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Conteúdo 8 de fevereiro de 2018

Recomposição tarifária do TRC

Os representantes do setor de transportes rodoviário de cargas reuniram-se no início deste mês de fevereiro em Natal – RN, para discutir sobre a recomposição tarifária que foi corroída ao longo dos últimos quatro anos em função da maior recessão econômica da história do Brasil, o que provocou uma forte concorrência predatória.

A defasagem verificada foi de 20,60 % nas cargas lotação e 13,95 % nas cargas fracionadas.

Numa recessão o primeiro a sofrer é justamente o setor de serviços pressionado pela área produtiva, que não consegue repassar os custos pela falta de demanda para os seus produtos. Daí se instala uma ação em cadeia, cada um apertando seu fornecedor, prejudicando a economia como um todo.

A recuperação econômica experimentada no último quadrimestre de 2017, não foi suficiente para recompor os fretes achatados nos últimos anos.

Para se ter uma ideia do quadro, uma pesquisa realizada pela ANTT ( Agência Nacional dos Transportes Terrestres em conjunto com a NTC ( Associação Nacional dos Transportes de Carga e Logística ), mostrou que 62 % das empresas tiveram queda no faturamento de 8,9% em média, 58 % apresentaram prejuízos de 7,5 % , 47,6 % diminuíram de tamanho, 40,5 % ainda tem parte da frota parada e 29,3 % tem ações trabalhistas, que nos últimos anos consumiram grande parte dos resultados das empresas de transportes, e ainda no geral, a queda no frete foi de 2,6 %.

No que diz respeito aos custos, somente em 2017, o diesel aumentou 9,44 %, os salários até 4,5%, despesas administrativas, 3,55 %, manutenção 1,94 %, pneus novos 7,56 % e veículos 8,60 %. Acrescente-se a isso o aumento do valor dos prêmios de seguros em função do recorde do roubo de cargas registrado no pais. E para piorar o cenário, mais da metade dos transportadores ( 52 % ) estão com atraso no recebimento de fretes.

Diante da perspectiva de recuperação econômica, a orientação é para que o transportador faça as suas contas e repasse os fretes para que se possa fazer frente à demanda, atualizando assim os seus ativos não só de caminhões e equipamentos, quanto do parque tecnológico, uma vez que o transporte de carga cresce de duas a três vezes mais que o PIB, e dessa maneira voltarmos a ter uma concorrência saudável no TRC.

Manoel Sousa Lima Jr. Manoel Sousa Lima Jr.

Diretor da RG LOG, ex-presidente do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região.

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