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Aéreo 4 de dezembro de 2020

Transporte aéreo de cargas avança; recuperação plena levará tempo

Ainda com a malha aérea comprometida por conta da pandemia, a movimentação de carga no Aeroporto de Fortaleza tem apresentado sucessivos crescimentos mensais desde maio, atingindo 3,33 mil toneladas em outubro, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Mas apesar de demonstrar uma tendência de recuperação, a retomada plena a patamares anteriores à pandemia só deve acontecer em 2021.

O volume registrado em outubro foi 27% maior que o de setembro (2,6 mil t), mas ainda representou uma queda de 31,3% frente a igual mês do ano passado. Ainda segundo os dados da Anac, este foi o pior mês de outubro desde 2005 (3,24 mil t).

O pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (Nectar-ITA), Alessandro Oliveira, aponta como dentro do normal a queda e o ritmo de retomada. “Os números são esses mesmos, estão na média. O tombo com a pandemia foi muito grande. Os voos foram cortados, as pessoas pararam de viajar, o impacto foi surpreendente”.

Em abril, o primeiro mês da quarentena, foram transportadas 1,2 mil t, um declínio de 70,8% em relação ao ano passado. Desde então, o volume de carga vem aumentando aos poucos. Oliveira aponta que a retomada da movimentação de cargas virá junto à recuperação do crescimento da economia, o que, segundo ele, ainda deve demorar. “Essa retomada vai ser lenta, pode até haver algum passo atrás, algum revertério. A gente tem incertezas que precisam ser questionadas, principalmente do ponto de vista sanitário”, observa o pesquisador.

Limitações
O presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Heitor Studart, explica que, como o Aeroporto de Fortaleza ainda não está nas principais rotas de cargueiros, ou seja, de aviões para transporte exclusivo de cargas, a recuperação fica ainda mais limitada.

“A causa principal para essa redução é a pandemia mesmo. Mais de 50% dos voos foram cancelados ou anulados. E o aeroporto foi recém-privatizado, ainda está na fase de implantação do plano estratégico de desenvolvimento. Além disso, nos voos comerciais, só 30% da área de bagagem são destinados a cargas, isso limita muito”, detalha.

Como o Diário do Nordeste informou no último dia 26, a Fraport só prevê uma recuperação plena do fluxo de passageiros em 2024, período que pode levar também para a recuperação da quantidade de voos e, consequentemente, da movimentação de carga.

Studart ainda indica que a paralisação da indústria na quarentena e a falta de insumos e produtos é outro fator que implica em menor quantidade de transporte de carga via aérea. “A demanda existe, está contida, represada. O setor industrial está doido para transportar e não pode, por falta de voo e de insumos básicos”, afirma.

Ele lembra que algumas companhias aéreas já tinham anunciado a retomada de parte das frequências para a Europa neste fim de ano, mas adiaram diante da segunda onda de contaminação no continente, retardando ainda mais a recuperação.

Mercadorias
Os calçados são o principal item da pauta de exportações do Ceará por via aérea. Neste ano, de janeiro a outubro, os calçados com sola de borracha ocupam os dois primeiros lugares do ranking: os com parte superior de couro (US$ 1.951.199) e de matérias têxteis (US$ 1.740.254). Em seguida estão as preparações alimentícias não especificadas (US$ 1.686.554), os couros preparados após curtimenta (US$ 1.608.195) e outros calçados com sola exterior e parte superior de borracha ou plástico (US$ 1.022.867).

Movimentação de cargas no Aeroporto de Fortaleza apresenta melhora gradual, mas ainda irá demorar alguns meses para voltar ao patamar pré-pandemia. Retomada depende de voos comerciais.

Fonte: Diário do Nordeste

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