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Especial 28 de janeiro de 2019

Uso de blockchain na logística dá mais segurança à linha de produção

O blockchain promete uma série de avanços na cadeia de suprimentos, dando mais eficiência, visibilidade e transparência às operações.

A tecnologia, que inicialmente era usada apenas para transações com bitcoins, funciona como uma base de dados distribuída, em que os blocos de informações vão se conectando e formando um contexto mais completo, seguro e rastreável.

Dados divulgados em setembro deste ano pelo IDC apontaram que, até o final de 2018, devem ter sido gastos US$ 2,1 bilhões no desenvolvimento de produtos e serviços utilizando o blockchain. No Brasil, as empresas ainda estão dando os primeiros passos nessa tecnologia, já que, segundo o levantamento feito pela consultoria, de 4,2 mil startups, apenas nove estão aplicando blockchain nos negócios. O país ocupa a 11ª posição no uso de blockchain.

 

Blockchain na logística

Segundo Jefferson Castro, gerente de produto da Atech (Fone: 11 3103.4600), as empresas costumam resumir o blockchain a criptomoedas, mas, na verdade, ele está mudando a forma como as empresas estão se relacionando. No blockchain, cada transação realizada fica salva em blocos ao longo de múltiplas cópias em diferentes computadores. Trata-se de algo muito transparente e seguro, em que os blocos ficam todos ligados uns aos outros sem uma autoridade central.

“No caso da logística, esse mecanismo permite que todos os produtos tenham sua jornada rastreada em todos os momentos da cadeia, oferecendo uma série de dados relevantes para gerenciar com mais eficiência os processos logísticos.”

Assim, com toda a jornada seguramente rastreada, além da veracidade da informação, também é possível registrar valores, datas, localização, conformidade e outros dados relevantes para gerenciar com eficiência a cadeia de suprimentos. “Com isso, é possível garantir a qualidade final dos itens, fortalecendo a imagem corporativa ao garantir a confiabilidade dos insumos e a segurança na entrega. Ao mesmo tempo, é possível aumentar a visibilidade, a transparência e a conformidade de contratos e processos, reduzir gastos com papelada e custos administrativos e aumentar o engajamento entre todas as partes envolvidas, desde a produção até o cliente final”, destaca Castro.

Como se pode notar, um dos principais impactos do blockchain na logística é a facilidade no monitoramento da qualidade de todas as operações. Devido ao seu alto nível de transparência, essa tecnologia oferece a todos os envolvidos nos processos logísticos um consenso sobre todas as transações, pois todos têm a mesma versão do que houve em cada transação e é impossível apagar registros de uma transação no blockchain.

 

Mudanças

O gerente de produto da Atech também salienta que a aplicação do blockchain vai exigir grandes mudanças por parte das empresas que atuam no segmento de logística. Primeiramente precisarão tomar conhecimento dessa tecnologia. E vão ter de adaptar sua infraestrutura de TI, especialmente nos casos em que há predominância de sistemas legados, adotando sistemas que sejam compatíveis com essa tecnologia. O aspecto cultural também será um fator crucial para a aplicação desta tecnologia, uma vez que os processos estarão mais integrados e transparentes.

“O blockchain é uma tecnologia disruptiva e muitas iniciativas estão começando a dar uma aplicação para essa tecnologia. É claro que hoje se trata de algo que ainda está dando os primeiros passos, mas a tendência é que se desenvolva devido aos crescentes custos operacionais e situacionais afetando diversos setores em todo o mundo. O blockchain, além de reduzir riscos, ajuda a vencer esses desafios ao permitir maior transparência, eficiência, velocidade e rastreamento completo das transações. Desta forma, inevitavelmente será integrado à logística e provavelmente não será apenas uma opção”, aponta Castro.

 

Confiabilidade

Sem transparência, segurança e rastreabilidade, seja em cadeias de suprimentos globais ou locais, é extremamente complicado identificar se existe alguma fraude ou prática ilícita nas linhas de produção. Na área de logística, a tecnologia blockchain permite verificar a origem e a autenticidade dos suprimentos que fazem parte de cada etapa da cadeia, garantindo a qualidade do produto final. Contratos inteligentes, que passam a ser um dos blocos da cadeia, definem as regras sobre as transações e automatizam as interações entre as partes.

Na saída da fábrica, é gravado um número de rastreamento, que é digitalizado e se torna a primeira entrada no blockchain. A partir daí todas as etapas da logística passam a ser monitoradas, independentemente do número de fornecedores e transportadores que manipulem o item.

Na fabricação de aviões, por exemplo, o blockchain pode facilitar a garantia da qualidade dos suprimentos. Na transação de peças que vão ser usadas na montagem da aeronave, contratos inteligentes podem rastrear a procedência de cada peça conforme sua integração aos processos logísticos.

Seu trajeto desde a sua linha de produção até o local onde vai ser usada na montagem é longo: a peça sai da fábrica em um caminhão contêiner que é descarregado no armazém em um determinado porto. Dali, esse contêiner é enviado ao porto de destino, onde é carregado em um caminhão, entregue na distribuidora e, então, encaminhado ao seu destino – o pátio da empresa fabricante.

Com isso, a tendência é que os processos logísticos se tornem cada vez mais automatizados e integrados a toda a cadeia produtiva, garantindo mais segurança e qualidade à linha de produção, evitando riscos e reduzindo custos.

Como o blockchain funciona como um bloco de informações, onde todos os processos e transações formam um histórico único e criptografado de ponta a ponta, e com a inserção de contratos inteligentes nessa cadeia, é possível garantir a integridade dos processos e ter certeza de que a peça que chegou ao pátio de montagem é a legítima.

Um contrato inteligente funciona como se fosse um contrato normal firmado entre duas partes, com a diferença de que ele é digital, não pode ser perdido ou adulterado, e é executável. Com isso, é possível garantir a execução do acordo automatizada, eliminando intermediários e, consequentemente, gerando menos burocracia e mais agilidade.

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