Aproveitamento de água de chuva em Centros de Distribuição

Com a crescente escassez de água tratada, fontes alternativas tornaram-se cada vez mais procuradas por praticamente todos os tipos de empreendimentos. As opções vão do aproveitamento da água de chuva ao reúso de águas cinzas e de esgoto, para fins não potáveis como irrigação de jardins e descarga, com vantagens financeiras e ambientais. Os centros de distribuição que já adotam o aproveitamento de água pluvial desfrutam de ótimos resultados. Numa equação simples, é possível estimar que num galpão de cerca de 60 mil m², o aproveitamento da água da chuva gera uma economia anual de R$ 21 mil com a conta de água, o equivalente a 2,5 mil m³.

“O ideal é compor um mix de soluções, de maneira a potencializar a economia e contar com água disponível o ano todo, especialmente em se tratando de novas construções. Por outro lado, as características arquitetônicas da edificação e o tipo de uso que os ocupantes fazem da água também determinam a melhor opção”, afirma a engenheira Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis, empresa especializada em soluções hídricas, destacando que os centros logísticos adotam, de forma crescente, o aproveitamento da água pluvial coletada nas suas imensas áreas de cobertura.

A horizontalidade desses empreendimentos responde à premissa de que o volume potencial de água de chuva captado é sempre proporcional à área da superfície de captação. “Assim, quanto maior a área de captação, maior o volume de águas coletadas”, ressalta a engenheira. Soma-se ainda o fato de a estrutura operacional e administrativa dos CDs, com índice geralmente baixo de ocupação, demandar um volume maior de água não potável se comparado àquela para consumo humano.

“Todo projeto de aproveitamento de água de chuva deve iniciar por um estudo de viabilidade que leva em conta diversos aspectos. O primeiro deles é avaliar a série histórica de chuvas no local da obra”, ensina, lembrando que o projeto será viável em regiões onde, pelo menos, em alguma época do ano chova bastante. As águas da chuva não devem, no entanto, ser aproveitadas sem o devido cuidado. Uma vez captadas, devem ser conduzidas a reservatórios dimensionados com base no volume diário de consumo. Atendendo a norma brasileira ABNT NBR 15.527/07 – Aproveitamento de água de chuva, as águas devem ser filtradas e passar por desinfecção, antes de serem encaminhadas para o uso a que se destinam.

“A substituição de água potável por água de chuva, além da economia na conta de água da concessionária, resulta ainda num ganho ambiental importante, promovendo a preservação dos mananciais de água potável para fins mais nobres e reduzindo o volume de águas excedentes nas ruas, diminuindo a probabilidade de causar enchentes”, conclui Sibylle Muller.