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Tendências 24 de julho de 2019

Os desafios e o futuro das entregas na última milha, principalmente com embalagem em temperatura controlada

As novas cidades obrigam a prática de uma logística mais exigente e fracionada e a utilização de meios de transporte de distribuição alternativos. A entrada de veículos de grandes dimensões será limitada, obrigando a recorrer a meios alternativos que permitam entregas parceladas e cada vez mais personalizadas.

Os sistemas para o Last Mile permitem a otimização destas entregas através de pequenas embalagens para envios a temperatura controlada. Volumes menores, mais leves e reutilizáveis, amigas do ambiente, protegendo os produtos de temperaturas mais quentes e mais frias.

 

E-commerce

Manuel Pizarro, diretor geral da APP Advanced Products Portugal (Fone no Brasil: 11 4425.8784) comenta que a Last Mile é um termo usado para denominar o momento que as mercadorias saem de um Centro de Distribuição para seguir para o seu destino final. “Em outras palavras, a Last Mile é a etapa final da viagem do produto antes que ele chegue à porta do cliente. No processo de envio de mercadoria, essa etapa é uma das que mais atenção exige, pois é o momento decisivo para medir a qualidade de uma empresa perante os consumidores”, explica ele.

E é o e-commerce um dos segmentos mais representativos para o Last Mile, uma vez que é B2C. “O Last Mile delivery é o momento em que todas as operações internas já foram concluídas e o produto está pronto para deixar o Centro de Distribuição, rumo à residência do consumidor.”

Pizarro destaca que o impacto da prática no e-commerce é bastante significativo. Para o lojista, é uma excelente oportunidade de evidenciar a qualidade do serviço e de valorizar o compromisso da empresa com os prazos acordados. Sem descuidar, é claro, da integridade da mercadoria ao longo do escoamento.

“No que diz respeito à distribuição de perecíveis há, ainda, a necessidade de investir numa cadeia térmica eficiente para que os produtos mantenham as suas condições ideais ao longo de um processo logístico cada vez mais fragmentado. Neste contexto, o principal desafio que os operadores de produtos alimentícios enfrentam está na etapa do Last Mile – transporte de produtos desde o Centro de Distribuição ou loja até o consumidor final.”

Com relação à pharma – continua o diretor geral da Advanced Products Portugal –, garantir as condições ideais de preservação de produtos farmacêuticos e biológicos no transporte é crucial. “Os medicamentos são os produtos termossensíveis de maior importância. Pode ser a diferença entre viver ou morrer. E a APP trabalha muito os sistemas passivos, em que a própria embalagem é desenvolvida de modo a assegurar uma boa cadeia térmica em todo o processo de manuseio, armazenagem e transporte.”

Sobre o que a última milha impõe aos transportadores e aos embarcadores, Pizarro é bem claro: antecipar o comportamento dos consumidores. Por exemplo, o serviço Amazon Key permite aos entregadores entrarem na casa dos consumidores e entregarem as encomendas, reduzindo o tempo de entrega. A Localz desenvolveu um sistema de comunicação bidirecional baseado em notificações que permite ao consumidor acompanhar o estado da sua encomenda.

A última milha também impõe aplicar as tecnologias emergentes disponíveis. Recentemente, a VIL, empresa belga, testou com sucesso o primeiro veículo autônomo focado em Last Mile delivery. Desde 2017, a Yelp Eat24 tem em funcionamento um sistema de entregas através de um robô sem acompanhamento humano.

E tem mais, segundo Pizarro. A última milha implica, ainda, em ajustar os modelos de negócio. Por exemplo, inovações no modelo de negócio com a incorporação de smart logistics, Inteligência Artificial e blockchain. Por exemplo, a criação, pela DHL, de terminais de pagamento seguro com cofres inteligentes ou o desenvolvimento de um modelo de preços baseado em big data e blockchain pela Volt.

E, por fim, a última milha impõe agilidade e acompanhamento do processo. Existem plataformas que permitem fazer esse acompanhamento e, ao mesmo tempo, há algoritmos que selecionam os Operadores Logísticos e transportadores. “Tem de ser uma gestão muito eficiente, pois se trata normalmente de encomendas muito pequenas, e muito ajustadas a quem as recebe – logo, pesa x% no processo de entrega!”

 

Problemas

O diretor geral da Advanced Products Portugal também aponta os problemas mais comuns na última milha.

  • Custo alto para o lojista – A etapa é extremamente cara para o empreendedor e isso se deve à falta de planejamento logístico, ao trânsito muito intenso e até mesmo à ausência do cliente para receber a encomenda;
  • Acompanhamento do cliente – Ultimamente, apenas o código de rastreamento não é suficiente para os clientes. Eles esperam um acompanhamento em tempo real, ou seja, desejam ver onde o entregador se encontra antes de entregar a sua encomenda e quando ele chegará;
  • Competência na entrega – Entregar a encomenda no local certo, para a pessoa certa e no momento certo, até no mesmo dia. Isso pode otimizar muito essa última etapa do transporte, evitando atrasos e a chance de ocorrer algum problema no meio do caminho;
  • Orientações do cliente – Um grande problema ligado ao Last Mile refere-se às orientações do cliente sobre a entrega. Uma Last Mile sem problemas requer uma comunicação direta entre cliente e entregador, evitando conflito nas informações.

“Concluindo, atrasos, desvios de temperatura e devoluções, por não ser encontrado ninguém para receber a mercadoria, podem gerar uma má experiência e não recompra.”

Quanto ao fato de as entregas não serem realizadas, ou o frete ser mais caro para determinados locais, Pizarro ressalta que algumas medidas podem ser tomadas para otimizar o Last Mile e diminuir os seus custos.

  • Planejar toda a entrega, principalmente as rotas a serem utilizadas, sempre contando com possíveis imprevistos. Essa é uma ótima forma de manter os clientes informados;
  • Investir em tecnologia como softwares e sistemas de gestão para contribuir no planejamento das rotas. Utilizar GPS para rastreamentos e até acompanhamento em tempo real também pode ser uma boa solução;
  • Apostar em agendamento da entrega para não correr o risco de chegar com a encomenda e o cliente não estar disponível para recebê-la, impactando ainda mais no custo;
  • Não ficar preso a apenas um fornecedor. Uma solução é negociar com outros profissionais para não deixar o cliente na mão em caso de problemas;
  • Investir numa malha de distribuição, ou seja, em diversos Centros de Distribuição. Isso fará com que os produtos estejam mais perto do cliente, reduzindo o tempo e o custo da entrega;
  • Ter sintonia entre as atividades e o tempo da entrega, pois qualquer problema pode gerar mais custos;
  • Investir em transporte coletivo pode ser uma ótima forma de diminuir os gastos;
  • Avaliar todo o processo de entrega para descobrir onde acontecem mais erros e aumento de custos e o que pode ser melhorado. Cada caso é um caso, logo permite ter parceiros adequados e com rapidez.

 

Meios para atender a última milha

Com relação aos meios usados para atender a última milha, Pizarro diz que, de acordo com o relatório Urban Freight Research Roadmap, o futuro do transporte urbano de carga será influenciado pelo advento de novas tecnologias. Outros autores alegam que o modelo atual de negócios aplicado na Last Mile tende a romper-se devido às novas tecnologias que provavelmente chegarão ao mercado. Para vários autores, a entrega tradicional com veículos a diesel representará apenas 20% das entregas de Last Mile em áreas urbanas, sendo substituída por veículos autônomos e entregas por bicicletas. “Nessa linha, Winkenbach et al., (2016) destaca que estamos no auge dos progressos substanciais das entregas da Last Mile, com o surgimento de modelos inovadores, como o uso de veículos elétricos e crowdsourcing.”

Em resumo, têm de ser meios mais flexíveis e menos poluentes (carros elétricos, motos, pequenos caminhões), tudo muito adaptado à zona alvo.

“Os grandes centros, cada vez mais populosos, geram transtornos absurdos de deslocamentos. Diante disso, as empresas que oferecem soluções de mobilidade urbana ganham destaque e chamam atenção de esferas públicas e privadas. Por exemplo, uma das que mais cresce por oferecer a modalidade são as bikes elétricas por assinatura. Outros ótimos exemplos, que têm adeptos em todos os locais, são a Yellow (bicicletas) e a Green (de patinetes elétricos). Tais opções nos mostram o quanto o público está aberto a novas abordagens de deslocamentos e o quanto ainda podemos inovar.”

Estes meios são e vão ser cada vez mais usados, pois permitem grande flexibilidade e aderência ao processo. No entanto, vão obrigar cada vez mais a uma regulação. As grandes cidades e os centros urbanos vão ser fechados e condicionados por questões de segurança e organização logística. Vai existir uma tendência para concessionária e regular. Assim permitirá melhorar toda pegada ecológica do processo muito importante para haver uma lógica de sustentabilidade para o crescimento que se vai evidenciar.

Pizarro também ressalta que, normalmente, os drones utilizados para a entrega de mercadorias precisam ser adaptados para permitir o armazenamento e transporte dos itens, mas sem que haja riscos de danos durante o percurso e a entrega.  É necessário utilizar compartimentos próprios para o acondicionamento das cargas, assim como equipamentos que ajudem na fixação dos recipientes. Outro ponto que merece destaque é a dimensão e o peso da mercadoria, já que os drones possuem essa limitação.

“Uma questão que também deve ser analisada ao adotar essa modalidade de entrega é o espaço de tempo em que a entrega será feita.  O ideal é buscar meios de concretizá-la sem que a privacidade do cliente seja exposta — como, por exemplo, o interior de sua residência, que pode ser visualizado pela pessoa que opera o drone. Por questões de segurança vai ter de ser muito regulado e funcionar em canais identificados e aprovados. O melhor exemplo que temos até hoje é Singapura, que detalha os canais e número de movimentos.”

Com relação à questão tecnológica na última milha, o diretor geral da Advanced Products Portugal lembra que, dentro do padrão agregado de entregas, a empresa e-Ship-4U, por exemplo, desenvolveu uma tecnologia semelhante aos smart-boxes, que também possui sistema de conexão a rádio para a informação ao cliente (por pager ou e-mail) de que seu pacote já está na máquina.

Chamam-se “Automated Delivery Machines,” ou ADMs, inspiradas nas ATMs (Automated Teller Machines), originalmente usadas para a redução de custos nos bancos (caixas eletrônicos). Esse modelo permite a variação de tamanhos de pacotes, indo de uma joia a um monitor de computador. Esse tipo de modelo elimina a reentrega, indo a encomenda para a máquina mais próxima do endereço do cliente. As encomendas também podem ser deixadas para devoluções (no caso de itens com defeitos ou indesejáveis). Já existem projetos-piloto que preveem a primeira entrega para as ADMs, reduzindo, ainda mais, custos. É fundamental usar plataformas e parceiros especializados com sensores que permitam fazer, ao mesmo tempo, o controle e feedback de entregas (Amazon, Uber, Pillpack).

 

O que a empresa oferece

De acordo com uma vasta experiência capilar, a APP Advanced Products foi desenvolvendo soluções de uso único e algumas soluções reutilizáveis. “Também melhoramos e desenvolvemos soluções para hubs de Cross-Docking. Fazemos sempre qualificações operacionais e atualmente, antes de lançar uma solução, a submetemos ao nosso simulador de Inteligência Artificial que nos permite antecipar a correta performance de acordo com os requisitos da operação. Procuramos, cada vez mais, usar materiais ecológicos ou que permitam uma economia circular. Utilizamos também, cada vez mais, nas nossas soluções, todo o tipo de sensores que permitem melhorar processos e que os usuários possam monitorar os pedidos e fazer a sua avaliação. Só assim podemos melhorar e criar eficiência num processo tão dispendioso e desafiante!”

Pizarro finaliza dizendo que a APP Advanced Products tem sido pioneira em acompanhar esta tendência, procurando alinhar os seus produtos ou serviços às expectativas do consumidor e investir em soluções focalizadas no cliente. “Uma logística mais exigente obriga à utilização de meios alternativos.”

 

Dassault Systèmes permite que o Laboratório da Renault experimente um carro elétrico para fazer entrega na última milha

A Dassault Systèmes, líder mundial em software de projetos 3D, 3D Digital Mock Up e Product Lifecycle Management (PLM), anuncia que o Laboratório Cooperativo de Inovação (LCI) do Grupo Renault irá utilizar a sua plataforma 3DEXPERIENCE para transformar os processos de inovação para Nuvem (ambientes Cloud) e apresentar o Renault EZ-FLEX, um veículo experimental elétrico destinado a entender a entrega de mercadorias na Última Milha nas futuras cidades inteligentes.

O LCI utilizou a industry solution experience “Electro Mobility Acce- lerator”, baseada na plataforma 3DEXPERIENCE. Os designers, engenheiros, arquitetos de sistemas, analistas de custos, profissionais de marketing e outros membros da equipe, bem como parceiros e fornecedores externos, conectaram-se à uma rede de valor virtual que facilitou a inovação aberta, a colaboração segura, o design e a engenharia em tempo real envolvendo todos. Os membros da equipe visualizaram e validaram o design e os requisitos técnicos dos produtos, analisaram as tendências de mercado e gerenciaram facilmente o projeto utilizando ativos digitais em 3D, como realidade virtual imersiva, inteligência da informação e o Digital Twin (gêmeo digital) do veículo.

“A plataforma 3DEXPERIENCE abre novos caminhos para ferramentas digitais colaborativas aplicadas ao universo automotivo e que vão além do puro projeto de engenharia”, afirma Laurence Montanari, gerente sênior de Inovação e Head do projeto EZ-FLEX do Grupo Renault. “O nosso projeto Renault EZ-FLEX reuniu as partes interessadas do projeto de engenharia, design e marketing de produto – cada uma com seus próprios desafios – ao redor do modelo digital do veículo. Utilizar uma versão Cloud sem nenhuma customização nos permitiu autonomia para participar de uma nova verdadeira experiência digital de ‘teste e aprendizado’ com painéis de gerenciamento, poderosas imagens realísticas de renderização, monitoramento urbano da entrega pela rede e visualização virtual com um fone de ouvido, mas sem a transferência ou processamento de dados.”

À medida que o aumento do comércio eletrônico alimenta a demanda por entregas mais rápidas de mercadorias aos consumidores, o veículo de entrega de última milha do LCI mostra um experimento inovador de uma solução inteligente e modular de carregamento, transporte e descarregamento de mercadorias em cidades que integram os sistemas de mobilidade elétrica.

“O futuro das montadoras já não é apenas construir veículos individuais, ou ir do ponto A ao ponto B. Trata-se de desenvolver experiências de mobilidade completamente novas e que modifiquem a maneira como vivemos”, diz Olivier Sappin, vice-presidente, Indústrias de Transporte e Mobilidade da Dassault Systèmes. “As startups e as empresas recém-chegadas estão desafiando as montadoras já estabelecidas no que se refere a não terem sistemas legados e serem ágeis desde o início. Uma abordagem de plataforma permite que o LCI revele seu conhecimento e know-how e introduza conceitos para novos modelos potenciais de negócios.”

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