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Inovação 19 de maio de 2016

Plataforma busca aumentar integração e sincronismo no comércio exterior

As dificuldades de comunicação e integração dentro das cadeias de suprimentos internacionais e o elevado número de informações e dados necessários para a entrega de cargas importadas e exportadas não são novidades para quem atua com comércio exterior. Conhecido por sua burocracia, o comércio exterior enfrenta um grande desafio: acompanhar em tempo real todos os processos que o envolvem, do faturamento ao transporte e desembaraço de carga.

Uma plataforma criada por empreendedores, chamada Global Pipeline (Fone: 61 3041.9559), pretende atuar justamente nesses pontos e simplificar a forma de realizar comércio exterior, que precisa de mais de 250 informações para a liberação de cargas, considerando todos os documentos, cotações, comprovantes de pagamentos, prazos, conferências e entrada de dados nos sistemas das indústrias, dos prestadores de serviços logísticos e do governo. Fechando o cenário, ainda é preciso lidar com as incertezas do tempo levado pelos órgãos anuentes para deferimento de licenças e desembaraço de mercadorias; a baixa assertividade dos prestadores de serviços logísticos e exportadores no cumprimento dos prazos de entrega de cargas; a falta de visibilidade da carga ao longo da cadeia e de padronização das informações; custos extras com demurrages e sobre-estadias de terminais e dificuldade para acompanhar e cumprir a legislação tributária e aduaneira, em função de constantes mudanças repentinas.

Buscando diminuir os impactos causados por falhas de comunicação, problemas burocráticos e por processos inconsistentes dentro e entre organizações, Mário Gorini, diretor da Alivepro, criou a spin-off Global Pipeline, a partir de uma tecnologia de automação de processos desenvolvida por sua empresa.

A Global Pipeline integra importadores, exportadores, freight forwarders, tradings e despachantes aduaneiros, para garantir o compartilhamento de informações e acompanhamento de processos de compra, transporte e liberação dentro de uma única tecnologia.

“A plataforma consiste em um conjunto de workflows – fluxos de processos –, através dos quais todos os players de uma cadeia de suprimentos internacional podem planejar e controlar suas operações logísticas, desde a colocação de uma ordem de compra – importação – até a entrega da carga no seu destino final, passando pelas etapas de coleta no exportador, obtenção de licenças, embarque no país de origem, chegada e desembaraço do país de destino. São definidos requerimentos e verificações obrigatórias para cada etapa com o objetivo de evitar falhas, atrasos e custos extras”, explica Christian Sandke, diretor da Global Pipeline.

Nela, os status das cargas são atualizados e todos na cadeia têm a mesma visão da carga, o que simplifica e sincroniza as atividades de todos os envolvidos.

“Com o registro de todas as atividades realizadas, por todos os participantes, é possível ter uma medição precisa do desempenho de cada player para todos os embarques. Isso permite identificar pontos de melhoria e estreitar o relacionamento entre players de uma cadeia de suprimentos”, continua.

Um dos objetivos da plataforma é o rápido crescimento da rede através da integração de importadores, prestadores de serviços logísticos, como agentes de carga, despachantes, armadores, companhias aéreas, portos secos, terminais portuários e exportadores.

Alertas são emitidos para avisar sobre o atraso no cumprimento de qualquer etapa, permitindo que as companhias replanejem as atividades. Diversos indicadores de desempenho envolvendo tempo, custos e desvios são obtidos, permitindo a solução de gargalos, a identificação de oportunidades de aprimoramento das cadeias de suprimentos e melhor planejamento das operações.

Com a evolução da rede, outros recursos devem ficar disponíveis, como a busca e seleção de prestadores, fornecedores e parceiros com base em avaliações de desempenho reais; a comparação do desempenho de uma empresa com a média e o benchmark do mercado; a identificação de gargalos em países, portos ou órgãos anuentes; a formação de grupos e clubes de compra para obtenção de escala e melhores condições de fretes e outros serviços internacionais.

“O grande desafio está sendo a integração com os grandes players, que centralizam grande parte das informações referente aos embarques. Para tanto, estamos firmando parcerias com empresas integradoras e agentes de carga para implementação das primeiras versões, além de empresas de softwares especializadas no comércio exterior, associações de agentes de carga e órgãos do governo com o intuito de integrar o máximo de bases de informação”, afirma Sandke.

A plataforma foi idealizada e colocada em prática por meio da cocriação. Isto significa que os empreendedores que deram o primeiro passo para o desenvolvimento estiveram em contato com executivos e especialistas em comércio exterior para atender às necessidades reais do setor. “Criamos um site – www.globalpipeline.com.br – e estamos também nas redes sociais, onde qualquer pessoa pode responder perguntas relacionadas aos principais problemas enfrentados pelas empresas e pelos profissionais envolvidos, bem como colaborar com sugestões e críticas para o desenvolvimento dos processos”, explica Sandke. “Estamos deixando aberta a forma como especificamos a plataforma e suas funcionalidades, de forma que a Global Pipeline seja construída colaborativamente pela comunidade de Comex e não por engenheiros e programadores em um laboratório. Acreditamos muito no modelo de cocriação, onde a fusão das ideias de centenas ou até milhares de pessoas permite um processo de inovação extremamente dinâmico e interativo”, continua.

Nesta primeira etapa, a Global Pipeline está voltada a desenvolver uma versão que possa ser utilizada primeiramente pela comunidade no Brasil, reunindo toda cadeia, inclusive o governo. A intenção é que após o desenvolvimento no país, a mesma prática de cocriação seja levada a outros países. “A meta a médio e longo prazos é termos parceiros de diversas nacionalidades para divulgar e incentivar o uso da Global Pipeline por qualquer instituição, em qualquer lugar do mundo”, completa.

Primeira implantação

Um cliente já está usando a plataforma em todo o seu processo de importação. Uma rota padrão da Global Pipeline é usada, com um cadastro com diversas opções de rotas para cada origem e destino. “Por exemplo, para trazer uma carga de Dresden, na Alemanha, pode-se usar uma rota marítima com saída da Alemanha pelo porto de Hamburgo ou uma rota aérea com saída pelo aeroporto de Frankfurt”, explica Sandke.

A seleção de todos os players que participarão de cada processo também é feita por meio da Global Pipeline, desde o importador ao exportador, agente de carga e despachante.

Envio e confirmação do pedido para o exportador na Europa e o planejamento das datas de todas as etapas do processo, desde a coleta no exportador, embarque no país de origem, chegada ao Brasil, desembaraço aduaneiro e entrega na fábrica do cliente, também serão feitos com a plataforma.

“Como a Global Pipeline funciona na nuvem, cada player da cadeia tem acesso personalizado à plataforma para realizar as atividades de sua responsabilidade.

Todos os players terão a mesma visão do status dos processos e poderão saber, por exemplo, se uma carga já chegou ao porto ou se já foi desembaraçada”, continua.

O Global Pipeline ainda manterá o arquivo digital de todos os documentos para fácil acesso e relatórios e indicadores de desempenho, comparando os tempos e custos planejados de cada processo com o que foi realizado.

Ainda que a plataforma já comece a ser implantada, continuará sendo atualizada e modificada conforme as necessidades notadas no mercado.

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