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Logística Setorial 2 de fevereiro de 2021

Mercado de Cosméticos, Perfumaria e Higiene Pessoal aquecido motiva busca por diferenciais logísticos

Transportadoras e Operadores Logísticos que atuam no segmento precisam se reinventar, buscando a especialização em entregas menores e mais rápidas. O grande mote do momento é a digitalização, com foco em e-commerce, omnichannel e business intelligence.

O mercado brasileiro de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal continua em franca evolução, mesmo com o fator da epidemia, vivenciado em 2020.” É com esta frase, de Paulo Falanga, diretor executivo da MXP Multimodal, que começamos esta matéria especial. Vale lembrar que o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, segundo o provedor de pesquisa Euromonitor International.
Recentemente, a ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos realizou seu encontro anual para fazer um balanço do mercado, além da projeção do cenário pós-pandemia. Um dos estudos apresentados foi da Mintel, agência de inteligência de mercado. De acordo com a pesquisa, 67% dos brasileiros afirmam que o bem-estar mental se tornou a maior prioridade nos últimos meses. Os resultados também apontam que 93% relatam ser importante cuidar da aparência, com o intuito de manter o bem-estar físico e mental; 36% estão interessados em produtos de beleza e cuidados pessoais que ajudem a aliviar a ansiedade e o stress; e 29% afirmam ter interesse nos produtos que proporcionam mais energia. Esses números mostram a oportunidade de crescimento do setor.
Em relação ao que mudou na logística em função da pandemia, o diretor executivo da MXP Multimodal aponta que as operações de transferências entre plantas e Centros de Distribuição pouco mudaram. Porém, as operações diretas com os consumidores cresceram substancialmente e, com elas, a complexidade e a necessidade de investimentos para suportar a nova demanda.
“Devido ao distanciamento social, houve um incremento enorme nas vendas online, o que exigiu dos transportadores mais expertise com relação à carga fracionada. Devido à sua conveniência, essa modalidade de venda já se tornou uma nova tendência nas transações comerciais”, complementa Falanga.
Para ele, esse “novo normal” tende a se intensificar em 2021, fazendo com que as empresas de logística se reinventem, buscando a especialização em entregas menores e mais rápidas. “Vale destacar que isso também acarretará no crescimento dos custos com logística, porque o que até recentemente era absorvido pelos consumidores, que iam às lojas e aos shoppings centers, levando eles mesmos a mercadoria adquirida, agora precisará ser equalizado pelos fabricantes e transportadores.”

A aposta do mercado
Apesar da instabilidade inerente a momentos como o que estamos vivendo, a expectativa da DHL Supply Chain é que o setor continue aquecido, principalmente pela mudança dos hábitos dos consumidores, conforme revela o diretor de operações, Leonardo de Araujo Ruz.
“Desta forma, para os Operadores Logísticos, cresce a competição e a necessidade de se diferenciar. Por isso, estamos investindo muito em inovação, tecnologia e business intelligence, de forma a manter nosso nível de serviço e eficiência. Um dos nossos focos será a intralogística, com a adoção, por exemplo, de esteiras automáticas para carga e descarga”, conta.
A FM Logistic do Brasil também tem apostado nisso, segundo seu presidente, Ronaldo Fernandes da Silva. “Entramos na era da transformação digital, da inovação, da digitalização de todos os processos. E isso não tem mais volta. Os OLs que não fazem parte desse cenário se tornarão obsoletos em pouquíssimo tempo. Com operações multiclientes, conseguimos absorver muito mais variações do que um CD dedicado, por exemplo, além de disponibilizar informação real e visibilidade total dos processos realizados”, ressalta.
Para a empresa, esse segmento apresenta um crescimento anual de mais de dois dígitos. “Não verificamos mudanças com relação à pandemia por já se tratar de um mercado potencial nos nossos negócios”, conta Ronaldo.
Para 2021, o planejamento da FM Logistic contempla investimentos em e-commerce, omnichannel e transporte. “O grande mote do momento é a digitalização, ou seja, o input de tecnologia avançada nos processos não apenas para realizar uma transformação digital, mas uma mudança completa nos negócios.”
Por sua vez, Luis Alberto Costa, diretor-executivo do Grupo Troca Logística, salienta que em um cenário adverso, empresas organizadas possuem um maior colchão financeiro para atravessar crises como esta, utilizar o tempo para qualificar a operação e aproveitar oportunidades que se abrem no processo.
No caso do Grupo Troca, nos primeiros seis meses de pandemia, foi registrado um significativo crescimento do canal Farma e Químicos, que engloba insumos, medicamentos, perfumaria e higiene, em detrimento de segmentos que sofreram mais com as paradas impostas pelo poder público e de consumo refreado da população.
“Acreditamos que hábitos de higiene mais rígidos e frequentes, incorporados agora ao comportamento deste novo consumidor, irão manter o aquecimento de um mercado que, mesmo antes da pandemia, já assumia índices importantes de crescimento anual”, opina Costa.
Com a flexibilização crescente das regras de restrição de mobilidade e a expectativa de no primeiro trimestre de 2021 termos uma parcela da população sendo vacinada, a Argius Transportes espera incremento de 8% a 15% no volume operado em 2021, recuperando os volumes movimentados em 2019.
“Este ainda será um ano de muitos desafios, ajustes e atenção com os detalhes, pois estas condições serão os diferenciais das empresas, aliadas à flexibilidade e agilidade nas decisões”, expõe Marco Antonio Belleza, gerente de Negócios.
Acreditando no crescimento, ele conta que a Argius está aumentando o quadro comercial, visando à ampliação dos negócios, oferecendo maior diversificação de serviços logísticos, tais como operações de armazenagem, crossdocking, área para coworking, distribuição dedicada, projetos logísticos e necessidades customizadas para cada cliente.

De incertezas a esperança
O ano de 2021 está cheio de incertezas, mas no geral, a migração para e-commerce está acontecendo em praticamente todos os segmentos, como observa Bárbara Calderani, diretora da Rodomaxlog Armazenagem e Logística. “A busca por trazer as informações o mais rápido possível, junto com uma logística inteligente, deve ser o mote deste ano.”
Segundo Marcelo Silva, gerente comercial do Grupo Mirassol, a empresa crê que haverá um crescimento acentuado devido à falta de materiais nos últimos meses. “O volume de estoque de segurança das empresas deve aumentar de 20% a 30%, o que irá gerar aumento na movimentação logística como um todo.”
Para 2021, espera-se a manutenção do alto volume de transporte de produtos de higiene e desinfecção, consequência da nova cultura a ser deixada como legado pela pandemia, além de exigências de adequação técnica e licenciamento. É o que acredita João Trajano, diretor de operações da Soluciona Logística.
Trabalhando com base nas informações fornecidas pelos clientes, a TPC Logística Inteligente está otimista em realizar, no mínimo, o mesmo de 2020, em vista das incertezas ainda presentes e atreladas à pandemia. “Qualquer tipo de investimento neste momento requer um crivo bem mais aprofundado, evitando qualquer risco de não atingir o esperado em 2021”, aponta Wesley Ferreira Andreoti, gerente geral da empresa.
A esperança, na Velten Logística e Transporte, é que, com a chegada da vacina, o mercado se aqueça e volte no mínimo aos níveis antes da pandemia, buscando compensar as perdas geradas por todo o caos na economia e na saúde pública, observa o diretor-presidente, Marcio Schelmam Velten.

Cuidados específicos
O segmento de Cosméticos, Perfumaria e Higiene Pessoal diferencia-se dos demais pelo aumento no fracionamento na produção de p-number e também pelo valor agregado do produto, que requer itens de segurança, como monitoramento, rastreamento e escoltas. É o que explica Marcelo, do Grupo Mirassol.
O segmento também exige licenças específicas, tais como o Selo de permissão da Anvisa para transporte, manuseio e estocagem, lembra Costa, do Grupo Troca Logística. Para poder transportar este tipo de carga, há uma série de regras e protocolos a serem seguidos, tanto para preservar cargas sensíveis e promover as entregas de materiais mantendo sua integridade e validade, quanto para prevenir impactos ambientais no processo.
“Avarias podem ser causadas por manuseio errôneo por equipes mal treinadas ou mesmo acondicionamento de carga fora de critérios exigidos, impactando toda a cadeia”, acrescenta.
Falanga, da MXP Multimodal, diz que a regularização do setor também desencadeia outras demandas, como controle de temperatura no armazém. “Produtos cosméticos, assim como medicamentos e alimentos, podem ter sua formulação prejudicada se não forem armazenados da maneira certa”, conta. Por isso a importância do treinamento específico dos colaboradores envolvidos na operação, como adiciona Bárbara, da Rodomaxlog.
Para Andreoti, da TPC, o principal diferencial deste segmento está na relação próxima com os consumidores finais. “Por isso é preciso ter cuidados especiais com os pedidos, pois cada um representa o ‘ganha pão’ de uma pessoa. Ao não entregar no tempo esperado e com a devida qualidade, podemos comprometer o seu orçamento. É uma responsabilidade diferente”, destaca.

Desafios
Uma das principais dificuldades da logística deste setor é a defasagem dos fretes, devido ao produto de cubagem muitas vezes elevada e com valor de venda baixo, dificultando a negociação com os embarcadores. “Com a concorrência desleal, ficamos presos em leilões, vencidos por quem cobrar menos. Entendo que devemos trabalhar para ter preços competitivos, mas dificilmente teremos preço baixo com excelência em 100% tendo concorrentes que não praticam a mesma qualidade”, expõe Schelmam, da Velten.
O desafio do Grupo Mirassol é aumentar a participação do Operador Logístico no planejamento inicial do cliente (compras de matérias primas, embalagens, etc.), criando sinergias para que o Operador não seja um simples prestador de serviços.
“Outro desafio é nos adequarmos à nova regra de trabalho em home office. Os clientes com operações terceirizadas têm mais facilidade nessa gestão à distância. Já nós, Operadores, estamos buscando caminhos para também nos ajustar. Para o segmento de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal, o custo logístico também é um grande diferencial, pois as empresas do setor terceirizam grande parte de sua produção fora de sua fábrica”, acrescenta Marcelo.
Para Costa, do Grupo Troca Logística, um dos aspectos que precisam ser mantidos é a rigidez no cumprimento de protocolos de manuseio e transporte, incluindo prazos de entrega dos itens mais sensíveis. “E, neste sentido, o maior desafio é manter a operação com controle de processo, treinamento, rastreio e confiabilidade das informações, deixando sempre o canal de conduta transparente e comprometido com o cliente”, expõe.
Variação de temperatura nas diversas regiões do Brasil, precariedade de estradas, tempo curto para escoar os produtos, Custo Brasil de transportes, deficiência de profissionais e de veículos são alguns dos desafios logísticos citados por Falanga, da MXP Multimodal.
Na lista de Bárbara, da Rodomaxlog, estão a necessidade de ter um PGR (Plano de Gerenciamento de Risco) bem feito e cumprido à risca, bem como a qualidade e a velocidade das informações, coletas e entregas.

Exigências
A logística do setor exige de OLs e transportadoras melhora na capacitação dos empregados de uma maneira geral, desde o ajudante que descarrega o caminhão até o diretor da empresa. “Esse mercado tem por exigência controles maiores, e os sistemas de tecnologia fazem toda a diferença”, conta Marcelo, do Grupo Mirassol.
Algumas das principais especificações da indústria farmacêutica e cosmética, por exemplo, são prazos acordados, treinamento de equipe nas etapas de manipulação dos itens, flexibilidade e agilidade, alta performance operacional e confiabilidade das informações. É o que diz Costa, do Grupo Troca Logística.
Segundo Falanga, da MXP Multimodal, Operadores Logísticos e transportadores vivem constantemente a maratona de se reinventar, adequando depósitos e veículos para esta realidade. Muitos veículos precisam de controle de temperatura e, em várias situações, de baús com refrigeração para viagens mais distantes e em regiões mais quentes.
“Vale destacar também a necessidade de motoristas com o curso de MOPP (Movimentação de Produtos Perigosos), obrigatório para condutores de veículos que realizam o transporte de produtos perigosos. Mas MOPP para cosméticos? Sim. Por exemplo, o transporte de frasco de desodorantes em aerosol já demanda esse treinamento ou habilitação”, conta.
Bárbara, da Rodomaxlog, salienta que como é um transporte que exige licença específica da ANVISA, demanda controle de suas licenças, cumprimento das regras estabelecidas, espaços específicos e colaboradores engajados.
Em razão dos prazos cada vez mais curtos, é preciso ter organização e controle em tempo real. “Em tempos nos quais a tecnologia está em nossas mãos, a informação não pode ser diferente”, complementa Schelmam, da Velten.

Terceirização
Grande parte das empresas brasileiras terceirizam suas atividades logísticas em busca de maior eficiência operacional e redução de custos e investimentos em ativos. De acordo com Costa, do Grupo Troca Logística, a expectativa para os próximos anos é de que quase metade das indústrias no Brasil amplie a terceirização de atividades logísticas devido, principalmente, ao seu crescimento orgânico.
“Isso se deve, em muitos casos, ao amadurecimento e qualificação dos Operadores Logísticos, que conquistam qualidade e ampliam a confiabilidade para que seus líderes e executivos pensem em cada vez mais terceirizar suas remessas para se concentrar no que é preciso: a produção e a qualificação de seus processos e produtos”, expõe.
A terceirização é uma tendência da empresa de cosméticos, a exemplo do que vem ocorrendo com companhias de outros segmentos, comenta Falanga, da MXP Multimodal. “O ‘compartilhamento’ de frete através da terceirização é, ao meu ver, uma alternativa bastante efetiva e rentável utilizada pelas empresas.”
Ruz, da DHL Supply Chain, salienta que a logística do mercado de HPC é bastante trabalhosa, caracterizada por grandes volumes, alta frequência e a atenção a normas sanitárias. Isso torna a operação logística bastante complexa, o que demanda tempo e conhecimento.
“Logo, terceirizar permite que o cliente foque seus esforços em seu core business e delegue a operação logística a um parceiro com experiência desta e outras indústrias, mão de obra qualificada e possibilidade de embarcar mais tecnologia. Com isso, gera melhor qualidade, sinergia, escala e, principalmente, otimização de custos”, conta.
Ele ainda ressalta que os volumes movimentados de HPC no Brasil são muito grandes. “Por isso, terceirizar com um Operador especializado propicia o compartilhamento de estruturas de armazenagem, equipe e até da malha de transporte, o que reduz custos e aumenta a frequência e a agilidade das entregas”, acrescenta o diretor de operações da DHL Supply Chain.
Com a modernização da legislação que trata sobre as terceirizações, cria-se um ambiente mais seguro para as empresas trabalharem e optarem pela melhor forma de execução de suas atividades, opina Bárbara, da Rodomaxlog.
“Vimos grandes players de mercado abrindo franquias para alavancar suas operações, gerando oportunidades para empreendedores. É uma tendência natural a abertura de pequenos galpões a até veículos com estruturas para recepcionar produtos e realizar entregas, trazendo toda a logística mais próxima de embarcadores e clientes”, diz.
Segundo Schelmam, da Velten, a tendência é cada vez mais terceirizar por dia, hora, minutos. Não tem mais como ficarmos presos a custos fixos enquanto a demanda cai ou sobe. “Precisamos ter flexibilidade de contratar e ser contratado sem dificuldades burocráticas que só travam a economia.”
Ele lembra que empresas de commodities são as que mais terceirizam seus serviços, porque preferem se preocupar com produção, venda e qualidade do produto final. “Os trabalhos paralelos gerados pelo seu core business são essenciais, mas não há necessidade de serem administrados por eles, podem ser feitos por outras empresas especializadas em tal atividade.”
Como estratégia de redução de custos, muitas empresas, devido à pandemia, voltaram o seu olhar crítico para a avaliação de custos de cada departamento. “Isolando os custos logísticos de uma estrutura dedicada, em alguns casos, e dependendo da volumetria operada internamente, pode ser mais econômico utilizar a estrutura de um Operador Logístico, pelo conceito de compartilhamento de custos aplicados pelo segmento”, explica Marco, da Argius.
Como melhoria de performance e atendimento de clientes, muitas empresas, visando aumentar seu marketshare, estão buscando alocar seus estoques mais próximos de seus principais pontos consumidores ou key accounts, para reduzir custo e tempo de entrega.
Como planejamento fiscal, o segmento de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal também vem passando por um processo de terceirização da atividade produtiva, com a empresa encomendante do produto se posicionando como uma distribuidora, reduzindo custos operacionais e fiscais sobre seus produtos. “Desta forma, a encomendante pode operar com uma filial dentro de um Operador Logístico, compartilhando custos de escritórios, tendo a operação de gestão de estoques, separação de pedidos e transportes totalmente terceirizada.”

Yamá: Com a palavra, o embarcador
A Yamá Cosméticos é uma empresa nacional que oferece mais de 200 produtos para beleza e bem-estar. Seu Centro de Distribuição próprio fica em Cotia, SP, com 22.000 m². Já o CD de Guarulhos, SP, é locado e atua como apoio operacional, funcionando em cross docking, com mais 2.800 m².
Leandro Cosmo de Souza, especialista de Transporte e Frete, revela que são utilizados em média 9 veículos, diariamente, para coleta de mercadorias. O ponto de origem e coleta para distribuição na região Sudeste é em Guarulhos. Já para distribuição nas demais regiões do Brasil, é utilizado o CD de Cotia. A maioria é carga fracionada.
As transportadoras parceiras da marca são Tecmar, Evidência, Mira, TSV, Bedin-Panex, Minuano, Leofran, EJF e Plimor. Além do transporte rodoviário, a Yamá utiliza o modal aéreo, mas apenas em casos extremamente urgentes, quando existe a demanda de reposição rápida.
Segundo Souza, os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa são encontrar transportadoras com as licenças necessárias para o transporte de cosméticos (ANVISA e AFE) e também garantir a integridade dos produtos transportados desde a fábrica até o cliente final.
Para resolver a questão das transportadoras, o entrevistado diz que o grande dificultador está no leque de opções, que diminuiu muito. “As exigências dos órgãos regulamentadores e o alto valor envolvido afastam as transportadoras, e as poucas que têm acabam embutindo o investimento nos valores de fretes, de uma forma geral, tornando o segmento de cosméticos mais caro para transportar”, observa. Uma solução, de acordo com Souza, é prospectar o maior número de transportadoras e negociar entre elas para garantir a melhor tabela de preços disponível.
Já para assegurar a integridade dos produtos, ele ressalta que a Yamá está em constante desenvolvimento de melhorias em suas caixas. Devido à escassez de papelão no mercado, a empresa adotou, em novembro passado, o shrink nos produtos envasados. “Aliados a essas mudanças, temos o cuidado redobrado na coleta dos materiais, usando canaletas para proteger laterais das caixas e filme stretch em toda a carga. Pedimos às transportadoras que garantam este padrão na viagem até as filiais de destino.”
Souza diz que o principal diferencial da logística no segmento de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal está na qualidade do serviço prestado e, consequentemente, no prazo de entrega. “O mercado de cosmético é muito competitivo. O atraso na entrega pode impedir o produto de chegar primeiro nas gôndolas dos clientes, perdendo espaço para o concorrente e rotatividade na venda. Desta forma, é muito importante entregar com o lead time mais junto possível. Cobramos isso constantemente das transportadoras com as quais trabalhamos”, salienta.
Sobre os desafios da quarentena, conta que, além das questões sanitárias, como obrigatoriedade do uso de máscara e higienização constante das mãos, a questão do e-commerce tornou-se realidade dentro da companhia. “A pandemia e o fato de cada vez mais pessoas comprarem pela internet direcionaram os esforços para venda e divulgações nessa plataforma.”
O especialista de Transporte e Frete da Yamá acredita que essas mudanças vieram pra ficar. “Os consumidores estão cada vez mais adeptos às compras online e, com os investimentos dos fornecedores, tornou-se um caminho sem volta.”
Entre as novidades da empresa, Souza cita a implantação, em 2020, do TMS da TOTVS (GFE – Gerenciador de Frete Embarcador), que gerencia 100% das entregas junto às transportadoras via troca de arquivo EDI. “Isso possibilita entregar como diferenciais o monitoramento das entregas e o feedback ágil nas respostas aos clientes.”
Por fim, ele revela que a Yamá colocou em andamento o projeto de criação dos painéis de controle da logística/transporte via ferramenta Power BI (demostrando os principais indicadores). “A intenção é termos a informação em tempo real para ajudar na tomada de decisão”, encerra.

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