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Conteúdo 26 de março de 2018

Planejamento logístico garante vida longa para empresas

Empresas nascem e morrem todos os dias. Segundo pesquisas divulgadas amplamente por segmentos que acompanham o mercado empreendedor no Brasil, quase 1/3 dessas empresas fecham as portas nos primeiros dois anos de vida. E são mesmo, sem qualquer dúvida, os primeiros cinco anos de vida os mais repletos de perigos que podem comprometer a vida de uma empresa, independentemente de sua área de atuação no mercado.
Seria generalizar por demais se esses perigos estivessem ligados apenas às questões de financiamentos, de pagamento de dívidas ou algo do gênero. Se assim fosse, não estaríamos vendo grandes empresas, grandes marcas baixando as portas sem entender o que teria causado tamanho choque no mercado. Assim como muitas são as oportunidades, muitos são os perigos que atentam contra a saúde de uma empresa: o próprio produto, local, decisões administrativas equivocadas, falta de conhecimento do público-alvo, uso irracional de capital e tantos outros ligados ao planejamento, principalmente logístico que é primordial para a manutenção da competitividade.
Todos sabem também que a logística brasileira é muito cara e não entrega uma infraestrutura ideal para cada segmento. Muitos produtos têm seus preços calculados em cerca de 2/3 com despesas logísticas, sejam de transporte ou de armazenagem. Assim, não seria exagero dizer que tão importante quanto a ideia de um produto seria a estratégia logística para “dar asas” a ele. Então, por que tantas empresas desprezam a necessidade de planejar ou replanejar seu atendimento logístico? Será que basta escolher um modal de transporte para o produto? Com certeza não. A amplitude da logística hoje representa a maior ferramenta de redução de custos e garantia da satisfação dos clientes, e está constante transformação, exigindo preparo daqueles que lidam com ela.
O assunto requer tanta atenção que algo antes visto como uma vantagem se tornou um problema para muitas empresas: o crescimento demográfico em sua área de instalação. Se isto não foi contemplado num planejamento, com certeza representará gargalos logísticos ou até impedimentos ambientais. Foi o que ocorreu no último ano com uma grande empresa de eletrodomésticos instalada num bairro cuja população cresceu ao ponto de dificultar suas operações logísticas, tanto de acessibilidade quanto de expansão. Pelo menos nesse caso a saída foi se mudar. Embora o custo para tal seja bem significativo, melhor que outras que, sem capital para novas instalações, optaram pelo encerramento das atividades.
Um ditado popular que toma força nos primeiros anos de vida de uma empresa é aquele que diz que “o gado só engorda aos olhos do dono”. O empreendedor precisa, de fato, estar presente até que se sinta seguro para delegar as principais atribuições, principalmente em médias e pequenas empresas. Muitos discordam sobre essa necessidade, mas com o avanço tecnológico e da capacitação profissional – o que é extremamente importante –, foi-se perdendo aquela coisa, aquele “tempero”, aquilo que muitos chamam de “alma da empresa”, que nada mais é do que a instalação daqueles sentimentos positivos que geraram a ideia empreendedora, que ninguém melhor que o dono para disseminar entre seus colaboradores. A falta da propagação desses sentimentos refletiu em muitas empresas que fecharam após a morte do dono. Talvez antes das inovações propostas pelos filhos, tivesse essa “alma” que ser observada por eles ou pelos administradores.
E o que isso tem a ver com a Logística? Tudo. Partindo do princípio que qualquer atividade necessita de entusiasmo, e diante de tantas dificuldades que nossa logística apresenta no dia a dia, toda fonte de entusiasmo é benvinda. E o planejamento assim deve proceder: com muita informação e entusiasmo.
O mercado mudou tanto que nossa logística, por falta de atenção, de investimentos, está atrasada pelo menos uns trinta anos. Quem diz isto são os números e muita gente que sente no dia a dia o quão desafiador é trabalhar na área. Isso afeta diretamente os negócios de uma empresa, comprometendo a competitividade e ditando os rumos que, às vezes, leva para uma crise interna que tira chances de crescimento e até de sobrevivência.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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