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Conteúdo 6 de março de 2017

Sobre os desafios de desenhar o melhor layout para se alcançar uma alta eficiência operacional na armazenagem

Pode parecer um tanto óbvio que áreas de estocagem mal dimensionadas, seja no tamanho e suas proporções, tipos e posicionamento das estruturas de armazenagem não planejados, fluxos mal desenhados e equipamentos de movimentação inadequados contribuam para a ineficiência das operações de armazenagem de uma empresa.

O que se verifica na prática, entretanto, é que nem todas as organizações dão a importância devida a essa área, que, sob a ótica operacional e financeira, é fundamental para a sua logística.

Tenho constatado de forma recorrente esse problema e, por incrível que possa parecer, ele independe do segmento de atuação ou do tamanho da empresa.

Para uma análise dentro dos padrões que este espaço de divulgação permite, isto é, nem superficial, nem tanto aprofundada, pretendo demonstrar que o desafio de desenhar layouts que promovam alta eficiência operacional consiste em considerar, em um único projeto, diversas variáveis que impactarão significativamente na performance da logística e proporcionarão um diferencial estratégico para o negócio.

Dentre essas variáveis, destaco algumas de importância fundamental: A demanda de armazenagem (volume ou quantidades a serem armazenadas), sazonalidades (semanais, quinzenais, mensais ou anuais), tipos de materiais ou produtos e suas restrições (tamanhos, formas, pesos, fragilidade, contaminação cruzada, data de validade e tipo de embalagem), frequência de entrada e de saída e seus fluxos de movimentação, tipos de estruturas de armazenagem (porta-pallets, prateleiras e cantiléveres), tipos de equipamentos de movimentação (empilhadeiras, transpalleteiras elétricas ou manuais e selecionadoras de pedidos).

Junte-se a essas variáveis, a altura do prédio e a altura máxima operacional, a quantidade e largura de corredores, as distâncias a serem percorridas, rotas de armazenagem e de picking, tempos médios estimados para cada atividade (recebimento em stage in ou putaway areas, que são áreas de espera, onde se recebe os materiais ou produtos a serem armazenados, alocação do endereço final, atendimento de pedidos, disposição para despacho).

Merecem destaque outras questões importantes, tais como o modelo de curva ABC a ser adotada para a armazenagem, que pode considerar volumes, frequências e famílias de materiais ou produtos, ciclos duplos (mesmo equipamento que armazena retira o material para o atendimento de um determinado pedido) ou simples (só armazenagem ou só atendimento) e a disposição das estruturas de armazenagem, como em corredores paralelos, por exemplo.

Considere-se, ainda, a necessidade de compartilhamento da área com rotas de fuga, equipamentos ou sistemas mais complexos de combate a incêndio.

Não se pode desprezar tampouco, a interação com ferramentas de gestão, como o WMS (Warehouse Management System), pois também elas influenciam ou são influenciadas, segundo as necessidades de parametrização, pelos processos e pelas restrições do layout.

Pois bem, já se tem uma ideia bastante abrangente do desafio, agora vem o determinante: Como fazer?

Não é tarefa fácil desenvolver a melhor solução, sem o suporte de ferramentas de modelagem, mas que, por si só, não definirão o melhor desenho, ainda que assim defendam alguns profissionais.

A modelagem, embora valide o melhor comportamento para um determinado layout, segundo as variáveis consideradas, indicando gargalos pontuais ou mostrando ganhos em escala em determinadas tarefas, deve e precisa ser desenvolvida de forma interativa com profissional com experiência prática em operações de estoque e que suportará a referida validação, desafiando os resultados apresentados e propondo outras condicionais determinantes, sempre na busca incessante para a obtenção do melhor resultado.

Em tempo, caso a empresa esteja planejando a construção de um novo prédio para a sua armazenagem, as variáveis não se limitam às acima apresentadas, porquanto o projeto arquitetônico, tipo e capacidade do piso, quantidade de pilares internos, tipo de cobertura, quantidade de docas de recebimento e expedição e acessos externos são outros pontos a serem considerados e que, em oportunidade adequada, discorrerei a respeito.

Até a próxima!

Hernani Roscito Hernani Roscito

Hernani José Roscito

Sócio-Proprietário da MENDES DE ALMEIDA & ROSCITO CONSULTORIA

Consultoria especializada em projetos de Supply Chain

hernani.roscito@marconsultoria.com.br

www.marconsultoria.com.br

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