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Conteúdo 5 de abril de 2010

Com selecionadoras de pedido, o picking é bem feito

Utilizadas para separação de produtos dentro da área de estocagem, estas máquinas elevam o operador juntamente com os garfos até o local de estocagem, garantindo segurança, eficiência e produtividade.

O alto custo do metro quadrado de áreas para construção e locação de armazéns dentro das capitais do país e nas regiões metropolitanas, o crescimento da produção e a velocidade exigida na colocação de produtos industrializados no mercado tornam o manuseio das selecionadoras de pedidos dentro de armazéns o principal desafio logístico das empresas. É o que expõe José Carlos Ferreira, diretor comercial da CAM System Empilhadeiras (Fone: 19 3849.7606), distribuidora das máquinas Nichiyu.

Segundo ele, junto a estas necessidades e à competição natural entre as empresas, o mercado exige cada vez mais a redução de custo e de tempo para a reposição de seus produtos, tanto nos armazéns como nos pontos de venda. O que gera uma pressão para que as empresas encontrem soluções mais dinâmicas através de projetos, estudos e investimentos constantes em melhorias de sistemas e na movimentação, manuseio e armazenagem dos materiais.

“As selecionadoras de pedidos são utilizadas exclusivamente para montagem de cargas fracionadas, ou seja, para separação de produtos dentro da área de estocagem, bem como no processo inverso, na alimentação do estoque”, explica Armando Campanini Neto, gerente de vendas da Auxter Soluções em Máquinas e Equipamentos (Fone: 11 3622.4845).

Lucio Giarolla, engenheiro de projetos da Jungheinrich Lift Truck (Fone: 11 4815.8200), exemplifica. “O operador da máquina recebe uma lista de artigos que compõem um pedido e, com a selecionadora, consegue, de maneira muito mais ágil, montar essa lista utilizando o próprio equipamento como ferramenta, garantindo segurança, eficiência e produtividade.”

Nesta empilhadeira, o operador executa o comando acomodado em uma cabine que se eleva junto com a plataforma de carga ou garfos, para estocar ou retirar os itens requisitados, detalha Amadeu Ignácio de Faria, gerente comercial e de exportação da Paletrans Equipamentos (Fone: 16 3951.9999).

As selecionadoras de pedidos são equipadas com plataformas de carga e uma plataforma de controle do operador, móvel como um todo no mastro. Enquanto as empilhadeiras de mastro retrátil e trilaterais são usadas para estocagem e retirada de cargas em paletes, as selecionadoras de pedidos são modelos ideais para uso em corredores estreitos. Sua função é elevar o operador juntamente com os garfos até um local de estocagem para separação de itens e caixas diretamente sobre um palete posicionado sobre os garfos. “As selecionadoras de pedidos conseguem se movimentar para frente com segurança em uma posição elevada, e podem ser operadas em corredores com guide-rail (trilhos) ou sobre um sistema de guias instalado no piso”, ensina Fábio Pedrão, diretor executivo da Retrak Empilhadeiras (Fone: 11 2431.6464).

Estas máquinas devem ser usadas em um sistema de logística onde os SKU (stocking keep unit – Unidade de estocagem) serão fracionados ao longo da cadeia de distribuição e que provavelmente haja uma rotina de seleção de itens do tipo B e C (da curva ABC). “Não é preciso dizer que as selecionadoras se tornam desnecessárias em operações de alto giro de produto”, diz Guilherme Gomes Martinez, gerente de locação e vendas de empilhadeiras da Bauko Máquinas (Fone: 11 3693.9339).

O profissional aponta que existem alguns sinais nas operações que indicam ou não o uso destas máquinas.
     
Os positivos são:
 – Estruturas porta-paletes com um número muito maior de paletes abertos para seleção do que de paletes fechados para expedição;
 – Palete composto por mais de um tipo de produto com variações de tamanho/cor do mesmo produto, por exemplo, calçados, chinelos, linhas (aviamentos), vestuários.

Os negativos são:
 – Sistemas de estocagem de alta densidade, ou seja, sistema blocado, drive-in, drive-through, dinâmica ou push-back;
 – Operações de cross docking – só é feita com paletes fechados.
     
Ainda sobre quando usar uma selecionadora de pedidos, Valentim Maia, gerente técnico da Real Empilhadeiras (Fone: 11 2047.8731), diz que, em primeiro lugar, deve-se decidir se o sistema de movimentação está subordinado ao layout ou este é que está subordinado ao sistema de trabalho. O importante é considerar sempre a necessidade de uma correlação entre os dois.

“O objetivo principal para utilização de equipamentos para selecionar os pedidos dever ser, sempre, o de otimizar os processos de movimentação e armazenagens de produtos diversos. Devemos considerar, também, a entrega e a distribuição aos vários consumidores e/ou distribuidores, que seguramente são a parte mais delicada do processo”, expõe.

De acordo com Maia, deve-se considerar, também, o uso da selecionadora de pedidos para o aperfeiçoamento dos processos de armazenagens, visando sempre à movimentação dos produtos, do recebimento à entrega, passando pelo processo do “armazenar”.

“Portanto, o ponto chave para a decisão do uso de selecionadora de pedidos esta amarrado ao layout da montagem das estruturas, layout de armazenagem e distribuição do espaço, tipo de piso e agilidade necessária ao processo como um todo”, salienta o gerente técnico da Real Empilhadeiras.

Para Hélio Piraí de Siqueira, engenheiro de aplicação WHE da Somov (Fone: 11 3718.5000) – distribuidora de empilhadeiras Hyster –, o primeiro item a se pensar na aplicação de selecionadoras de pedidos (Order Picker) é definitivamente a Curva de Pareto, ou popularmente Curva ABC de produtos da operação em questão. Uma operação de seleção de pedidos de sucesso é aquela cujo estudo da Curva ABC está bem claro e definido.

Ele explica que a seleção de pedidos se caracteriza pela necessidade de se fracionar as cargas armazenadas para a formação de um novo palete ou pedido, criando, assim, uma área de picking entre a armazenagem e a expedição. Ou seja, empresas com uma demanda alta por produtos B e C em sua carteira de pedidos não conseguem armazenar e expedir um palete saído da linha de produção 100% fechado, sem nenhum fracionamento.

“Na maioria das vezes, o motivo da compra de uma selecionadora de pedidos está ligado ao ganho de espaço físico (aproveitar a estrutura de armazenagem para realizar o fracionamento da carga), em alguns casos até ganhando posições/palete e obtendo aumento da produtividade na operação de picking horizontal (realizar esta operação de forma mais organizada, dinâmica e rápida)”, acrescenta.

Paulo Watanabe, gerente de vendas da Nacco-Yale (Fone: 11 5683.8579), lembra que quem utiliza o equipamento usualmente são empresas que trabalham com uma grande gama de produtos e/ou produtos variados, como peças, linhas para costura, Centro de Distribuição, etc.
     
Como dimensionar?

Segundo Bento Gonçalves Neto, gerente comercial da Retec Representações (Fone: 31 3372 5955), para o dimensionamento dos equipamentos destinados à seleção de pedidos, deve-se levar em consideração a necessidade de separação de pedidos por turno, além da quantidade de níveis disponíveis de picking para a escolha do melhor modelo de equipamento.

Também é importante saber as dimensões, o peso e tipo de paletes que serão movimentados, corredor de operação e qualidade do piso, conforme acrescenta Gleison Souza, analista de aplicação da Still Brasil (Fone: 11 4066.8100).

Mathias Papenburg, gerente de vendas da Linde Empilhadeiras (Fone: 11 3604.4755), lembra que é importante considerar se a seleção em níveis superiores são ocasionais ou frequentes.

Outras informações importantes para definir o equipamento correto e a quantidade de máquinas necessárias para atender à operação são altura de picking, quantidade de itens armazenados, quantidade média de cada item e número de corredores, como cita José Renato Corrêa, gerente comercial da Tradimaq (Fone: 31 2104.8004).

Segundo Jéssica F. Forti, representante distrital Hyster da Brasif (Fone: 0800 970 7655), depois de se analisar o piso e a largura do corredor deve-se verificar se o cliente utilizará o sistema de guia indutiva ou de rodas-guias laterais. Deve-se verificar, também, a capacidade de carga necessária e a altura de elevação máxima. Como a cabine do operador também é elevada, é muito importante verificar se existe alguma obstrução no armazém. “Esta máquina trabalha em corredores estreitos, mas também é importante verificar a largura do corredor de transferência, pois é necessário ter espaço suficiente para a selecionadora de pedidos se movimentar de um corredor para o outro”, expõe.

Falando nisso, Gilberto de Oliveira, gerente da filial da Toyota de Campinas (Fone: 11 3511.0400), alerta para a necessidade de tomar alguns cuidados no dimensionamento de um equipamento deste tipo, sobretudo quando forem aplicados no conceito de corredores estreitos.

De forma sucinta, Jean Robson Baptista, do departamento comercial da Empicamp Comércio e Serviços de Empilhadeiras (Fone: 19 3246.3113), diz que o dimensionamento é realizado através da frequência com que é feito o fracionamento de cargas na empresa, quando se deseja buscar agilidade e ergonomia neste processo.

Segundo Pedrão, da Retrak, antes de se especificar o modelo mais adequado, é necessário avaliar qual a necessidade do cliente: se deseja fazer o picking na horizontal ou na vertical (e, neste caso, a que altura). Se o picking ocorrer na vertical, é conveniente saber se o equipamento precisará fazer, também, a estocagem – neste caso, pode-se optar por uma trilateral selecionadora de pedidos.

“É importante ressaltar que existem casos em que uma empilhadeira retrátil opera em corredor estreito (2,7 m) e uma selecionadora de pedidos opera conjuntamente, ou seja, no mesmo corredor. Na verdade, essa é uma solução bastante adotada por empresas. A empilhadeira retrátil é usada para retirada de paletes completos; a selecionadora, para separar itens”, explica.

De acordo com Martinez, da Bauko, este tipo de máquina exige um dimensionamento diferente, pois além das variáveis normais que se tem em qualquer projeto com empilhadeiras, tais como velocidade de deslocamento, velocidade de elevação e volume de paletes de entrada e de saída, deverá ser levado em conta o tempo que o tipo de seleção demandará, pois conforme a composição de pedido que o cliente tiver, se levará mais ou menos tempo, e sempre dimensionando com uma variável que é uma incógnita: a produtividade humana. “Devido a este tipo de incógnita, as condições ergonômicas deverão ser das melhores, a fim de priorizar e maximizar a produtividade humana”, diz.

Para Ferreira, da CAM System, a especificação do equipamento em questão exige um estudo mais detalhado da aplicação necessária para cada cliente, visando, principalmente, ao aproveitamento integral da área de depósito, utilização ou não de equipamento trilateral para auxiliar no abastecimento e retirada de paletes inteiros dos diversos níveis no depósito, divisão no armazém, facilitando o acesso rápido e curto aos itens de maior giro, determinar o melhor local para a armazenagem e a separação de cargas fracionadas ou paletes inteiros para expedição e a redução das distâncias e do tempo para cada pedido.

Siqueira, da Somov, fecha o tópico. “O fato é que uma operação de seleção de pedidos bem dimensionada resulta na redução de até 70% na movimentação de paletes (seleção vertical), redução de até 40% no espaço físico e, por consequência, aumento da utilização cúbica de espaço ocupado com cargas (seleção vertical), bem como aumento de até 50% na produtividade dos pedidos expedidos (seleção horizontal).

Locação

Pedrão, da Retrak, destaca que a procura por selecionadoras de pedidos tem crescido nos últimos anos e em especial desde 2007, quando entrou em vigor a Portaria de número 15, de julho de 2007, do Ministério do Trabalho e Emprego. Por esta portaria, em seu artigo segundo, item 18.14.19, determina-se que é proibido transportar pessoas por equipamento de guindar não projetado para este fim. Ainda é comum ver empresas se utilizando de soluções caseiras para elevar o selecionador em garfos, protegido por gaiolas, colocando-o em situação de risco. “Mas em busca de segurança e eficiência para suas operações, as empresas têm buscado alternativa nas selecionadoras de pedidos”, considera.

Os tipos
Há basicamente quatro tipos de selecionadoras, de acordo com Martinez, da Bauko.
     
A. Selecionadora de pedidos horizontal: máquina que só serve para fazer seleção ao nível zero (palete no chão). Geralmente esta operação é feita com paleteiras com operador a bordo, seja ele de lado, frontal ou atrás. A fim de maximizar o tempo, na maioria das vezes estas máquinas são usadas com garfos longos, permitindo, assim, a seleção de dois paletes no mesmo traçado, ou seja, o operador entrará no mesmo corredor apenas uma vez para selecionar produtos para dois pedidos. Usando isto, geralmente se ganha 50% de produtividade. Sempre neste tipo de operação deverá ser usado o conceito de homem embarcado em pé, pois isto eliminará a situação de fadiga ao longo do dia após inúmeros embarques e desembarques da máquina. A condição geral no mercado ainda é a situação de uso de paleteiras manuais de garfo simples (seleciona apenas um pedido por vez), causando no operador três pontos de fadiga: o esforço de selecionar as mercadorias, o de deslocar o carrinho e o de freá-lo. “Há quem ache isto muito produtivo, e são muitos, infelizmente. Condição um pouco mais ergonômica, porém não tão produtiva que também nos deparamos no mercado, é o uso de paleteiras elétricas com operador andando. Geralmente são de garfos simples, permitindo a seleção de um único pedido, sem contar que o operador não caminhará na mesma velocidade ao longo do dia inteiro”, explica.
     
B. Selecionadora de baixo nível: máquina que serve para selecionar nível zero (chão), mais níveis 1 e 2 dependendo da altura da estanteria. “Neste tipo de máquina, em alguns fabricantes, geralmente de origem europeia, existe a elevação auxiliar dos garfos para evitar que o operador tenha que abaixar a fim colocar as mercadorias no chão. Ele poderá manter os garfos na altura que melhor convier, evitando, assim, este esforço desnecessário”, explica Martinez, da Bauko.
     
C. Selecionadora de alto nível: máquina que serve para selecionar a até 10 m de altura, dependendo da configuração solicitada. A mesma poderá ser guiada por um sistema mecânico de trilhos guia ou então um sistema de guia indutiva mais elaborado. Neste tipo de máquina também existe a elevação auxiliar dos garfos.
     
D. Selecionadora trilateral: máquina que, além de permitir a seleção a de até 16.000 mm, em alguns casos, é a única que também faz a colocação e a retirada de paletes em corredores com, no máximo, 2 m de largura. “Sistemas de guias nestas máquinas são imprescindíveis, seja trilho-guia mecânico ou sistema de guia indutiva”, acrescenta o gerente de locação e vendas de empilhadeiras da Bauko.
     
Segundo ele, não se pode esquecer que:
 – A colocação e a retirada de paletes no sistema com máquinas do tipo A sempre deverão ser feitas com máquinas de garfos simples, além da necessidade de uma máquina retrátil para abaixar os paletes ao nível zero;
 – Para o uso das selecionadoras do tipo B e C deverá ser dimensionado algum tipo de máquina para suprir a entrada e saída de paletes nos corredores de seleção;
 – Para o uso das selecionadoras do tipo B, C e D sempre deverá adicionar a altura de 1.500 mm, pois nos folhetos das máquinas sempre são consideradas as medidas de elevação da plataforma do operador e, erroneamente, as pessoas esquecem-se de adicionar a altura do operador para chegar à altura real de seleção;
 – A seleção que era feita antigamente com a colocação de uma gaiola nos garfos de uma empilhadeira e elevando, assim, o operador para fazer a seleção, além de ser totalmente improdutiva (pois usa no mínimo dois operadores – um em cima e outro embaixo), também está em desacordo com a Norma Regulamentadora 18.

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