escolhemos esse modelo por conta dos seus benefícios, que incluem redução do risco de acidentes nas rodovias, menor custo de frete e menor emissão de CO2 no meio ambiente. É uma gestão mais inteligente, que contribui com as metas de sustentabilidade da Marfrig”, diz Luciano.

Em termos de armazenagem, a empresa conta com um CD próprio em Itupeva, São Paulo, com capacidade média de expedição de 180 toneladas por dia. E mais quatro Centros de Distribuição terceirizados: CD Belford Roxo, localizado na cidade do Rio de Janeiro, RJ, operado pela ArFrio e com capacidade média de expedição de 39 toneladas por dia; CD Bauru, localizado na cidade de Bauru, SP, operado pela ComFrio e com capacidade média de expedição de 46 toneladas por dia; CD Esteio, localizado na cidade de Esteio, RS, operado pela Friozem e com capacidade média de expedição de 26 toneladas por dia; e CD Recife, localizado na cidade de Recife, PE, operado pela Friozem e com capacidade média de expedição de 16 toneladas por dia.

Cadeia Complexa – A cadeia de carne bovina é muito complexa.  A produção e distribuição dependem do tipo de animal abatido e do mercado consumidor a que se destina, tendo em vista que esses produtos exigem condições especiais de transporte e possuem um prazo de validade. “São milhares de SKUs diferentes ao mesmo tempo, o que nos exige profundo conhecimento do processo de qualidade e capacidade de adaptação imediata para atender às necessidades da produção diária e também em caso de imprevistos. Resolvemos esse desafio investindo em inovação, avaliando constantemente as tecnologias disponíveis e usando modelos estatísticos de análise, que nos permitem simular demanda futura e planejar melhor as entregas.”

O diretor de Logística da Marfrig prossegue, destacando que, sendo uma empresa de alimentos, a eficiência é o seu maior diferencial. “Para isso, não nos preocupamos apenas com a entrega em si, mas com a segurança dos nossos parceiros. Dessa forma, criamos o PGT – Programa de Gestão do Transportador, em que são avaliados critérios desde as documentações legais necessárias até a qualidade e manutenção dos veículos, para garantir a segurança dos motoristas e que os produtos cheguem ao seu destino com a qualidade exigida pelos clientes e prometida pela companhia. Após a iniciativa, conseguimos reduzir em 83,7% o número de acidentes de trânsito e diminuímos também a quantidade de empresas envolvidas – restaram apenas as com maior pontuação.”

Neste contexto, Luciano faz questão de destacar que, com certeza, a entrega é o maior diferencial da Marfrig. “Hoje atendemos 98% dos nossos pedidos dentro do prazo estipulado pelo cliente, uma taxa de eficiência excelente no nosso mercado. Isso só é possível graças ao nosso robusto sistema de monitoramento em tempo real, que conta com uma torre de controle capaz de orientar e dar suporte aos nossos transportadores e também aos clientes em caso de ocorrências.”

Na verdade, a empresa usa um modelo inteligente, que combina diferentes expertises internas e externas.

Trabalham com transportadoras e operadores da cadeia de frio reconhecidos pela eficiência e comprometimento, para garantir qualidade e entrega aos clientes. Alguns dos parceiros são ComFrio, ArFrio, SuperFrio, Friozem e Friovale, por exemplo. “Temos também um dos melhores modelos de gerenciamento de risco, para atuar em qualquer situação. Investimos em pessoas, para compor uma equipe completa e capacitada. E usamos tecnologia de ponta para otimizar o planejamento de cargas e entregas, elevando a relação custo-benefício no atendimento aos nossos clientes.”

A plataforma integrada de transporte MultiEmbarcador usada pela empresa possui as seguintes tecnologias: MultiTMS, utilizada para gestão de transporte e custos de frete; MultiTracking, que serve para monitoramento em tempo real da frota e previsibilidade de chegada; e MultiCte, para emissão e controle de todos os documentos de transporte como CTe, MDFe entre outros.

Além desses, são empregados outros sistemas, como o Protheus; o Taura, WMS que auxilia no recebimento, armazenagem e expedição nos CDs; o Comprovei, que serve para monitoramento da frota de distribuição e controle online das entregas; o Roadnet, utilizado para roteirização dinâmica das rotas de entregas; o BRSystem, para monitoramento e gestão de risco; o BRSipa, que serve para controle e gestão da condução dos veículos pelos motoristas, visando à segurança viária; e o STM da KN – Sea Transport Management, utilizado para gestão e controle de todos os embarques de contêineres, desde seu Booking até sua chegada ao destino.

Pandemia – Luciano também lembra que, como a Marfrig atua no mercado B2B e num setor essencial, de alimentação, as suas operações não foram impactadas pela pandemia de Covid-19. Mas as restrições preventivas os fizeram adotar ainda mais a tecnologia, para manter a operação viva e o time conectado, mesmo distante – isso os tornou mais resilientes e unidos. “Também despertou o nosso olhar para ser cada vez mais multicanal, disponibilizando os nossos produtos de acordo com a jornada dos consumidores, cada vez mais digital.”

Ainda de acordo com diretor de Logística da Marfrig, algumas destas mudanças com certeza vão permanecer no cenário pós-pandemia, sobretudo as que trouxeram mais eficiência. “Mas, no nosso caso, a presença física e o contato direto com o cliente ainda se fazem necessários, por questões de qualidade e relacionamento.”

 

 

 

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