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Conteúdo 10 de março de 2002

Logística: o que se espera do profissional

Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o profissional de logística está, hoje, em plena evidência, face à importância do setor para a sobrevivência das empresas. Em razão disto, as perguntas mais comuns são: o que se exige dele hoje e quais os desafios que deve enfrentar? Para esta reportagem especial, ouvimos alguns especialistas do setor – também profissionais de logística – que buscam responder a estas e a outras questões.
“Um profissional de logística tem que ter, acima de tudo, competência para trabalhar em equipe e formá-la, deve ser um profissional de formação generalista, comprometido com o processo como um todo. Deve contar com a objetividade e ser perfeccionista, dinâmico e com capacidade para tomar decisões rápidas.” A afirmação é de José Roberto Aliprandi, gerente geral da Tecnomodal – Operações Técnicas em Logística e orientador de cursos na Universidade de Transportes (Transportadora Americana).
Também deve ser ousado, conhecer informática e, além de todo processo operacional, estar fundamentalmente voltado para resultados na área de marketing e de custos.
Raciocínio lógico, capacidade de fazer grandes cálculos e projetos instantaneamente e flexibilidade nas negociações são habilidades fundamentais para se atingir o ápice da carreira em logística, segundo Aliprandi.
“Eclético seria um termo bem apropriado ao profissional de logística.” Este é o pensamento de Lígia Duarte Guerra, profissional de logística associada a várias organizações como consultora e professora de graduação na Universidade Camilo Castelo Branco, na cadeira de logística, e do curso de “Gestão em Logística” da Universidade Trevissan, em parceria com a Vantine Consultoria, no módulo “Logística Internacional”.
De acordo com ela, o profissional deve ser uma pessoa multifuncional, com visão sistêmica apurada e conhecedor de todas as redes que envolvem seu negócio, ou seja, partindo do geral, através da Rede Total – dos fornecedores primários até o cliente final -, passando pela rede imediata – as organizações que compõem especificamente sua cadeia – até sua rede interna – a própria empresa.
“Analisar estas redes quanto às suas características inerentes ao seu segmento é a primeira coisa a fazer. Neste plano, entender as estratégias das organizações e seus reflexos sobre as Redes Imediatas. É bom lembrar que, hoje, a competição está saindo de um patamar isolado de empresas vs empresas, e partindo para um tipo de competição que envolve cadeias vs cadeias, e isto inclui uma diminuição dos agentes envolvidos, fazendo com que os selecionados trabalhem de forma eficiente. Logo, não basta a empresa contratar um especialista em logística sem esta visão sistêmica, não adianta equipar a empresa e deixá-la eficiente, se a cadeia não estiver alinhada ou possua empresas ineficientes”, diz Lígia.
Para ela, o que se defende é a eficiência coletiva. A rede interna deve estar totalmente envolvida no projeto logístico, a fim de reduzir os custos sem afetar a parte operacional da rede imediata, um assunto delicado para o profissional de logística, pois ele deve estar preparado para garimpar todos os custos internos, como recebimentos, armazenagem, movimentação, expedição, gestão da informação etc., mas também estar inserido no processo externo, ou seja, os custos logísticos dos seus fornecedores e de seus distribuidores.
Outra questão a que o profissional de logística deverá estar atento é quanto aos lead times, já que estes são os responsáveis por pontos de gargalos, que acarretam pontos de estoques por toda a cadeia, gerando custos altos para as organizações. “Os estoques devem ser estudados a fim de eliminar ao máximo os tempos de atendimentos e distribuir e reduzir os estoques de segurança. Essas duas questões estão ligadas com o ambiente externo, cujas demandas variam de acordo com os acontecimentos econômicos, ambientais e sociais, ou seja, variáveis difíceis de administrar.”
Porém, se a cadeia for flexível e possuir um sistema integrado de informações puxado, os efeitos são menores, e haverá estoques de segurança que variam de acordo com as demanda e supostamente custos menores, ocorrendo rapidamente por todas as redes internas.
Portanto, formar bons profissionais é essencial, e não deve limitar-se apenas a alguns conhecimentos básicos, e sim envolver pessoas que conheçam finanças, contabilidade, vendas, marketing, produção, materiais, etc., ou seja, a empresa na sua totalidade, e tenha uma formação técnica para desenvolver projetos em parcerias com as empresas que fornecem equipamentos da área.
Lígia também lembra que os profissionais de logística são pessoas que ocupavam cargos gerenciais na produção, materiais ou marketing, com formação superior ou técnica em engenharia e administração de empresas, que foram se deslocando para um cargo de gerente de logística.
Esta formação específica e direcionada para a empresa deve ser expandida através de cursos, seminários, feiras, palestras e reuniões entre empresas através de associações setoriais e intersetoriais, já que as cadeias não se limitam em si, mas atravessam fronteiras e inserem-se em outras. “Assim, ele deve se tornar um pesquisador em outros campos, como a antropologia, sociologia, psicologia, etc. e ter um olhar para fora da empresa”, informa Lígia.

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