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Conteúdo 23 de maio de 2016

Como a economia pode mudar sua vida

Já sabemos que a macroeconomia e suas variáveis, como a taxa de juros, inflação, desemprego e tantas outras, pesam sobre nossas decisões, nossas frustrações e realizações. Uma relação que muitas vezes parece injusta, pois a economia depende de nós enquanto nós dependemos dela.

A microeconomia, aquela que reflete nossas ações e omissões de forma individual, vem sendo desprezada diante da grande atenção que a macroeconomia nos vem tomando. Afinal, qual brasileiro hoje não está preocupado com o andamento da economia do país?

A verdade é que muitos brasileiros continuarão sofrendo por não terem uma disciplina escolar voltada à organização econômica – algo que é defendido por muitos – para aprender a tocar a vida de forma planejada. E como uma fração faz parte de um todo, esse conhecimento muito contribuiria para uma macroeconomia mais fortalecida e consciente.

Um controle econômico precisa essencialmente de planejamento e disciplina para se alcançar as realizações financeiras. Há quem diga que a disciplina é mais importante do que o dinheiro, pois se for pouco com disciplina pode dobrar, mas se for muito sem disciplina vai acabar.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou pesquisa apontando que 90% dos brasileiros têm dificuldades para quitar dívidas. A crise contribui, é claro, mas essas dificuldades também são significativas quando a economia é favorável, pois a maioria dos brasileiros sempre teve dificuldades para controlar suas finanças pessoais. Segundo o SPC (Sistema de Proteção ao Crédito), só em 2015, 3,4 milhões de pessoas foram negativadas no sistema. O número de brasileiros com dívidas em atraso chegou a 58 milhões no primeiro trimestre de 2016. Isso representa quase 40% da população entre 18 e 95 anos. E o pior é que, segundo uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), os números foram agravados por dívidas de serviços essenciais, como água e energia elétrica. É obvio que o aumento do desemprego que se abateu sobre mais de 11 milhões de brasileiros, e que ainda cresce de acordo com últimos levantamentos, agrava tais números, porém, será que se estivéssemos individualmente preparados para turbulências em nossa economia teríamos números tão expressivos?

A Fecomércio (Federação do Comércio de São Paulo) levantou todas as dívidas dos brasileiros e a soma foi de R$ 803 bilhões, e o mais assustador é que desse valor, que já foi maior, só os juros representam R$ 320 bilhões. Ao mesmo tempo em que é assustador, não é surpresa que os juros representem o maior fator de um endividamento crescente, depois do desemprego, que também tira a renda do trabalhador que se vê acuado e sem meios para sanar suas dívidas.

Contudo, não se pode negar que a falta de controle orçamentário se sobrepõe a esses fatores já citados, pois segundo especialistas, ganhar R$ 1 mil e gastar R$ 1,2 mil é a principal fonte de endividamento do brasileiro. Até mesmo usando o exemplo da dívida pública do Brasil, não se pode gastar mais do que se arrecada. E o indivíduo que não controla seus gastos de acordo com seu salário, que não se informa sobre os juros que está pagando, que contrata empréstimos sem planejamento e que não faz um controle detalhado de suas dívidas fixas e variáveis, corre sérios riscos de cair em um poço sem fundo.

Repito que planejamento e disciplina são essenciais. Se não estiver disposto a abrir mão de algumas coisas, de nada adiantará buscar controlar seu orçamento pessoal. Um bom começo é saber quanto custa uma hora real de seu trabalho (seu salário líquido dividido por 220) e comparar com o preço de algo cujo valor deverá ser dividido pelo valor de sua hora trabalhada. Se você ganha R$ 2.500,00 (já descontadas as taxas), por exemplo, uma camiseta de R$ 80,00 lhe custará 7 horas de seu trabalho; ou substituir aquele celular por outro de R$ 1.200,00 lhe custará mais de 105 horas de trabalho (mais de 13 dias de trabalho); ou ainda um simples lanchinho (refrigerante + sanduíche) pode lhe custar uma ou duas horas de seu trabalho. Vale a pena trabalhar horas por algo que talvez possa viver sem? É só uma questão de valorizar seu esforço, seu tempo e seu dinheiro lhe dando a dimensão do quanto realmente lhe custa algo, essencial ou não.

Você é quem está no controle de seus gastos. Economize e proteja seu futuro, renegocie dívidas sem adquirir outras maiores, informe-se sobre as muitas faces dos controles de suas finanças, pois a economia que lhe gera problemas também lhe traz soluções. Você e ela podem ter uma relação de sucesso.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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