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Logística Setorial 27 de fevereiro de 2020

Têxtil e vestuário: onde a sazonalidade exige uma logística ágil e acertiva do recebimento à expedição

A indústria têxtil lida com uma grande demanda logística, pois trabalha com até quatro coleções diferentes no ano. Também é um setor que tem uma grande variedade de SKU em razão dos diversos tamanhos, cores e modelos de produtos.

O segmento têxtil e de vestuário demanda, de modo ávido, uma logística ágil. A moda e as suas tendências vêm e vão numa velocidade diferente da de outros segmentos. Os estoques se renovam inteiro, em média, quatro vezes por ano e o controle de estoque, bem como a agilidade do recebimento à expedição são realmente fundamentais. Portanto, ter processos bem definidos, agilidade operacional, planejamento do armazém uma coleção à frente, adaptação à variedade de SKUs e à sazonalidade que este segmento requer são o que gera valores no serviço prestado.
De fato, segundo Eduardo Araújo, diretor de logística da FedEx Express, a indústria têxtil e de vestuário lida com uma grande demanda logística, já que trabalha com duas ou quatro coleções diferentes no ano. “É um setor que tem uma grande variedade de SKU em razão dos diversos tamanhos, cores e modelos de produtos. Para o Operador Logístico, tal volume exige excelência no equilíbrio entre estoque e pedidos dos clientes, bem como velocidade nas entregas.”
Também falando sobre os diferenciais da logística no segmento têxtil e de vestuário, Gustavo Ribeiro de Paiva, CEO da Movvi Logística, aponta que ela envolve, como citado por Araújo, da FedEx Express, um ciclo de transporte ágil e constante. “Diariamente enfrentamos diversos desafios, desde manter o controle de estoque eficaz até garantir altos níveis de serviço para cumprir o objetivo de entregar o produto certo, no local indicado, no menor tempo possível e avaliando custo x benefício”, lembra Paiva, ressaltando que, hoje, a Movvi Logística atende toda a cadeia do ramo têxtil, desde a produção do fio, para preparação do tecido, até a distribuição do produto acabado na confecção.
“Se olharmos para as confecções – continua o CEO da Movvi Logística –, as matérias primas devem ser armazenadas dentro da especificidade de cada produto – malha, seda, couro, etc. O cuidado no manuseio e fracionamento dos itens é imprescindível. O envio dentro do prazo e sem anomalias faz parte de requisitos fundamentais, pois são materiais únicos que serão usados na produção de peças.”
Portanto, é necessário todo o cuidado e responsabilidade neste processo, pois um atraso na produção pode impactar o lançamento de uma coleção, por exemplo, e isto está atrelado a outros vários processos – elaboração do calendário de lançamento como tendência da moda, concorrência, estação do ano, etc.
“Importante se atentar que o produto acabado é ‘perecível’, há um período de presença em uma vitrine, ou ele se torna off e a consequência é a perda significativa na rentabilidade”, completa Paiva.
Valeria Cristina Colavite, da Gestão Comercial da Transportadora Risso – Risso Encomendas Centro Oeste, também lembra que a prestação de serviço está voltada para a integração da informação e agilidade das entregas para o destinatário.
Giuseppe Lumare Júnior, diretor Comercial da Braspress, por sua vez, divide os diferenciais da logística têxtil e de vestuário conforme o canal de vendas de confecções. No caso de vendas tradicionais, B2B, em lojas por exemplo, os diferenciais mais esperados na prestação de serviços estão ligados aos tempos de entrega. Nas lojas comerciais, em geral, o consumidor decide a compra quando vai à loja, e mesmo que haja uma prévia intenção de compra, por se tratar de segmento cujos produtos não são indispensáveis, ou seja, cujo consumo pode ser caraterizado como de necessidade mediana, isto é, que pode ser adiado ou nem ocorrer, o transporte precisa garantir um abastecimento eficaz das lojas, seguindo a flutuação da demanda de cada época do ano.
“Assim, ter um transportador que garanta os melhores tempos operativos pode fazer toda diferença, já que os consumidores sempre encontrarão os produtos nas lojas. Já no caso das vendas por e-commerce, B2C, quando a compra é efetivada, o principal diferencial é o cumprimento ou mesmo a antecipação do prazo de entrega, pois esta condição garante a satisfação do cliente e o induz a comprar novamente.”
Eduardo Leonel, diretor corporativo de Vendas, BI, Marketing, Projetos e Engenharia da TPC Logística Inteligente, avalia que, como em várias outras áreas, os negócios no segmento têxtil e de vestuário apontam cada vez mais para o mundo digital, em que o cliente passa a se relacionar com a marca de forma mais intensa através da web, redes sociais e aplicativos. Neste contexto, diz Leonel, as empresas buscam oferecer atendimento no conceito Omnichannel, com máxima valorização da experiência do cliente, que passa a demandar excelência, independentemente do canal de relacionamento, ou seja, se a compra foi realizada numa loja física, num quiosque na beira da praia ou pela web.
A análise de Ari Rabaiolli, diretor da Aceville Transportes, presidente da Fetrancesc – Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina e do Conselho Regional do SEST SENAT Santa Catarina, também aponta para a necessidade do cumprimento do prazo de entrega e de coleta. “Importantes também são a qualidade e limpeza dos veículos de entrega, coleta e transferência, com assoalhos protegidos contra umidade e sujeira. E também a maneira como os produtos são carregados nos veículos, seguindo normas do fabricante, já que rolos de tecido não podem ter marcas ou amassamentos, pois acabam interferindo junto aos maquinários quando da produção. Também existem modos corretos de carregar. Por exemplo, carregamento tipo fogueira, na vertical, na horizontal, etc.”, diz Rabaiolli, completado por Anderson Perez, gerente comercial nacional da Alfa Transportes. Segundo este, devido ao perfil de carga frágil, é preciso ter um cuidado especial com o perfil têxtil, e também em relação ao prazo de entrega. Guilhierme Bortoncello, diretor Comercial da Transportadora Plimor, aponta para o mesmo diferencial: cuidado com a manipulação da carga, evitando avarias. E utilização de sorter para operação com segurança e agilidade.
“É preciso ter flexibilidade para atendimento, pois muitas vezes as programações são mudadas, clientes dependem de importações de matéria prima ou então contam com imprevistos na produção que acabam estourando no prazo de entrega do transporte”, acrescenta Thiago Menegon, diretor comercial da TDB Transporte e Distribuição de Bens
Carlos Sandrini, gerente executivo comercial da Sequoia Logística e Transportes, também destaca que os principais diferenciais são na armazenagem, com a utilização de sistemas cabideiros, e no transporte, com a utilização de veículos adaptados para transportar com varões, pois muitos dos grandes magazines atuam com produtos encabidados desde a origem. Além disso, devido ao produto não ser pesado, não há necessidade da utilização de veículos da tipologia truck, sendo que normalmente são utilizados veículos da tipologia toco com baús alongados – também existem muitos veículos do tipo Romeu e Julieta (dois baús) para abastecimento de regiões mais distantes.
“Na questão gerenciamento, existe a necessidade de sistema que controle a formação de um pack – grade com a composição de peças do tamanho P, M, G, GG, etc. –, pois existem muitos clientes que expedem com essa composição. Na questão da armazenagem, há também grande quantidade de SKUs, pois se considerarmos um produto, como, por exemplo, camiseta, que tiver quatro cores diferentes e quatro tamanhos, um único produto irá gerar 16 SKUs”, explica Sandrini.

Exigências
Por todos os cuidados necessários para se operar neste segmento, há de se supor que são várias as exigências junto às transportadoras e aos OLs.
Rabaiolli, da Aceville, aponta que o segmento têxtil e de vestuário em especial usa o transporte também na transferência de matéria prima para produção de seus produtos, então a transportadora deve disponibilizar um sistema que permita o acompanhamento do transporte para o alinhamento e planejamento de início de turnos de produção. E armazéns que disponham de equipamentos especiais para manuseio e guarda dos produtos até a liberação.
“No Brasil, o grande desafio de um transportador que pretenda ter sucesso no segmento de confecções é ser capaz de atender a demanda sem restrições de área e tempo, assim, a exigência mais comum é que o transportador tenha abrangência nacional e frequência operativa que permita a chegada rápida dos produtos a seus destinos. Estes transportadores são exceções e ainda menos são os que podem se dizer especialistas neste segmento, dadas as caraterísticas particulares do mesmo”, salienta Lumare Júnior, da Braspress.
Capacidade de comunicação e capacidade de se adaptar às mudanças são as exigências fundamentais, na visão de Araújo, da FedEx Express. Ele destaca que uma simples mudança no clima faz mudar o planejamento e os pedidos de curto prazo, e consequentemente, produtividades, disposição do estoque e volumes de faturamento envolvidos. Além das tendências e inovações que são nato do segmento, a capacidade de se reinventar e inovar são exigências certas para os fornecedores de serviços logísticos.
“Quando falamos sobre a logística no setor têxtil e de vestuário, além da capacidade de atendimento, as palavras-chave para os Operadores Logísticos são organização e planejamento. A sazonalidade exige flexibilidade na capacidade de atendimento até porque o perfil dos pedidos muda conforme as estações do ano, o momento pedido da coleção dentro do ciclo de vida das peças de uma coleção e o comportamento dos consumidores. Sem um controle de estoque e um cadastro correto de mercadoria, os Operadores podem enfrentar problemas nos pedidos e falhas de estoque”, faz questão de destacar o diretor de logística da FedEx.
Paiva, da Movvi Logística, lembra que para atuar no segmento é exigida a garantia de um alto nível de SLA (Service Level Agreement), uma rede abrangente de cobertura, presença física nos polos têxteis e know how para realizar entregas diárias nos shoppings.
Para as OLs, é preciso ter controle de estoque eficaz e custos reduzidos. E, ainda: leadtime curto – o período total que decorre entre um pedido feito pelo cliente até que o mesmo seja executado (remessa realizada para o consumidor); acurácia de estoque – forma de verificar se os produtos que constam no sistema, realmente existem na organização; cuidado no manuseio das peças; movimentação com equipamentos adequados; armazenagem específica conforme o tipo do produto; transporte adequado por conta de os produtos serem sensíveis (tecido, couro etc.); prazos; cumprimento de janela; e agendamentos.
Para Sandrini, da Sequoia, são exigidos Centros de Distribuição e veículos ajustados para esse segmento, com a possibilidade da utilização de varões, sendo que nos veículos é necessário que suportem um volume superior de peças com menos eixos para reduzir custos com pedágio e insumos. Também são requeridos sistema de gerenciamento adaptado a controlar o Pack (grade) e conhecimento no segmento, nas questões de carregamento e entrega em lojas.
Leonel, TPC Logística Inteligente, ressalta que, além de tradicional confiabilidade no nível de serviços oferecido, com ciclos de tomada de decisão cada vez mais curtos, passam a ser fundamentais os investimentos em automação e tecnologia da informação, para oferecer mais flexibilidade com visibilidade ampla, geral e irrestrita das informações da cadeia logística. “A exigência está atrelada ao processo logístico com a integração no fluxo de informação”, completa Valeria Cristina, da Transportadora Risso.

Tendências
Considerando todas as peculiaridades da logística neste segmento, quais seriam as tendências em termos de armazenagem e transporte dos produtos têxteis e de vestuário?
A conectividade entre o transportador e a indústria 4.0 certamente é uma tendência cada vez mais forte para o segmento que tenderá a mudanças em procedimentos para ambos, acredita o diretor da Aceville.
“Com uma economia em desenvolvimento, o estoque das empresas ainda são reduzidos, dessa forma os prazos de entrega ainda são uma tendência marcante”, afirma Perez, da Alfa Transportes.
Lumare Júnior, da Braspress, adianta que o segmento de confecções sofreu muito nos últimos anos com a recessão econômica, e com a retomada do crescimento é provável que as vendas se reativem e o fluxo de carga cresça, o que exigirá dos transportadores capacidade de atender este crescimento sem queda do nível de serviços. Se, de fato, as compras de confecções crescerem, um transporte de qualidade será de crucial importância para garantir este crescimento, prevê o diretor Comercial da Braspress.
Tecnologia é a aposta de Araújo, da FedEx. “Avalio que o uso da tecnologia na logística é uma tendência crescente que também beneficia o setor têxtil, especialmente o uso do RFID. A automatização de processos e o monitoramento da carga são fatores importantes para o sucesso na otimização de etapas e distribuição de mercadorias.”
Além disso, o diretor de logística da FedEx destaca a utilização de radiofrequência, diferentes modelos de separação, picking unitário ou por onda, utilização de posições BIN’s devido ao alto giro de estoque e tracking e trace.
Paiva, da Movvi Logística, também ressalta que as tendências envolvem o uso da tecnologia para agilizar e trazer informações precisas sobre a movimentação das mercadorias. O ciclo da moda tem se tornado cada vez mais curto, o “fast fashion” tem se tornado o grande objetivo das redes varejistas, colocando a exigência de agilidade em toda a cadeia logística. Segundo o CEO da Movvi Logística, a utilização de aplicativos, tanto para a gestão das entregas quanto para o controle dos estoques, tem se tornado uma realidade, bem como a utilização de tecnologias como RFID.
Ainda neste contexto, Sandrini, da Sequoia, revela que algumas empresas já não estão abastecendo o estoque por pack, trabalhando na reposição peça a peça, conforme vendas diárias, o que exige mais complexidade na logística, além de abastecimentos mais frequentes com veículos menores ou fracionados.
Outro ponto que está sendo executado por algumas empresas é de não utilizar veículos com varões, adaptando as peças com cabides dentro de caixas (muitas retornáveis – dependendo da região), para aumentar a capacidade física e disponibilidade de veículos. Também está sendo muito considerado transportar os pedidos de e-commerce com a modalidade “retira em loja” em conjunto com a carga de abastecimento, completa o gerente executivo comercial da Sequoia.
“Costumo dizer que o varejo está se entortando todo para o last mile. E esta viagem, a meu ver, não tem volta. As tendências que despontam com o Omnichannel consideram mais estoques para distribuição, porém menores e descentralizados, utilizando inclusive as lojas físicas como pequenos hubs de distribuição (ship from store). Tudo em nome de um ‘encantamento’ e fidelização do cliente final. No Japão, por exemplo, compras realizadas numa gôndola digital na estação do metrô, a caminho de casa, são entregues no mesmo dia assim que a pessoa chega em casa”, complementa Leonel, da TPC Logística Inteligente.
E tem mais: “penso que com o crescimento das compras via internet, o desafio será atender, com custo, volumes cada vez menores e em maior quantidade de entregas”, diz, agora, Menegon, da TDB Transporte e Distribuição.

Logística reversa
Outro destaque no segmento é a logística reversa. O que ela implica? O que ela compreende? Qual a responsabilidade do Transportador ou do OL neste aspecto?
“Toda logística reversa é mais complexa, contudo devemos tratar com muita qualidade, visto sendo uma perda de venda do cliente”, pontua Perez, da Alfa Transportes.
Araújo, da FedEx, destaca que o setor têxtil e de vestuário possui um relevante mercado de logística reversa. “É um setor que trabalha com devoluções e sobras de coleções. Cabe ao Operador Logístico consolidar o retorno dessa coleção ao cliente. Essa volta implica não só na consolidação dessa coleção, mas também na correta alocação ao estoque, separação, organização e destinação dos itens para o atacado, e-commerce ou outlet. Estes dois últimos, com necessidades e controle bem mais complexos.”
De fato, Sandrini, da Sequoia, destaca que normalmente a logística reversa neste segmento compreende o retorno, no mesmo veículo que fez a entrega, de cabides (para as empresas que enviam os produtos encabidados) e de produtos que estão com baixa demanda em uma determinada região e são coletadas como reversa para voltar ao Centro de Distribuição e ser redespachada para outras lojas.
“A logística reversa permite que os estoques sejam remanejados entre lojas, possibilitando a redistribuição para locais em que determinados produtos estejam vendendo mais do que outros e eventualmente direcionando os produtos para os outlets”, acrescenta Paiva, da Movvi Logística.
Na visão de Lumare Júnior, da Braspress, a logística reversa e outras derivações deste tipo de serviço, como, por exemplo, os remanejamentos de estoques entre lojas de um mesmo cliente, dependem de uma rede robusta de filiais do transportador, como também, em boa medida, de um bom processo de controle operativo que garanta a efetividade do transporte contratado nestes casos, cuja característica mais comum é o baixo peso da remessa e a necessidade de entrega rápida, dada a natureza particular desta demanda.
“No segmento têxtil e de vestuário, a grande parte da reversa ocorre por desistência de compra ou por conta de consignação não vendida. Nossa responsabilidade é o rastreio e acompanhamento da mercadoria até o retorno ao cliente embarcador, evitando avarias e extravios no processo”, explica, por sua vez, o diretor comercial da TDB Transporte e Distribuição.
Leonel, da TPC Logística Inteligente, faz questão de destacar que a logística reversa passa a ter papel central na experiência de compra do cliente. “Para se ter uma ideia, as devoluções do e-commerce de têxteis na Alemanha chegam a 40%. O OL tem que entender que esta etapa passa a fazer parte do ciclo de vida dos produtos e que a complexidade das operações só tende a aumentar.”
Já Bortoncello, da Transportadora Plimor, aponta a discrepância dos itens informados pelo lojista e o que é realmente enviado, fazendo com que o transportador assuma responsabilidades que não são suas – o que impacta diretamente no custo do frete.
“A logística reversa no segmento tem a finalidade de identificar os aspectos relacionados ao meio ambiente, custo e legislação, já que a indústria de confecção descarta e gera uma quantidade enorme de tecidos e demais insumos, resultante de sua produção. Nossa operação reversa está em devolver para a empresa emitente o material de descarte: coleção/lote/peças com defeito, com segurança e informação. Não atuamos com resíduos químicos, bem como com material de descarte para aterro”, completa Valeria Cristina, da Transportadora Risso.

Tabela de fretes
Reajustada recentemente, a tabela de fretes também afetou o desempenho do setor.
Rabaiolli, da Aceville Transportes, lembra que a nova tabela de fretes impactou diretamente em todos os segmentos, visto que, na primeira publicação da mesma, haviam distorções muito significativas, onde a tabela geral, que na pratica é a que exige o menor custo e tem o maior volume, estava com valores 40% a 50% superiores à carga frigorificada e de produtos perigosos. “A última versão, que teve uma mudança na metodologia aplicada pela Esalq, trouxe um equilíbrio, mas no geral representa um aumento médio de 30%, em relação principalmente, ao que o mercado vinha praticando na contratação de carreteiros autônomos.”
Para o diretor Comercial da Braspress, a tabela de fretes tem efeito estrutural negativo no transporte, ou seja, sua aplicação desequilibra a lei de oferta e procura, criando artificialidades que em nada contribuem com a melhoria do transporte, uma vez que supõe possibilidades que não existem. “O mercado de transporte sempre foi bastante aberto e assim prosperou. Todas as tentativas de intervenção geraram mais problemas que soluções”, frisa Lumare Júnior. O CEO da Movvi Logística também ressalta que a criação da tabela de frete pressionou os custos de transferência das mercadorias, aumentando os gastos com a operação. “A tabela de fretes impacta em toda a cadeia, pois esses fretes normalmente são negociados com o retorno já incluso, e com as exigências da tabela, impactam direto nos custos, fazendo com que seja necessária a utilização de frota própria ou veículos locados”, completa Sandrini, da Sequoia.
Ironizando, o diretor corporativo de Vendas, BI, Marketing, Projetos e Engenharia da TPC Logística Inteligente diz: “trata-se de mais uma modalidade de Custo Brasil na veia. Só confere ainda mais complexidade na gestão de transportes”.
E, enquanto Bortoncello, da Transportadora Plimor, diz que nova tabela traz o repasse do custo do frete, que vinha defasado há cinco anos, Valeria Cristina, da Transportadora Risso, diz que na prestação de serviço da empresa, a tabela de frete não está causando impacto no momento, pois os veículos utilizados em sua linha de transferência com quilometragem entre os demais Estados pertencem a sua frota própria. “Apresentamos fluxo de carga compatível para transferência e distribuição, nosso foco está na transferência e distribuição do material no Estado de São Paulo.”

Tabela 01

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