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Empilhadeiras 3 de fevereiro de 2020

Fabricantes: expectativas para 2020 são positivas, mas ao mesmo tempo conservadoras

A visão otimista é marcada, sobretudo, pelo desempenho do setor no final de 2019. Mas, para este ano que se inicia, as perspectivas são dependentes da melhoria da economia e dos resultados positivos das reformas econômicas.

 

Iniciamos a nossa tradicional matéria sobre o mercado brasileiro de empilhadeiras destacando que, após anos difícieis, os fabricantes destes equipamentos vislumbram um ano de 2020 mais promissor em termos de vendas.

Por exemplo, Roberto Fernandes, administrador da Byg Transequip Indústria e Comércio de Empilhadeiras, diz que para o primeiro semestre de 2020 trabalham com a expectativa de um mercado muito parecido com o do segundo semestre de 2019 – com aumento nas vendas e nos serviços. “Mas não podemos esquecer que ainda nos deparamos com um cenário onde muitas indústrias reduziram muito sua capacidade produtiva e a retomada requer algum tempo. Mas apostamos na recuperação econômica e buscaremos alternativas em outros segmentos, e temos projeção de crescimento de 10%, principalmente motivado pelo envelhecimento da frota nacional, projetos especiais, contratos de manutenções preventivas/corretivas e locações de equipamentos hidráulicos, o que há algum tempo tornou-se tendência de mercado.”

Também mostrando otimismo, Carlos Ferreira, CEO da CLARK Material Handling Brasil, diz que, em adição ao crescimento experimentado em 2019, entre 10% e 15%, projetam um novo crescimento para o ano de 2020 acima de 10% sobre os números de 2019. Ainda de acordo com ele, a saída da crise deve se traduzir em gradual crescimento, principalmente com a chegada de novos investimentos em logística, distribuição e construção civil, uma utilização maior dos recursos produtivos e manufatureiros já instalados, uma manutenção do alto desempenho do setor agropecuário, além de uma expectativa positiva na retomada da economia como um todo.

“Para 2020, minha previsão é que a taxa de crescimento apresente valores muito próximos aos de 2019, com algo em torno de 10% em relação ao ano passado. Continuamos acompanhando a tendência de substituição de equipamentos a combustão pelos equipamentos elétricos e o posicionamento estratégico das empresas em relação à sustentabilidade e segurança”, diz Raphael de Souza, gerente Corporativo Comercial da Jungheinrich Lift.

É também com base nas empilhadeiras elétricas que Elton Lima, executivo de Vendas da Kalmar, traça suas perspectivas para 2020: “temos boas perspectivas para o Brasil em 2020, especialmente para o setor industrial com empilhadeiras elétricas de médio porte, na faixa de peso operacional de 9,0 a 18 toneladas”.

Marcelo Bracco, diretor geral da Manitou para o Brasil e América Latina, é outro otimista com relação ao mercado de empilhadeiras em 2020. “Se a tão esperada estabilidade econômica de fato vier, esperamos crescer no segmento de empilhadeiras 30% e atingir o patamar semelhante ao de 2014, ano anterior ao início da crise.”

Denis Dutra de Oliveira, CEO da Paletrans Empilhadeiras, também possui expectativas positivas para 2020, mas ao mesmo tempo conservadoras. “Esperamos um crescimento da ordem de 10% considerando uma tendência de vivermos um cenário político-econômico bastante similar ao de 2019, e contando com resultados positivos das reformas, baixa da taxa de juros e câmbio ligeiramente acima do que vimos também em 2019.”

Adriana Firmo, diretora Sales & Service da KION South America, também acredita que o mercado, em 2020, seja igual ao de 2019, mas para isso é necessário que todas as reformas em tramitação no Congresso sejam aprovadas, pois do contrário é possível que haja uma queda de mercado em 2020. “Como todos os segmentos, esperamos maior demanda, com maiores investimentos”, completa Luis Humberto Ribeiro, da Zeloso Indústria e Comércio, destacando que sua empresa é especializada em empilhadeiras especiais.

 

Como foi o ano de 2019

Mas, qual a base para este otimismo com relação a 2020? O que o ano passado representou para o setor?

Devido à retração econômica e ao baixo nível de investimentos em 2019, não foi possível um crescimento para o setor de empilhadeiras, mas foi possível manter os níveis de 2018.

“Foi um ano difícil de trabalhar, começou com os números bem abaixo do esperado, devido aos diversos fatores políticos e econômicos. Tivemos essa situação revertida no segundo semestre, quando notamos um aumento significativo nas vendas e nos serviços. Com tudo isso buscamos nos estabilizar o máximo, obtendo, assim, resultados positivos em relação ao mercado e nos estruturando para o aumento e a projeção esperada em 2020”, ressalta Fernandes, da Byg Transequip.

Souza, da Jungheinrich, destaca que o setor de intralogística no Brasil deve ter fechado o ano de 2019 com crescimento de aproximadamente 12% em relação a 2018. “Comparando com outros mercados, vemos um potencial de elevação ainda maior no futuro. O Brasil tem hoje em torno de oito máquinas novas vendidas ou locadas por ano para 100 mil habitantes. Na Alemanha, esse número gira em torno de 130 máquinas por 100 mil habitantes, e no Chile são 34 máquinas por 100 mil habitantes.”

O gerente Corporativo Comercial também lembra que em 2019 investiram ainda mais em treinamentos para os seus profissionais, inaugurando o seu Centro de Treinamento LATAM, localizado em Itupeva, SP.

Já Ferreira, CLARK, aponta que 2019 foi melhor que 2018 em termos de mercado, principalmente em máquinas GLP, por conta da renovação de frota já bastante velha em operação.

“Além disso, o ano de 2019 foi um importante marco para a CLARK no Brasil, pois atingimos todos os objetivos de vendas e de lançamentos de produtos. Também em 2019 a CLARK mudou-se para novas instalações, que possibilitarão a expansão mais agressiva da marca para os próximos anos.”

Lima, da Kalmar, também salienta que 2019 foi um ano interessante para o crescimento de market share da empresa no segmento industrial, em especial com empilhadeiras elétricas. “Observamos que há uma intensa busca por sustentabilidade, eficiência energética, confiabilidade operacional e, principalmente, segurança.”

Bracco, da Manitou, também revela que a empresa percebeu uma leve melhora no segmento de empilhadeiras – tanto que fechou o ano com um crescimento de 25%. “Para o nosso segmento – empilhadeiras especiais –, 2019 foi um ano razoavel, com poucos investimentos”, contrapõe Ribeiro, da Zeloso.

Adriana, da KION South America, revela que o mercado de movimentação e armazenagem de materiais, em especial empilhadeiras e transpaleteiras, segue numa tendência de recuperação desde a crise de 2016. Em 2019, este mercado deve ter fechado com um crescimento em torno de 12% em relação a 2018, em número de unidades vendidas.

“O ano de 2019 foi bastante desafiador para as indústrias de bens de capital de uma forma geral. Planejar num cenário de variação cambial e incertezas políticas como o nosso é uma tarefa muito difícil. Porém, mesmo com todas estas dificuldades fechamos o ano com um resultado positivo e crescimento em relação a 2018”, completa a diretora Sales & Service da KION South America.

Oliveira, da Paletrans, também considera que o ano de 2019 foi bastante instável, com tendências imprevisíveis e uma elasticidade de demanda muito grande. “Tivemos um 1º Trimestre bastante aquecido, porém vimos o mercado segurando os investimentos no 2º e 3º trimestres, com meses de alta demanda alternados com meses de baixíssima demanda, apenas retomando no 4º trimestre. Este perfil se deu não apenas no mercado da empilhadeiras, mas em todo o mercado de máquinas e equipamentos, portanto impactando da mesma forma o nosso. Entrando em mais detalhes, pudemos verificar um aumento no mercado da empilhadeiras a combustão quando comparado com o ano passado, porém o mesmo não ocorreu ou de magnitude bem inferior para as empilhadeiras elétricas, culminando então em grandes desafios para nós da Paletrans.”

 

Novos nichos de mercado

Também é interessante notar os novos nichos de mercado que estão optando pelo uso de empilhadeiras e as tendências. E também os tipos de máquinas mais vendidas.

Destaque deve ser dado à clara tendência de substituição das máquinas a combustão por contrabalançadas elétricas, as quais mantêm a mesma performance com muito menor impacto ambiental, diz Ferreira, da CLARK.

“Entre as empilhadeiras mais vendidas no Brasil listamos 10 modelos diferentes, em máquinas a combustão, sendo a GTS o carro chefe. Em nossa linha completa de máquinas elétricas, vale destacar a contrabalançada EPXi, lançamento de 2019, e a retrátil SRX16, desenvolvida na Alemanha cujas vendas dobraram em 2019.”

No caso da Kalmar, o executivo de Vendas aponta como as mais vendidas, os modelos ECG80-6 de 8 toneladas e a ECG160-6 de 16 toneladas, ambas elétricas e com baterias de lítio ou chumbo-ácidas.

Já como tendências, Bracco, da Manitou, lembra que o setor florestal tem utilizado bastante as empilhadeiras todo terreno, pois são máquinas pequenas, que se adaptam facilmente a todo tipo de ambiente, e suportam bastante peso. Um segmento com bastante potencial, diz ele.

E também devem ser apontadas a indústria de embalagens, de base e farmaceutica/quimica como nichos de usuários de empilhadeiras, agora segundo Ribeiro, da Zeloso.

 

Inovações

Os participantes desta matéria especial também apontam as inovações em relação às empilhadeiras, em termos de tecnologia embarcada e outros fatores.

Fernandes, da Byg Transequip, ressalta que um dos focos e tendências da empresa está voltado para projetos especiais, devido a uma grande necessidade de mercado em desenvolvimento de novos produtos automatizados e personalizados. Assim, a fabricante procura aplicar tecnologias de ponta, como sensores e controladores de movimento, de modo a garantir segurança e produtividade dos usuários com redução de custo operacional.

O CEO da CLARK salienta que o Brasil atravessou um período de crise, no qual o mercado de empilhadeiras ficou bastante retraído, e questões como produtividade, ergonomia e até segurança foram colocadas em segundo plano, sendo dado maior enfoque e atenção ao preço de aquisição da máquina.

Já no segundo semestre, essas questões voltaram à tona e equipamentos com mais tecnologia embarcada, que focam ganhos de produtividade, uma melhor e mais adequada ergonomia e uma operação mais segura – o que, ao final, se traduz em um menor custo de propriedade­ – deram um adicional impulso à CLARK no mercado.

“Em combinação com o reforço na sua linha de máquinas elétricas, a CLARK entregou 50% de suas vendas de 2019 já com tecnologia de íons de lítio”, diz o CEO da empresa. Ele também afirma que a CLARK Brasil trouxe em 2019 a sua linha S-Series de empilhadeiras GLP e Diesel entre 2,5 e 3,5 ton. “Além disso, lançamos a transpaleteira WPX30 para movimentação horizontal de paletes de até 3 toneladas.”

Lima aponta como inovação o investimento global da Kalmar na eletrificação de todo o portfólio de equipamentos móveis. “No momento já dispomos de empilhadeiras elétricas de 5,0 a 18 toneladas, bem como empty container handler e trator de terminal/industrial, todos eles com as opções de baterias lítio ou chumbo-ácidas. Em 2020 novos modelos de maior capacidade contarão com a opção elétrica, inclusive as reach stackers.”

Além disso, toda nossa frota conta com o sistema de monitoramento remoto Kalmar Insight, nossa ferramenta de gestão remota de frota, aprimoramento da manutenção, gestão de peças de reposição e reciclagem de operadores. Outro ponto interessante é nossa ECO Reachstackers, tanto para operações portuárias quanto industriais, com contêineres, placas de aço, bobinas ou carga gerais. Ela possibilita uma redução média de 25% a 40% no consumo diário de diesel, principalmente em operações Intermodais.

No caso da KION South America, Adriana diz que relançaram a máquina retrátil cabinada para trabalho em ambiente frigorífico, com um projeto mais moderno e com melhor custo-benefício. A empresa também avançou nas máquinas com tecnologia de Li-Ion, tendo hoje todas as classes de empilhadeiras elétricas nacionais já disponíveis para trabalho tanto com baterias chumbo-ácidas como com as de Li-Ion.

“Percebemos um aumento da procura por soluções de automação na área de movimentação de materiais e também em soluções que visem sustentabilidade, que é o caso das máquinas com baterias de Li-Ion”, completa a diretora Sales & Service da KION South America.

O CEO da Paletrans também afirma que estão investindo bastante em tecnologias voltadas para a indústria 4.0, ferramentas como conectividade das máquinas (Iot), telemetria (Big Data) para geração e análise de dados para otimização de frotas e manutenções preditivas, preventivas e corretivas, veículos autônomos, etc. “Entendemos que a cada ano essa demanda vem crescendo no mercado e as operações de nossos clientes necessitam dessas ferramentas em completo funcionamento e harmonia para se manterem competititvas”, aponta Oliveira.

No caso da Manitou, a empresa pretende trazer ao Brasil, em breve, um modelo de empilhadeira que vai embarcada no caminhão. “Esse equipamento traz mais agilidade e produtividade para quem o utiliza. Só estamos aguardando as últimas homologações junto aos órgãos competentes”, diz Bracco.

Ribeiro, da Zeloso, completa esta matéria especial destacando que os equipamentos da empresa são fabricados para atender determinada necessidade de movimentação interna de carga, e têm rigoroso controle de segurança, como sensores, valvulas, etc.

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